Shoppertainment e o poder de transformação do e-commerce
Monique Lima, da Mimo Live, e Rodrigo Farah, da Shopee, explicam como o entretenimento atua como estratégia de vendas e conversão de clientes
Shoppertainment e o poder de transformação do e-commerce
BuscarMonique Lima, da Mimo Live, e Rodrigo Farah, da Shopee, explicam como o entretenimento atua como estratégia de vendas e conversão de clientes
Beatriz Polido
11 de junho de 2025 - 7h00
Amanda Schnaider, Monique Lima e Rodrigo Farah (Créditos: Eduardo Lopes/Máquina da foto)
O shoppertainment – a união entre comércio digital e entretenimento – é um modelo de mercado que vem ganhando força no Brasil desde a pandemia. O tema fez parte de um dos paineis do Proxxima na tarde dessa terça-feira, 1o.
Impulsionado pela transformação digital do comportamento do consumidor, o modelo já se tornou uma realidade no País. Plataformas comp Shoppee, TikTok e Mimo são os grandes potencializadores.
Monique Lima, CEO da Mimo Live Sales, explicou que o consumidor pós-pandemia mudou muito: agora ele não quer apenas comprar, ele quer imergir na compra. Apenas olhar o produto no e-commerce muitas vezes não é suficiente, o que leva o comprador a buscar outras fontes – como reviews em vídeo – para conhecer aquele produto. Esses são os smart buyers.
É nessa necessidade que entra o live shopping, dando ao consumidor a oportunidade de encontrar entretenimento, informação e mecanismo de compra em um só lugar.
Para Rodrigo Farah, head de marca e social commerce da Shopee, esse modelo não apenas entretém, ele vende mais. “Desde que lançamos nossa plataforma de vídeo, as vendas aumentaram em mil por cento – mesmo sem divulgação”, afirma. Na Shopee, o live commerce conta com mais de 2 mil transmissões acontecendo simultaneamente.
Farah ainda explicou que o sucesso se dá pela experiência multifacetada. O consumidor pode tirar dúvidas, interagir e se informar igual em uma loja física, porém no conforto de casa.
O Brasil ja se consagrou como o segundo país no mundo com mais interações em lives comerciais, mostrando a busca crescente do consumidor por interação e benefícios econômicos.
E o movimento promete se intensificar com a chegada do TikTok Shop, uma plataforma consolidada tanto como entretenimento para o público, como fonte de retorno para as marcas.
À medida que o público brasileiro tem um contato maior com esse tipo de compra, a concorrência entre plataformas deve crescer. “O público vai buscar quem oferece o melhor desconto, a entrega mais rápida e a melhor experiência de navegação”, explicou Farah.
Farah explica que o modelo permite que o consumidor seja impactado por uma chuva de ofertas e oportunidades de maneira rápida, mas a chave da conversão está na fluidez. “O consumidor está com várias ofertas na tela, mas se ele clica e abre mais 30 abas ou páginas de cadastro, não vai funcionar. O ideal é que ele clique e o produto já vá direto para o carrinho, como fazemos na Shoppee,” explicou.
O principal obstáculo para a consolidação do shoppertainment no Brasil ainda é o acesso à tecnologia. Muitos varejistas não conseguem implementar esse modelo sozinhos, seja por conta da complexidade técnica ou dos custos envolvidos. A alternativa tem sido recorrer a plataformas especializadas que oferecem toda a estrutura necessária para a transmissão e operação das lives.
É o caso da Shopee e da Mimo Live Sales. Ambas contam com uma base robusta de clientes que já utilizam suas plataformas para realizar transmissões ao vivo com foco em vendas.
Para Monique, a recém chegada do TikTok Shop vai impactar positivamente o mercado. Por ser uma plataforma já conhecida, pode gerar uma educação mais orgânica sobre o que é esse tipo de comércio, o que impulsiona o comércio.
Monique ainda explicou que a variedade cada vez maior de canais também impacta positivamente o mercado, pois potencializa audiências. A tendência é que as marcas priorizem cada vez mais o multiplataforma, para alcançar diferentes públicos de maneira efetiva.
O shoppertainment exige que as marcas saibam contar histórias, gerar identificação e criar rituais de consumo. Lives de sucesso, segundo Monique, não precisam de celebridades, mas de autenticidade. “Um vendedor que conhece o produto pode engajar tanto quanto um influenciador”, disse. Criar uma narrativa que engaje o público e o envolva emocionalmente é o caminho para a conversão e fidelização.
O live commerce se posiciona como um meio de criar hábitos junto do consumidor. Conhecer suas preferências e seus horários de compra permite que a marca direcione melhor o conteúdo em vídeo. Isso cria um hábito com o cliente, que entra para se entreter e acaba comprando.
A ascensão do shoppertainment redefine o papel das marcas na jornada digital. Agora, não basta estar no e-commerce – é preciso entreter e dialogar. Com plataformas investindo pesado e consumidores cada vez mais atentos à experiência, o modelo se consolida como uma das maiores revoluções do varejo digital nos últimos anos.
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