Ponte deseja conectar marcas e negócios periféricos
Com atuação na Grande São Paulo, agência atua como hub criativo para fortalecer pequenos empreendedores

Carlos Henrique, diretor de relacionamento, e Lucas Felipe, fundador e diretor criativo da Ponte (Créditos: Divulgação)
Em meio ao crescimento da presença comercial das favelas e a busca por relevância cultural no ramo publicitário, nasce a agência Ponte, com a missão de criar conexões reais entre marcas e comunidades periféricas, fortalecendo a comunicação de pequenos negócios.
Idealizada por Lucas Felipe, a agência atua em duas frentes: branding e consultoria. Sua atuação abrange redes sociais, produção de conteúdo e campanhas para pequenos e médios empreendedores da favela, além de funcionar como um hub criativo e estratégico, gerando valor para as marcas.
“O nome nasceu inspirado na música dos Racionais MC’s, quando Mano Brown canta: ‘O mundo é diferente da ponte pra cá’. Nosso propósito é exatamente esse, criar uma ponte entre dois mundos que historicamente foram separados, aproximar grandes marcas dos territórios periféricos e, ao mesmo tempo, garantir que pequenos e médios empreendedores tenham acesso a comunicação de qualidade, com valores justos e que cabem no bolso”, explica Felipe.
Segundo o Instituto Locomotiva, as favelas brasileiras movimentam mais de R$ 200 bilhões ao ano. Paralelamente, dados do Sebrae revelam que cerca de 30% das pequenas empresas fecham antes de completar dois anos, devido à falta de visibilidade, posicionamento e conexão com o público.
Felipe explica que é para sanar essa dor que nasce a Ponte. “As grandes agências ainda não conseguem se comunicar de forma verdadeira e assertiva com a favela. Essa é a nossa expertise, nós somos da periferia, entendemos a linguagem e a realidade. E não estamos aqui para competir com as grandes estruturas, mas sim para ser um hub, uma Ponte entre elas e os territórios”.
O time da agência é composto por profissionais da favela, que possuem repertório técnico e criativo alinhado com a cultura do território. Dois projetos já estão em andamento com negócios da comunidade, enquanto a agência também articula uma rede de influenciadores periféricos e lideranças comunitárias.
Um dos projetos acontece dentro da Neo Química Arena, em parceria com o HubFIEL. O objetivo é criar acesso para a comunidade da região e acelerar pequenos e médios negócios da Zona Leste. Já o segundo é um projeto musical que conecta diferentes artistas e estilos, fortalecendo marcas dentro das periferias.
“A gente sempre pergunta: o que a publicidade pode devolver para o território? Não basta só mostrar pessoas da quebrada em uma campanha. É preciso que a marca também deixe algo. Se for uma marca de tinta, por exemplo, por que não realizar uma intervenção artística no bairro, valorizando artistas locais? Cada projeto é pensado para gerar impacto concreto e positivo na comunidade”, acrescenta o fundador.
Em sua estreia no mercado publicitário, a Ponte atua na Grande São Paulo e Capital, com planos de expansão gradual.