Comunicação

Ian Black: “Minha prioridade está num processo de escuta”

Profissional fala sobre novo desafio como vice-presidente de comunidades e influência da WMcCann

i 15 de outubro de 2025 - 6h11

Ian Black

Ian Black na sede da WMcCann, em São Paulo (Crédito: Ricardo Barcellos)

Ian Black começou a responder como vice-presidente de comunidades e influência da WMcCann nesta segunda-feira, 13.

Nos últimos 15 anos, o publicitário esteve à frente da New Vegas, agência que cofundou, na posição de CEO. Ele diz que sua saída da operação, que faz parte da B&Partners, vinha sendo discutida há poucos meses, em decorrência da vontade dele de seguir por outros caminhos.

Uma vez que a intenção foi definida e acordada entre as partes envolvidas na conversa, Ian deu início a conversas com outras empresas do mercado. Ele acabou encontrando seu novo desafio na WMcCann, na qual exercerá um cargo inédito.

Na entrevista a seguir, Ian dá mais detalhes sobre a movimentação:

Meio & Mensagem – Qual deverá ser o destino da New Vegas: absorção pela Ampfy ou saída da B&Partners?

Ian Black – A New Vegas sempre foi e continuará sendo uma agência única, que ainda continua associada a B&Partners. Nunca conversamos sobre qualquer integração com a Ampfy e creio que a própria estrutura do escossistema da B&Partners oriente para uma autonomia distinta entre as partes.

M&M – Nesse cargo inédito que você está assumindo na WMcCann, quais serão as suas prioridades imediatas?

Ian – A minha prioridade máxima está num processo de escuta e aprendizado. Não apenas com o meu time, mas também com as lideranças de outras áreas. E a partir daí entender como meu trabalho pode acontecer alinhado com a visão da nossa CEO. O meu objetivo é qualificar as relações para que todo trabalho que queremos fazer se manifeste da forma mais integrada possível. WMcCann

M&M – ⁠O lado mainstream das agências é capaz de chacoalhar o mercado ou essa é uma função restrita às independentes?

Ian – A minha ida para a WMcCann escancara uma crença na capacidade das grandes agências, que já fazem grandes trabalhos. O desempenho das agências brasileiras em Cannes é uma demonstração desse poder. Mas não apenas isso. Uma das principais razões para eu ter escolhido trabalhar na WMcCann é a excelência da área de dados, com a qual meu trabalho está intimamente ligado.

O grande desafio das agências clássicas me parece estar em promover essas mudanças dentro de um ecossistema em constante movimento. Não à toa, muitos projetos que anteriormente eram confiados às independentes hoje são executados pelas clássicas.

E creio que isso se de muito em função de uma renovação nas lideranças excitavas, com muita gente jovem, nativo digital, e muitas mulheres.

M&M – Quais são as principais deficiências e fortalezas do mercado de marketing de influência hoje?

Ian – O que mais me fascina no mercado de influência é que ele é um campo aberto de experimentações e definições. Não existe um jeito certo de fazer e existem muitos profissionais e empresas especializadas evoluindo nesse sentido, com escolas de pensamentos distintas.

Acredito que para cada cliente existe uma estratégia única, que envolve diferentes objetivos, tipos de influenciadores e a própria dinâmica da comunicação. É um campo fértil para estudos e aperfeiçoamento. E aqui vem novamente a importância do trabalho de dados.

A maior fraqueza talvez esteja numa ausência de mais pesquisas feitas pela academia, financiadas pelo setor privado, que darmos conta de compreender esse universo vasto da influência por outras perspectivas.