Como tornar a comunicação mais inclusiva e menos capacitista?

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Comunicação

Como tornar a comunicação mais inclusiva e menos capacitista?

Carolina Ignarra, fundadora do Talento Incluir, fala sobre o guia que visa ajudar comunicadores a representarem as pessoas com deficiência de forma real


8 de novembro de 2022 - 12h24

Para Carolina Ignarra, levar questões de inclusão para a pauta de comunicação é importante para todas as áreas da sociedade (Crédito: Divulgação)

Para Carolina Ignarra, levar questões de inclusão para a pauta de comunicação é importante para todas as áreas da sociedade (Crédito: Divulgação)

Em outubro desse ano o Grupo Talento Incluir lançou o “Guia de Comunicação Inclusiva sobre Pessoas com Deficiência”, direcionado para profissionais de comunicação. O material, que está disponível de forma gratuita no site da consultoria, tem a intenção é auxiliar os profissionais de comunicação a produzir conteúdo de forma inclusiva em relação às pessoas com deficiência, além de alertar sobre o uso de expressões capacitistas (termo usado para definir atitudes ou expressões discriminatórias em relação a pessoas com deficiência).

A primeira edição do guia, na verdade, foi lançada em 2019 a partir da análise de matérias jornalísticas sobre pessoas com deficiência que, de fato, não retratavam a mensagem da forma como ela deveria ser difundida. Carolina Ignarra, CEO e fundadora do Grupo Talento Incluir, fala que, apesar dos esforços do trabalho, o grupo achou que o resultado não havia rendido conforme o esperado. “

Para a profissional, existia uma demanda urgente de fazer essas informações ultrapassarem as linhas da imprensa e do jornalismo, estendendo-as a outros comunicadores. Daí surgiu a necessidade de escrever uma nova versão, com mais tópicos.

Por isso, a nova versão do guia é editável. Através de sugestões de leitores, especialistas e de pessoas com deficiência, o Grupo Talento vai aprimorando a forma de realizar a comunicação. “Temos a representatividade na nossa experiência, mas entendemos que as pessoas que são especializadas podem contribuir”, diz Carolina.

A identificação do problema

Como parte do problema de alguns comunicadores, o Grupo Talento Incluir identificou o uso de termos que não representavam mais as pessoas com deficiência. “A terminologia é uma das coisas que mais entendemos como necessidade de explicar, porque termos mais antigos não nos representam”, afirma a fundadora da consultoria.

A CEO explica que, muitas vezes, a comunicação, de forma geral, ainda faz uso de termos capacitistas que, por serem culturalmente tão difundidos, acabam passando desapercebidos. Exemplos disso são as expressões “mancada” e “mão de obra”, que fazem parte do dialeto cultural, mas que são considerados capacistas por fazerem menção às pessoas com deficiência.

Carolina reforça que o capacitismo é uma forma de opressão dirigida a pessoas com deficiência e que interfere diretamente na forma como são tratadas. Além disso, a iniciativa percebeu questões de invisibilização das pessoas com deficiência, já que, segundo a consultoria, há uma leitura muito falha sobre os dados de representação.

Uinstock: um banco de imagem com representatividade

Outro passo importante para o desenvolvimento de uma comunicação mais inclusiva foi a criação de um banco de imagens que retratasse a diversidade brasileira. Um dos principais pontos, nesse caso, era trazer uma imagem mais intersseccionalizada das pessoas com deficiência, mas sem reduzi-las a deficiência, mostrando que também são mães, pais, esposas, etc.

Por isso, a consultoria também criou o Unistock, banco de imagens que abre precedente para novos recortes e imagens e que conta com a produção e venda de fotos, além de servir como uma forma de inspiração para marcas. “A ideia veio da falta de representatividade nos bancos de imagem”, explica Carolina Ignarra.

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