WPP: queda de 10,2% na receita orgânica no primeiro semestre
Lucro da holding cai 71% no período em meio a reestruturações e troca de CEO

Em seu último mês como CEO do WPP, Mark Read relatou cenário instável e de pressão para os negócios (Crédito: Arthur Nobre)
No apagar das luzes da gestão de Mark Read – o executivo deixará o cargo de CEO em setembro e Cindy Rose será sua sucessora –, a posição do WPP é delicada.
A holding divulgou, nesta quinta-feira, 7, o balanço financeiro relativo ao desempenho da companhia no segundo trimestre e na primeira metade de 2025. Nos primeiros seis meses do ano, a receita orgânica retrocedeu 10,2% e atingiu montante de £ 5 bilhões. Há um mês, a organização já havia revisado para baixo suas previsões anuais.
Já os lucros tiveram recuo de 71% no primeiro semestre. Reflexo, segundo Read, de um ambiente de negócios mais lento e pressões sobre os investimentos dos clientes em comunicação.
No segundo trimestre, período que corresponde aos meses de abril, maio e junho, o grupo reportou receita orgânica de £ 2,5 bilhões e queda de 12,6%. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, a queda foi de 5,8%.
As agências globais integradas do WPP apresentaram recuo de 4,5% no primeiro semestre e de 6% no segundo trimestre, enquanto a WPP Media (ex-GroupM), caiu 2,9% nos seis primeiros meses do ano (e 4,7% no segundo trimestre). O que o grupo chama de “outras agências criativas integradas” tiveram recuo de 5,8% no primeiro semestre e de 7,2% no segundo trimestre.
Por região, a companhia também registrou quedas nos dois períodos, respectivamente: América do Norte (2,4% e 4,6%); Reino Unido (6% e 6,5%); Europa Continental (5,5% e 6,5%); resto do mundo (o que inclui América Latina, teve queda de 5,4% e 6,8%); Índia (cresceu 0,1% no primeiro semestre e teve recuo de 3,9% no segundo trimestre); e China caiu 16,6% e 15,9%.
A holding afirma que clientes dos segmentos de tecnologia e serviços digitais, automóveis e healthcare se mantiveram estáveis ao longo da primeira metade do ano, mas a pressão sobre as três áreas foi maior no segundo trimestre. O setor de bens de consumo, que representa a maior faixa de receita para o WPP, também registrou queda no segundo trimestre.
Neste ano, o grupo conquistou clientes como L’Oréal e Samsung (influência); Generali, Ikea e Heineken (criação e commerce); Electronic Arts, Hisense e Hero Motocorp (mídia); TK Maxx e Honda (relações públicas).
O balanço da companhia afirma que os cortes de gastos e o foco em eficiência de back office têm ajudado a alcançar uma base de custos mais flexível. Desde o começo do ano, a equipe global da holding encolheu 3,7%: eram 111 mil funcionários até o final do ano passado, agora são 104 mil.
Em setembro, Read deixará a companhia e Cindy Rose, ex-Microsoft, assumirá como CEO em seu lugar.
“O WPP é uma companhia com força enorme em criatividade e mídia, tecnologia e IA, pessoas talentosas, relações profundas com os clientes e alcance global sem paralelos. Ao longo dos meus sete anos como CEO, a revolução tecnológica tem sido uma constante – e acredito que isso se deve ao investimento em IA. Podemos olhar para o futuro com confiança. Gostaria de agradecer aos nossos clientes pela parceria e às nossas pessoas pela dedicação. Desejo a todos, e a Cindy, todo sucesso no futuro”, declarou Read, em nota.