iG, enfim, vendido ao Ongoing

Meio & Mensagem
18 de abril de 2012 - 2h08

*Atualizado às 14h43

Os funcionários do iG receberam no começo da tarde desta quarta-feira, dia 18, o comunicado oficial da venda do portal para o grupo Ongoing. A transação não foi comunicada ainda pela Comissão de Valores Mobiliários como um fato relevante para o mercado investidor. O mercado discutia a possibilidade da venda ao grupo de mídia desde o final de março, conforme noticiou o Meio & Mensagem. De acordo com o comunicado, a transação envolve apenas a frente de produção de conteúdo e comercialização publicitária. O processo de separação das frentes de Acesso e Serviços digitais deve levar algumas semanas, informou o grupo. A Ongoing comunicou em nota a aquisição: “A Ongoing, por meio de sua holding brasileira, informa que assinou hoje um acordo para a compra do portal iG. Com isso, a Ongoing pretende alavancar ainda mais a história de sucesso do portal, um dos maiores do Brasil”, afirma o comunicado.

O Ongoing saiu vitorioso de uma disputa que envolveu o Yahoo, o Grupo RBS e a Editora Abril. A movimentação para a venda do iG teve início em outubro do ano passado e foi noticiada em primeiro mão pelo Meio & Mensagem. Na ocasião, o portal estaria avaliado em US$ 500 milhões.

Em entrevista ao jornal Meio & Mensagem (leia aqui), concedida em fevereiro deste ano, o CEO do Grupo Jereissati, Fernando Portella, admitiu sem reservas que “o (presidente do iG) Pedro Ripper está trabalhando num reposicionamento (do site)” e que o portal “tem de ficar no nosso portfólio como instrumento que compõe uma distribuição, e não um instrumento à parte de internet. Não é nosso negócio produzir conteúdo, embora conteúdos ligados à fidelização do cliente seja uma missão do iG. É como a Oi TV: ela não está no negócio de conteúdo, mas tem um portfólio tal que prende esse cara. O iG está sendo vendido? Não. Está sendo reposicionado e, quando isso acontece, também está entre as alternativas da planilha de decisão vender. Mas vender a parte de conteúdo. Pode ser que o interessado queira também a marca. Vamos avaliar”, afirmou na ocasião.

O próprio grupo Ongoing é o segundo principal acionista da Portugal Telecom (PT), com 10,05% das ações ordinárias com direito a voto. A PT, por sua vez, participa do capital da Oi com 25,6% de participação (direta e indireta). A Oi, por sua vez, detém 7% da PT e tem opção para chegar a 10% do capital da operadora portuguesa. Os principais executivos do Ongoing em Portugal – Nuno Vasconcellos e sua mãe, Isabel Rocha dos Santos, uma das mulheres mais ricas de Portugal -, são, também, os principais acionistas individuais da RS Holding (que controla a Ongoing Strategy Investments, a Insight e a Nivalis). A RS Holding representa as ações do Ongoing na Portugal Telecom.

Além da relação do Ongoing com a Portugal Telecom e, por etapa com a Oi e o controlado iG, o portal hospeda o jornal Brasil Econômico: na home do veículo, a barra superior remete ao iG. No Brasil, o Ongoing tem participação na Ejesa – Empresa Jornalística Econômico S/A, que edita os jornais Brasil Econômico, O Dia, Meia Hora e Marca Campeão.

Audiência

Em março de 2012, o iG perdeu o quarto lugar no ranking de audiência dos portais de notícia do País. A posição foi “roubada” pelo R7, que conseguiu alcançar a marca de 23,571 milhões de visitantes únicos no período, enquanto o iG contabilizou 23,480 milhões de visitantes únicos.

 Leia a íntegra do comunicado enviado pela empresa aos funcionários:

“Como é de seu conhecimento, o iG possui 3 linhas de negócios: Acesso, Serviços Digitais (SDs) e Conteúdo/Publicidade. Com o objetivo de aumentar o foco da Oi nos negócios ligados a banda larga e, por outro lado, dar mais autonomia ao negócio de Conteúdo/Publicidade, firmamos nessa data um acordo para a venda de 100% desta última linha de negócio para o Ongoing, sujeito ao cumprimento de determinadas condições, que pretende alavancar a história de sucesso que o iG vem conquistando no mercado brasileiro.

A Ongoing é dona do maior jornal de economia e de um canal de televisão em Portugal. No Brasil, a empresa é acionista minoritária do grupo Ejesa, que edita os jornais “Brasil Econômico”, “O Dia”, “Marca” e “Meia Hora”.

Iniciamos a partir de hoje um processo de transição para separar a Unidade de negócio Conteúdo/Publicidade das demais Unidades que permanecem no Grupo Oi, que deverá ser concluído em poucas semanas. Cabe ressaltar que, durante esse período, nada será alterado em nossas atividades, funções e desafios.
Em breve enviaremos mais informações sobre este processo e, em caso de dúvidas, contem com o apoio do RH”