Comunicação
As trocas em comandos de agências nos últimos 5 anos
As grandes mudanças recentes chama a atenção para a alta rotatividade entre as agências na lista das 30 maiores do País
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Bárbara Sacchitiello
16 de agosto de 2019 - 7h31
Embora a rotatividade dos cargos – inclusive os da alta cúpula – seja alta na indústria da comunicação, a movimentação nas lideranças de holdings e agências de publicidade ocorrido na mesma semana foi incomum. Em um intervalo de três dias foram anunciados os novos responsáveis pelo comando do WPP no Brasil e da agência FCB, além da saída de Fabio Fernandes, um dos principais nomes da criatividade brasileira, da liderança da F/Nazca Saatchi & Saatchi.
Seja por decisão das holdings internacionais proprietárias ou por conta dos novos rumos de carreira dos profissionais, a alternância no comando das grandes agências de publicidade tem sido constante no mercado brasileiro. A reportagem de Meio & Mensagem fez um levantamento entre as 30 maiores agências do Brasil – segundo o ranking Agências & Anunciantes publicado em meio de 2019 – e mapeou as mudanças no comando ocorridas nos últimos cinco anos.Para esta análise não foram consideradas as fusões e incorporações de agências, movimentos que, naturalmente, resultam em mudanças na liderança, como a união da Sunset com a DM9DDB no fim do ano passado, que resultou na SunsetDDB.
Todas as agências listadas abaixo nomearam seu atual presidente ou CEO nos últimos 5 anos (de 2014 em diante). Alguns já atuavam na casa e foram promovidos à presidência, enquanto outros vieram de outras companhias do mercado para assumir o desafio. Veja:
WPP — 2019
Em novembro de 2017, a maior holding de comunicação do mundo decidiu nomear um executivo para comandar toda a operação das agências brasileiras. O escolhido, na época, foi Sergio Amado, que vinha de uma longa trajetória no comando do Grupo Ogilvy. Na semana passada, uma nova mudança foi anunciada pela holding: Stefano Zunino, executivo então responsável pelo comando do grupo J. Walter Thompson no Brasil, foi escolhido para o lugar de Sergio Amado para ser o responsável pelos negócios do WPP no País. Com a mudança, Amado deixou a companhia.
Y&R — 2015
A principal agência de publicidade do Grupo Newcomm nomeou David Laloum como seu novo CEO no final de 2015, em uma reorganização da estrutura do Grupo Newcomm que culminou com a ida de Marcos Quintela, então CEO da Y&R, para o posto de CEO do grupo. Apesar da fusão global entre as redes Y&R e VML, a operação da Y&R segue independente no País, com Laloum no comando.
Grupo Ogilvy — 2017
Em 2017, Luiz Fernando Musa, que já era CEO da Ogilvy & Mather, assumiu o cargo de CEO de todo o grupo Ogilvy no País. Com a mudança, o então líder do Grupo Ogilvy no Brasil, Sergio Amado, passou a ocupar o posto de chairman – até ser deslocado, meses depois, para a liderança do WPP no Brasil.
Artplan — 2019
Responsável pela liderança do escritório da Artplan em São Paulo desde a sua abertura, há cinco anos, Antonio Fadiga também assumiu, em maio de 2019, a operação da agência no Rio de Janeiro, no lugar de Marco Antonio Vieira Souto.
Talent Marcel — 2015
Com uma longa trajetória na liderança criativa da Talent, João Livi foi nomeado CEO da agência em 2015, assim que a operação se uniu à rede Marcel, do Publicis Worldwide, ganhando o novo nome de Talent Marcel. Antes, João Livi era COO e CCO da agência e, ao ser promovido, assumiu o posto de José Eustachio, que continuo no dia a dia da operação na função de chairman.
Publicis Brasil — 2019
Em fevereiro deste ano, a Publicis Brasil ganhou sua configuração atual, com Eduardo Lorenzi na função de CEO. Antes, a agência era copresidida por ele e por Miriam Shirley, que naquele momento foi deslocada para a liderança da Sapient AG2, outra agência da rede. Miriam e Eduardo lideraram a agência desde o final de 2017, quando Hugo Rodrigues deixou a empresa para assumir a WMcCann.
WMcCann — 2017
A ida de Hugo Rodrigues para a WMcCann encerrou uma trajetória de 18 anos do profissional na Publicis e também gerou mudanças importantes na agência. Um dos maiores nomes da publicidade nacional, Washington Olivetto deixou o dia a dia da WMcCann. Meses depois, Martin Montoya, que exercia o papel de CEO antes da chegada de Hugo Rodrigues, também deixou a casa.
Leo Burnett Tailor Made — 2014
Em um processo de sucessão, Paulo Giovanni, então presidente da Leo Burnett, nomeou Marcelo Reis e Marcio Toscani como seus sucessores no comando da operação. Giovanni continuou na agência como chairman e, depois, assumiu a liderança da Publicis Worldwide no Brasil, até se desligar completamente do grupo, posteriormente.
AlmapBBDO — 2018
As mudanças na liderança da AlmapBBDO começaram em 2015, quando Marcello Serpa e José Luiz Madeira, sócios da operação, encerraram a trajetória de duas décadas na agência. Para dar continuidade aos negócios, a agência definiu um comando triplo, formado pelo CCO, Luiz Sanches, pela CSO, Cintia Gonçalves e pelo COO, Rodrigo Andrade. No ano seguinte, Andrade deixou a agência, ficando o comando dividido entre Luiz Sanches e Cintia. Em dezembro de 2018, no entanto, a AlmapBBDO fez uma nova organização da liderança e promoveu Filipe Bartholomeu ao posto de CEO, enquanto Luiz Sanches assumiu o posto de chairman.
J. Walter Thompson — 2019
Na semana passada, a FCB Brasil anunciou que Ricardo John havia sido contratado para os cargos de CEO e CCO. Com isso, ficou vago o comando da J. Walter Thompson, que desde o ano passado tinha sido entregue à John em um movimento que também impactou na promoção do então CEO, Ezra Geld, ao posto de CEO do Grupo J. Walter Thompson no Brasil. A situação da agência, no entanto, deverá ser definida em breve por conta da fusão entre a rede e a Wunderman, um movimento global do WPP anunciado no ano passado.
Lew’Lara\TBWA — 2017
No final de 2017, o então CEO da Lew’Lara/TBWA, Marcio Oliveira, anunciou que deixaria a agência após 17 anos de trabalho para um novo desafio: assumir a copresidência da DM9DDB, ao lado de Paulo Coelho. Com a movimentação, a agência passou a ser comandada diretamente pelo chairman, Luiz Lara, que desde 2011 está na função. Já Oliveira deixou a operação no final de 2018, quando o Omnicom anunciou a fusão da DM9 com a Sunset.
FCB Brasil — 2019
Em uma nova fase, a FCB Brasil anunciou, na semana passada, a nomeação de Ricardo John para os cargos de CEO e CCO. Além de liderar toda a operação da agência, John terá a missão de substituir Joanna Monteiro no comando criativo. Única mulher a ocupar o posto de CCO em uma grande agência de publicidade do País, Joanna foi promovida a um cargo global na rede FCB e irá atuar diretamente do escritório de Nova York.
F/Nazca Saatchi & Saatchi — 2019
Com uma longa carta de despedida – que deixava claro que a saída não havia sido uma decisão pessoal, mas sim uma imposição do Publicis Groupe – Fábio Fernandes encerrou, na semana passada, sua trajetória na F/Nazca. A agência, fundada por ele em 1994, conquistou diversos prêmios criativos nacionais e internacionais, entre eles o primeiro (e até o momento, único) Grand Prix de Film para o Brasil no Cannes Lions. Fabio Fernandes, contudo, afirmou que a saída da agência não significa que deixará o mercado publicitário. Já a F/Nazca, enquanto isso, ainda não nomeou um novo líder.
Grey — 2018
Em março do ano passado, a Grey Brasil concentrou o comando de sua operação em Marcia Esteves. Até então, a executiva dividia a presidência da agência com Rodrigo Jatene, que assumiu a liderança criativa de um dos escritórios da rede nos Estados Unidos. Marcia e Jatene haviam sido oficializados como co-CEOs da Grey no segundo semestre de 2017.
MullenLowe — 2018
Outro importante nome da publicidade brasileira, José Henrique Borghi deixou o posto de co-CEO da MullenLowe em março do ano passado, comunicando que entraria em um período sabático. Com a saída, a liderança do escritório ficou concentrada em André Gomes, que já exercia a função de co-CEO. Atualmente, Borghi presta consultoria à agência LvL para o atendimento da conta da Cacau Show.
Z+ — 2019
Recentemente, a holding proprietária da BETC/Havas e da Z+ promoveu uma mudança em suas lideranças. Marcos Lacerda, que ocupava o posto de managing diretor na BETC/Havas foi deslocado para o comando da Z+. A razão principal da mudança foi a manutenção da conta d TIM na carteira da agência, trabalho que contou com a participação direta de Lacerda mesmo quando ele ainda estava na BETC. O cargo de CEO da Z+ estava vago desde fevereiro, desde a morte de Douglas Patricio.
Fbiz — 2019
Em janeiro deste ano, a Fbiz anunciou a chegada de Fernand Alphen para dividir o posto de CEO com Roberto Grosman. Dessa forma, a agência voltou a ter um comando duplo – o que não acontecia desde outubro de 2017, quando Pedro Reiss, que dividia a liderança da Fbiz com Grosman, aceitou o convite para liderar a operação da Wunderman no Brasil.
Wieden+Kennedy — 2018
Um dos fundadores da operação brasileira da Wieden+Kennedy São Paulo, André Gustavo deixou a operação em 2018 para assumir a conta global de Nike diretamente no escritório matriz da agência, em Portland. Com a sua saída, Fernanda Antonelli foi contratada para assumir o cargo de managing director da operação em São Paulo, ao lado da dupla de diretores-executivos de criação Eduardo Lima e Renato Simões.
NBS — 2018
No ano passado, a NBS mudou seu modelo de gestão, adotando o formato de copresidência. As funções foram assumidas pelos sócios André Lima, que já era vice-presidente de criação e Roberto Tourinho, que era vice-presidente de operações. No comando, os dois profissionais substituíram Cyd Alvarez, que comandava a NBS desde a sua fundação no Rio de Janeiro, há 17 anos. Alvarez continuou respondendo ao Grupo DAN como chairman da agência.
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