Relembre 5 momentos em que Rita Lee foi maravilhosa
A cantora morreu nesta terça, vítima de complicações relacionadas ao câncer, mas deixou um legado de rebeldia e cultura
Relembre 5 momentos em que Rita Lee foi maravilhosa
BuscarA cantora morreu nesta terça, vítima de complicações relacionadas ao câncer, mas deixou um legado de rebeldia e cultura
Lidia Capitani
10 de maio de 2023 - 13h13
Uma das maiores compositoras de música do Brasil, a paulistana Rita Lee deixará saudade de sua presença irreverente, polêmica e divertida. Sua personalidade e história está imortalizada em centenas de canções, livros, filmes e campanhas, que celebram sua essência rebelde. Para as mulheres, Rita Lee deixa um legado de músicas que cantam os prazeres e dores de ser mulher.
Relembre conosco alguns momentos em que Rita foi brilhante, de sua saída do Mutantes ainda nos anos 1970 até seus anos mais recentes quando participou da primeira formação do programa Saia Justa, do GNT.
“Chorei, gritei, descabelei, xinguei feito louca”, descreveu a cantora em sua biografia sobre o momento em que foi expulsa da banda Mutantes. A banda, lançada em 1966, era composta pela própria Rita Lee, como vocalista, Arnaldo Baptista, como baixista e vocalista (ex-marido de Lee), o guitarrista Sérgio Dias, o baterista Dinho Leme e o baixista Liminha. A expulsão foi uma decisão dos instrumentistas, como conta o livro: “A gente resolveu que a partir de agora você está fora dos Mutantes porque nós resolvemos seguir na linha progressiva-virtuose e você não tem calibre como instrumentista”.
Com a expulsão, Rita Lee lançou sua carreira solo em 1970 que, inclusive, contava com os Mutantes na parte instrumental nos primeiros dois álbuns. Decisão feita pela própria gravadora que não estava mais interessada em investir na banda, e sim, no carisma de Lee. A partir de então, a cantora decolou para o sucesso nacional.
O magnetismo de Rita Lee era notado por todos que a conheciam. Nascida em São Paulo, parte italiana, parte americana, a cantora marcou a vida de Caetano Veloso, que por sua vez, homenageou a paulista com a canção “Sampa”. A letra conta “Ainda não havia para mim Rita Lee, a tua mais completa tradução”, colocando-a como uma síntese da cidade.
A própria Rita Lee se autodenominou Santa Rita de Sampa na canção de mesmo nome, em que também se descreve como “tia tiete do Tietê”, “mãe menina da Pompeia” e “deusa pagã do Butantã”. Mas foi no bairro da Vila Mariana que ela foi criada junto da família, que tinha como entretenimento ir até o aeroporto de Congonhas para ver os aviões decolarem.
Embora não publique no site desde 2014, Rita Lee foi uma das grandes celebridades do Twitter. Inclusive, suas tiradas mais famosas da plataforma foram resgatadas desde o anúncio da sua morte, no dia 8 de maio. Frases como “não tenho preconceito, eu odeio todo mundo igualmente”, “vou dar unfollow em mim, tô muito chata, só falo besteira e cansei de ver minha cara no espelho” e “peguem seus otimismos e sumam de perto de mim. Hj estou em crise” circularam nas redes sociais no início desta semana. Assim como em suas canções, Rita Lee não tinha filtros para ‘tuítar’. Seus posts eram recheados de sarcasmo, ironias, humor e nunca se abateu pelas críticas.
Em 2002, a roqueira integrou o elenco do programa da GNT “Saia Justa”, onde dava suas costumeiras polêmicas opiniões. Até 2004, a roda era composta pela cantora, Fernanda Young, Mônica Waldvogel e Marisa Orth, que juntas exploravam os mais diversos temas sem papas na língua. De questões políticas ao sexo, de cultura aos assuntos mais escatológicos, com a primeira formação do Saia Justa não havia assunto proibido, até porque até a flatulência foi pauta para discussão.
Rita Lee era uma grande ativista pelas pautas das mulheres, que já foram temas retratados em suas canções. A cantora já falou sobre sexo, menstruação e menopausa em suas poesias. Menopower é o nome da canção em que Rita Lee falou abertamente sobre menopausa, lançada em 1993. Na letra, a cantora fala sobre o climatério, fogacho e ainda se diz “Cinquentona adolescente”, como uma mulher que celebra a menopausa e clama “Menopower pra quem foge às regras”.
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