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Comunicação

As trocas em comandos de agências nos últimos 5 anos

As grandes mudanças recentes chama a atenção para a alta rotatividade entre as agências na lista das 30 maiores do País


16 de agosto de 2019 - 7h31

Fabio Fernandes, Sergio Amado e Marcello Serpa: três das lideranças de agências que deixaram o posto nos últimos anos (Crédito: Arthur Nobre e Eduardo Lopes)

Embora a rotatividade dos cargos – inclusive os da alta cúpula – seja alta na indústria da comunicação, a movimentação nas lideranças de holdings e agências de publicidade ocorrido na mesma semana foi incomum. Em um intervalo de três dias foram anunciados os novos responsáveis pelo comando do WPP no Brasil e da agência FCB, além da saída de Fabio Fernandes, um dos principais nomes da criatividade brasileira, da liderança da F/Nazca Saatchi & Saatchi.

Seja por decisão das holdings internacionais proprietárias ou por conta dos novos rumos de carreira dos profissionais, a alternância no comando das grandes agências de publicidade tem sido constante no mercado brasileiro. A reportagem de Meio & Mensagem fez um levantamento entre as 30 maiores agências do Brasil – segundo o ranking Agências & Anunciantes publicado em meio de 2019 – e mapeou as mudanças no comando ocorridas nos últimos cinco anos.

Para esta análise não foram consideradas as fusões e incorporações de agências, movimentos que, naturalmente, resultam em mudanças na liderança, como a união da Sunset com a DM9DDB no fim do ano passado, que resultou na SunsetDDB.

Todas as agências listadas abaixo nomearam seu atual presidente ou CEO nos últimos 5 anos (de 2014 em diante). Alguns já atuavam na casa e foram promovidos à presidência, enquanto outros vieram de outras companhias do mercado para assumir o desafio. Veja:

WPP — 2019
Em novembro de 2017, a maior holding de comunicação do mundo decidiu nomear um executivo para comandar toda a operação das agências brasileiras. O escolhido, na época, foi Sergio Amado, que vinha de uma longa trajetória no comando do Grupo Ogilvy. Na semana passada, uma nova mudança foi anunciada pela holding: Stefano Zunino, executivo então responsável pelo comando do grupo J. Walter Thompson no Brasil, foi escolhido para o lugar de Sergio Amado para ser o responsável pelos negócios do WPP no País. Com a mudança, Amado deixou a companhia.

 

Stefano Zunino é o responsável por todas as operações das agências do Grupo WPP no Brasil (Crédito: Arthur Nobre)

Y&R — 2015
A principal agência de publicidade do Grupo Newcomm nomeou David Laloum como seu novo CEO no final de 2015, em uma reorganização da estrutura do Grupo Newcomm que culminou com a ida de Marcos Quintela, então CEO da Y&R, para o posto de CEO do grupo. Apesar da fusão global entre as redes Y&R e VML, a operação da Y&R segue independente no País, com Laloum no comando.

 

David Laloum, CEO da Y&R (Crédito: Arthur Nobre)

Grupo Ogilvy — 2017
Em 2017, Luiz Fernando Musa, que já era CEO da Ogilvy & Mather, assumiu o cargo de CEO de todo o grupo Ogilvy no País. Com a mudança, o então líder do Grupo Ogilvy no Brasil, Sergio Amado, passou a ocupar o posto de chairman – até ser deslocado, meses depois, para a liderança do WPP no Brasil.

 

Fernando Musa, CEO do Grupo Ogilvy no Brasil (Crédito: Divulgação)

Artplan — 2019
Responsável pela liderança do escritório da Artplan em São Paulo desde a sua abertura, há cinco anos, Antonio Fadiga também assumiu, em maio de 2019, a operação da agência no Rio de Janeiro, no lugar de Marco Antonio Vieira Souto.

 

Antônio Fadiga assumiu também o comando da Artplan no Rio de Janeiro (Crédito: Divulgação)

Talent Marcel — 2015
Com uma longa trajetória na liderança criativa da Talent, João Livi foi nomeado CEO da agência em 2015, assim que a operação se uniu à rede Marcel, do Publicis Worldwide, ganhando o novo nome de Talent Marcel. Antes, João Livi era COO e CCO da agência e, ao ser promovido, assumiu o posto de José Eustachio, que continuo no dia a dia da operação na função de chairman.

 

João Livi lidera a Talent Marcel desde 2015 (Crédito: Arthur Nobre)

Publicis Brasil — 2019
Em fevereiro deste ano, a Publicis Brasil ganhou sua configuração atual, com Eduardo Lorenzi na função de CEO. Antes, a agência era copresidida por ele e por Miriam Shirley, que naquele momento foi deslocada para a liderança da Sapient AG2, outra agência da rede. Miriam e Eduardo lideraram a agência desde o final de 2017, quando Hugo Rodrigues deixou a empresa para assumir a WMcCann.

 

Desde fevereiro, Eduardo Lorenzi lidera sozinho a Publicis Brasil (Crédito: Arthur Nobre)

WMcCann — 2017
A ida de Hugo Rodrigues para a WMcCann encerrou uma trajetória de 18 anos do profissional na Publicis e também gerou mudanças importantes na agência. Um dos maiores nomes da publicidade nacional, Washington Olivetto deixou o dia a dia da WMcCann. Meses depois, Martin Montoya, que exercia o papel de CEO antes da chegada de Hugo Rodrigues, também deixou a casa.

 

Hugo Rodrigues, CEO e chairman da WMcCann (Crédito: Divulgação)

Leo Burnett Tailor Made — 2014
Em um processo de sucessão, Paulo Giovanni, então presidente da Leo Burnett, nomeou Marcelo Reis e Marcio Toscani como seus sucessores no comando da operação. Giovanni continuou na agência como chairman e, depois, assumiu a liderança da Publicis Worldwide no Brasil, até se desligar completamente do grupo, posteriormente.

 

Marcelo Reis (à esq.) e Marcio Toscani, copresidentes da Leo Burnett Tailor Made (Crédito: Divulgação)

AlmapBBDO — 2018
As mudanças na liderança da AlmapBBDO começaram em 2015, quando Marcello Serpa e José Luiz Madeira, sócios da operação, encerraram a trajetória de duas décadas na agência. Para dar continuidade aos negócios, a agência definiu um comando triplo, formado pelo CCO, Luiz Sanches, pela CSO, Cintia Gonçalves e pelo COO, Rodrigo Andrade. No ano seguinte, Andrade deixou a agência, ficando o comando dividido entre Luiz Sanches e Cintia. Em dezembro de 2018, no entanto, a AlmapBBDO fez uma nova organização da liderança e promoveu Filipe Bartholomeu ao posto de CEO, enquanto Luiz Sanches assumiu o posto de chairman.

 

Cintia Gonçalves (CSO), Luiz Sanches (chairman e CCO ) e Filipe Bartholomeu (CEO): as lideranças da AlmapBBDO

J. Walter Thompson — 2019
Na semana passada, a FCB Brasil anunciou que Ricardo John havia sido contratado para os cargos de CEO e CCO. Com isso, ficou vago o comando da J. Walter Thompson, que desde o ano passado tinha sido entregue à John em um movimento que também impactou na promoção do então CEO, Ezra Geld, ao posto de CEO do Grupo J. Walter Thompson no Brasil. A situação da agência, no entanto, deverá ser definida em breve por conta da fusão entre a rede e a Wunderman, um movimento global do WPP anunciado no ano passado.

 

Ezra Geld é o atual CEO do grupo J. Walter Thompson no Brasil (Crédito: Arthur Nobre)

Lew’Lara\TBWA — 2017
No final de 2017, o então CEO da Lew’Lara/TBWA, Marcio Oliveira, anunciou que deixaria a agência após 17 anos de trabalho para um novo desafio: assumir a copresidência da DM9DDB, ao lado de Paulo Coelho. Com a movimentação, a agência passou a ser comandada diretamente pelo chairman, Luiz Lara, que desde 2011 está na função. Já Oliveira deixou a operação no final de 2018, quando o Omnicom anunciou a fusão da DM9 com a Sunset.

 

Luiz Lara é chairman do Grupo TBWA que inclui a Lew’Lara (Crédito: Divulgação)

FCB Brasil — 2019
Em uma nova fase, a FCB Brasil anunciou, na semana passada, a nomeação de Ricardo John para os cargos de CEO e CCO. Além de liderar toda a operação da agência, John terá a missão de substituir Joanna Monteiro no comando criativo. Única mulher a ocupar o posto de CCO em uma grande agência de publicidade do País, Joanna foi promovida a um cargo global na rede FCB e irá atuar diretamente do escritório de Nova York.

 

Ricardo John assumiu os postos de CEO e CCO da FCB Brasil (Crédito: Divulgação)


F/Nazca Saatchi & Saatchi — 2019

Com uma longa carta de despedida – que deixava claro que a saída não havia sido uma decisão pessoal, mas sim uma imposição do Publicis Groupe – Fábio Fernandes encerrou, na semana passada, sua trajetória na F/Nazca. A agência, fundada por ele em 1994, conquistou diversos prêmios criativos nacionais e internacionais, entre eles o primeiro (e até o momento, único) Grand Prix de Film para o Brasil no Cannes Lions. Fabio Fernandes, contudo, afirmou que a saída da agência não significa que deixará o mercado publicitário. Já a F/Nazca, enquanto isso, ainda não nomeou um novo líder.

 

Fabio Fernandes despediu-se da agência que fundou, a F/Nazca, na semana passada (Crédito: Eugênio Goulart)

Grey — 2018
Em março do ano passado, a Grey Brasil concentrou o comando de sua operação em Marcia Esteves. Até então, a executiva dividia a presidência da agência com Rodrigo Jatene, que assumiu a liderança criativa de um dos escritórios da rede nos Estados Unidos. Marcia e Jatene haviam sido oficializados como co-CEOs da Grey no segundo semestre de 2017.

Marcia Esteves lidera sozinha a operação da Grey desde o ano passado (Crédito: Arthur Nobre)

MullenLowe — 2018
Outro importante nome da publicidade brasileira, José Henrique Borghi deixou o posto de co-CEO da MullenLowe em março do ano passado, comunicando que entraria em um período sabático. Com a saída, a liderança do escritório ficou concentrada em André Gomes, que já exercia a função de co-CEO. Atualmente, Borghi presta consultoria à agência LvL para o atendimento da conta da Cacau Show.

 

José Henrique Borghi deixou a operação da Mullen Lowe (Crédito: Divulgação)

Z+ — 2019
Recentemente, a holding proprietária da BETC/Havas e da Z+ promoveu uma mudança em suas lideranças. Marcos Lacerda, que ocupava o posto de managing diretor na BETC/Havas foi deslocado para o comando da Z+. A razão principal da mudança foi a manutenção da conta d TIM na carteira da agência, trabalho que contou com a participação direta de Lacerda mesmo quando ele ainda estava na BETC. O cargo de CEO da Z+ estava vago desde fevereiro, desde a morte de Douglas Patricio.

 

Marcos Lacerda foi deslocado pelo grupo DAN para o comando da agência Z+ (Crédito: Divulgação)

Fbiz — 2019
Em janeiro deste ano, a Fbiz anunciou a chegada de Fernand Alphen para dividir o posto de CEO com Roberto Grosman. Dessa forma, a agência voltou a ter um comando duplo – o que não acontecia desde outubro de 2017, quando Pedro Reiss, que dividia a liderança da Fbiz com Grosman, aceitou o convite para liderar a operação da Wunderman no Brasil.

 

Fernand Alphen (à esq.) e Roberto Grosman lideram a Fbiz (Crédito: Denise Tadei)

Wieden+Kennedy — 2018
Um dos fundadores da operação brasileira da Wieden+Kennedy São Paulo, André Gustavo deixou a operação em 2018 para assumir a conta global de Nike diretamente no escritório matriz da agência, em Portland. Com a sua saída, Fernanda Antonelli foi contratada para assumir o cargo de managing director da operação em São Paulo, ao lado da dupla de diretores-executivos de criação Eduardo Lima e Renato Simões.

 

Fernanda Antonelli é a managing director da Wieden+Kennedy São Paulo (Crédito: Divulgação)

NBS — 2018
No ano passado, a NBS mudou seu modelo de gestão, adotando o formato de copresidência. As funções foram assumidas pelos sócios André Lima, que já era vice-presidente de criação e Roberto Tourinho, que era vice-presidente de operações. No comando, os dois profissionais substituíram Cyd Alvarez, que comandava a NBS desde a sua fundação no Rio de Janeiro, há 17 anos. Alvarez continuou respondendo ao Grupo DAN como chairman da agência.

 

André Lima (à esq.) e Roberto Tourinho são os co-CEOs da NBS (Crédito: Reprodução)

 

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