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Cannes além do palco: o que emociona, transforma e desafia

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Cannes Lions

16 a 20 de junho de 2025 | Cannes França
Diário de Cannes

Cannes além do palco: o que emociona, transforma e desafia

Nos bastidores do festival, a criatividade mais potente surge da escuta, da emoção e da conexão genuína entre pessoas


18 de junho de 2025 - 16h18

Entre os cases premiados, os debates sobre tecnologia e as grandes ideias que sobem ao palco, há um outro Cannes que me marca profundamente. Ele acontece nos bastidores: nas conversas que surgem sem roteiro, nas trocas espontâneas, nos momentos em que a escuta vale mais do que qualquer apresentação.

É ali, nesse lugar mais silencioso, que sinto a criatividade em sua forma mais autêntica — quando ela nasce da vivência, da curiosidade e da sensibilidade.

Em meio a tantas campanhas brilhantes, são as que têm alma que mais me tocam. As que não têm medo de parecer humanas, que falam de gente para gente, que despertam sentimentos e questionamentos.

Neste ano, com a criatividade brasileira em evidência, ficou ainda mais claro como conseguimos ir além da estética e da técnica: levamos emoção, pluralidade e coragem para o centro da conversa.

Talvez por isso o Brasil tenha registrado um crescimento de 32,4% nas inscrições deste ano, ocupando o segundo lugar entre os países mais engajados no Festival. Um sinal de que seguimos acreditando na força de contar boas histórias — e na importância de ocupar esse espaço global com nossas vozes.

É inspirador ver marcas que se despem dos filtros e assumem riscos reais para se conectar de verdade com as pessoas. Que entendem que comunicar é também se posicionar, provocar reflexões e contribuir para a cultura. Quando há verdade, a comunicação ganha potência — não só para vender, mas para transformar.

E o que mais me emociona é ver esse movimento cada vez mais liderado por vozes diversas. Pessoas que ampliam o repertório da indústria, que escutam com atenção e transformam escuta em direção criativa.

Quando a diversidade é vivida com autenticidade, ela renova não só o que comunicamos — mas o modo como criamos.

Cannes deixa um lembrete importante: as ideias que permanecem são aquelas que equilibram estratégia, sensibilidade e propósito. Volto com o desejo renovado de fazer perguntas antes de propor soluções, de buscar conexão antes da performance, de manter a empatia como ponto de partida — e não de chegada.

Porque no fim, a criatividade que transforma ainda nasce da conexão entre pessoas. E é esse elo que precisa continuar no centro de tudo.

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