Cannes sob a ótica da Geração Z
Sempre é bom ter a humildade de assumir que há uma geração que nem sabe direito o que é o festival, mas que pode te ensinar muit
Sempre é bom ter a humildade de assumir que há uma geração que nem sabe direito o que é o festival, mas que pode te ensinar muit
27 de junho de 2022 - 10h49
Esse ano me perguntei bastante: qual seria a média de idade da delegação brasileira em Cannes? 30? 35? Por aí? É, acho que é algo nessa faixa. Eu, que já passei um pouco dessa média, achei o retorno do Festival ao seu formato presencial bastante proveitoso. Muito disso graças a uma adolescente de 15 anos. Explico.
No primeiro dia de festival, eu recebi um WhatsApp da minha filha: “Pai, vai ver essa palestra?”. Agora, terminando o festival, reparei que as melhores apresentações que eu vi foram, justamente, conteúdos que ela me indicou direta ou indiretamente.
Ter essa postura diante do festival permitiu com que eu aproveitasse conteúdos que em outros anos poderiam passar batidos.
O rap da Megan Thee Stallion, por exemplo, não é meu tipo de música, mas sua palestra foi uma das mais interessantes. Outro exemplo: a roupa que o Harris Reed faz não combina muito com meu estilo, mas a conversa do designer de moda durante o Cannes Lions foi incrível. E aqui estamos falando de artistas com 27 e 26 anos, respectivamente. Isso sem falar na Malala, com seus 24 anos e o Nobel da Paz a tiracolo.
Você pode ir a Cannes e admirar os Grand Prix, pirar nos cases de ouro, prata, bronze, admirar a fala dos CMOs, dos grandes criativos, etc. Mas sempre é bom ter a humildade de assumir que há uma geração que nem sabe direito o que é o festival, mas que pode te ensinar muito.
Se eu pudesse te dar um conselho para o festival de 2023 seria: leia o whats da sua filha.
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