O ano do Brasil, da criatividade e da coragem de sonhar
2025 será um ano especial em Cannes. Pela primeira vez, o festival consagra o “País Criativo do Ano” - e o Brasil é o primeiro a receber essa honra
O ano do Brasil, da criatividade e da coragem de sonhar
Buscar2025 será um ano especial em Cannes. Pela primeira vez, o festival consagra o “País Criativo do Ano” - e o Brasil é o primeiro a receber essa honra
13 de junho de 2025 - 11h51
Um reconhecimento histórico que celebra não apenas uma safra de ideias, mas toda uma cultura criativa pulsante, provocadora, talentosa e, acima de tudo, resiliente.
Confesso que, mesmo já tendo ido umas 20 vezes ao Cannes Lions, cada edição me toca de uma forma diferente. É sempre um lugar de troca, provocação e aprendizado.
Mas este ano tem um peso ainda mais simbólico, emocional e coletivo. É um daqueles momentos em que estar presente não é só sobre assistir ao que acontece – é fazer parte de algo maior.
A expectativa é que a criatividade brasileira esteja no centro das conversas, dos brindes e das premiações.
E não falo só das agências e profissionais que atuam no país, mas também da enorme diáspora criativa brasileira espalhada pelo mundo – talentos que carregam nossa irreverência, profissionalismo, nosso olhar único e nossa capacidade de transformar insights em emoção onde quer que estejam.
O feriado nacional no Brasil durante a semana de Cannes é quase simbólico: virou, para muitos, a desculpa perfeita para estarem lá. Não apenas como turistas ou espectadores, mas como protagonistas de um momento em que o Brasil inteiro estará sob os holofotes.
Nos últimos três anos, o Brasil conquistou Grand Prix que nos ajudam a entender o porquê deste protagonismo.
Em 2024, “Johnnie Walker | Alaíde Costa”, da AlmapBBDO, foi reconhecida por celebrar com sensibilidade uma das vozes mais subestimadas da Bossa Nova.
Em 2023, “Handshake Hunt”, da GUT para Mercado Livre, brilhou com uma ideia simples, mas poderosamente conectada à cultura.
Em 2022, “Nike – Never Done Evolving ft. Serena Williams”, da AKQA, combinou storytelling, inovação e tecnologia de maneira brilhante. Também em 2022, a campanha “Muito prazer, nós somos a TERR4”, da AlmapBBDO, trouxe sustentabilidade e provocação para o centro da discussão com potência criativa.
Esses projetos refletem o nosso compromisso com causas relevantes, inovação narrativa e impacto cultural. É essa consistência – e ano após ano – que fortalece a reputação do Brasil como uma potência criativa global.
Além da celebração, Cannes é sempre sobre debate. E um tema que não pode ficar de fora este ano é o uso da inteligência artificial.
Inclusive, confesso: este próprio texto foi revisado e aprimorado com a ajuda de IA. E isso não me diminui – me amplia.
Saber usar a tecnologia para refinar ideias, pensar com mais velocidade e entregar com mais consistência talvez seja a nova habilidade criativa do nosso tempo.
Espero ver discussões maduras sobre como a IA pode colaborar com o talento humano. E como ela pode ampliar a acessibilidade, a inclusão e a potência das ideias.
Porque, no fim, o que emociona, conecta e transforma ainda vem de dentro: da sensibilidade, da escuta e do repertório que só o humano carrega.
Este ano, também terei o privilégio de participar de um painel sobre agências independentes e boutiques criativas no Brasil: “Independent and Bold: the new age of boutique agencies”, no The Forum, dia 19 de junho.
Mais do que uma conversa profissional, é um encontro emocional. Criar a própria agência – como fiz com a Dark Kitchen Creatives – foi muito além de abrir um CNPJ. Foi abrir espaço para sonhar, criar e viver a comunicação do jeito que acredito (e acreditamos como grupo: eu, Clariana e Carlão): com autonomia, profundidade e verdade.
Divido o palco com Davi Cury, da BPool — plataforma startup de martech que conecta clientes a agências independentes —, Felipe Silva, da GANA, e Luciana Haguiara, da Nation.
Três lideranças que, como nós, escolheram um caminho próprio, provando que é possível romper os formatos tradicionais e propor novos modelos – mais flexíveis, autorais e conectados com o futuro que queremos.
Porque este momento não é apenas sobre o que move a indústria. É, principalmente, sobre um ponto de inflexão: a virada das agências indie e boutique, que vêm conquistando cada vez mais espaço com seu jeito único, ágil e apaixonado de fazer as coisas.
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