Brasil vai ao festival com 29% menos concorrentes
Queda nas inscrições do País acompanha a diminuição global de 21% no total de inscritos, causada pela menor presença do Publicis Groupe e pelo corte de subcategorias
Brasil vai ao festival com 29% menos concorrentes
BuscarQueda nas inscrições do País acompanha a diminuição global de 21% no total de inscritos, causada pela menor presença do Publicis Groupe e pelo corte de subcategorias
Alexandre Zaghi Lemos
15 de junho de 2018 - 8h23
A 65ª edição do Festival Internacional de Criatividade de Cannes começa oficialmente na segunda, 18, com um total de 32.372 trabalhos inscritos por 90 países em suas 26 competições, o que significa queda de 21% em relação aos 41.170 inscritos de 2017 – quando já havia ocorrido diminuição de 4,5% na comparação com 2016 (ano recorde em Cannes, com suas 43.101 inscrições).
A subtração de 8.798 inscrições de 2017 para 2018 é explicada pela organização do evento pela menor presença do Publicis Groupe, que está em ano (quase) sabático e pela reorganização nas categorias e subcategorias das competições. Embora tenha havido aumento de 24 para 26 áreas, o festival cortou 120 subáreas em seu regulamento, segundo a organização, e isso teria causado queda de 13% nas inscrições totais. Já a menor presença do Publicis Groupe teria impacto de 8% nos números finais. A holding francesa está concorrendo com cerca de 400 trabalhos, segundo ela, inscritos por clientes e parceiros.
O Brasil seguiu o comportamento geral e também chega ao Cannes Lions 2018 mais comedido, com 2.131 concorrentes ante os 3.020 do ano passado, uma diminuição de 29% nas inscrições do País, que em 2017 havia caminhado na contramão da tendência global e crescido sua presença em 7,7% em contraste com a queda geral de 4,5%.
Mesmo com menos inscrições, o Brasil se mantém como terceiro país no ranking de concorrentes, atrás dos Estados Unidos, que enviaram 8.291 trabalhos, diminuindo em apenas 13% a sua participação; e do Reino Unido, com suas 2.462 inscrições, queda de 22% em relação a 2017.
As agências brasileiras inscreveram mais nas áreas de Outdoor (217), Direct (201), Print & Publishing (198), Media (164), Brand Experience & Activation (149), PR (131) e Film Craft e Social & Influencer (com 117 inscrições em cada uma dessas duas áreas).
Ao divulgar os números de 2018, a organização do Festival de Cannes faz uma ginástica para tentar evitar que a diminuição no total de trabalhos inscritos transpareça perda de força do evento. O exercício inclui uma comparação entre as inscrições totais deste ano com as de 2017 recalculadas, subtraindo do ano passado as entradas do Publicis Groupe e as subcategorias que deixaram de existir. Nesse caso, a queda total seria de ínfimos 1%, ou 381 inscrições a menos. Aplicando a mesma matemática à participação do Brasil, o emagrecimento na presença em Cannes seria de 10%.
A organização do evento comemora ainda o aumento de 84% nas inscrições feitas por anunciantes, fazendo uma leitura de que Cannes está em alta com os líderes de marketing da indústria.
“No ano passado, decidimos apertar o botão de reset no Cannes Lions. Fechamos três grandes prêmios (Cyber, Integrated e Promo & Activation) e removemos e combinamos muitas subcategorias. Fizemos isso sabendo que significaria um volume menor de inscrições, mas foi a decisão certa para o longo prazo”, acredita Philip Thomas, CEO da Ascential Events, a empresa dona do festival, e chairman do Cannes Lions. Na verdade, a área de Promo & Activation foi renomeada para Brand Experience & Activation e muitas das subcategorias de Cyber foram incluídas nas novas competições de Digital Craft e Social & Influencer.
Aliás, a estreia de Social & Influencer chama atenção pelo volume de 2.027 inscritos, o que faz dessas competição a oitava maior de 2018 já em seu ano de estreia, atrás de Outdoor (2.628), Media (2.594), Film Craft (2.519), Direct (2.480), Brand Experience & Activation (2.335), Film (2.158) e PR (2.111).
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