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Tiago Leifert: como fazer a ponte entre TV e internet

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Evento ProXXIma

Tiago Leifert: como fazer a ponte entre TV e internet

Apresentador dividiu seus aprendizados no streaming e no Youtube e como toca o relacionamento com as marcas


1 de junho de 2023 - 11h56

No fim da tarde de quarta-feira, 31, o responsável por encerrar a edição 2023 do ProXXIma foi o jornalista, apresentador e produtor de conteúdo de esportes e games Tiago Leifert. Ele começou o painel reforçando que não vai substituir Faustão na Band, informação que circulou por alguns portais nos últimos dias.

Tiago Leifert

Tiago Leifert, no ProXXIma 2023: “O que consolou foi isso: eu não vou desaprender a fazer programa de televisão” (Crédito: Eduardo Lopes/ Imagem Paulista)

No dia em que foi anunciada a saída de Fausto Silva, da Band, Leifert estava na emissora gravando uma participação no programa, que foi exibida na noite de terça-feira, 30. Com isso, surgiram rumores de que ele estaria tendo conversas com emissora para assumir a atração. “Eu não estava em uma sala. Não vou substituir o Fausto”, afirmou.

Quando encerrou sua parceria de longa data com a Globo, em 2021, após a décima temporada do The Voice Brasil, o apresentador pretendia passar mais tempo com a família em ter um tempo livre. Não foi o que aconteceu.

No ano passado, Leifert se reaproximou do esporte e comentou os jogos do Campeonato Paulista, no Youtube, as partidas da Copa do Brasil para o Prime Video e criou o canal 3 na Área. Leifert também participou das transmissões da Copa do Mundo 2022, como narrador para o Globoplay. “Eu recebi muitos convites que não tinha como recusar”, apontou.

Saída de Tiago Leifert da TV aberta

Leifert também relembrou sua saída da Globo. “Eu sabia que o Big Brother Brasil 21 tinha sido muito bom. Achava que não tinha mais o que dizer para aquelas pessoas”, explicou. O apresentador também contou que tinha vontade de experimentar formatos e possibilidades que não eram possíveis dentro da companhia. “O que consolou foi isso: eu não vou desaprender a fazer programa de televisão”, explicou.

Depois da empreitada em outras plataformas, ele enxerga com bons olhos a pulverização das transmissões esportivas: “Acho que temos boas opções para vermos os jogos”. Apesar das diferenças, Leifert enxerga muitas similaridades entre o trabalho esportivo na TV e no streaming, Youtube.

“Você tem que ser o jornalista de alma para estar lá. Pode até falar um palavrão ou ter uma reação que não teria na TV aberta, mas tem que ser tratado como esporte”, conta.

Internet e e-sports

Para o apresentador, um dos principais aprendizados trazidos pela migração oficial para internet é o de que o público não necessariamente acompanha a mudança de plataforma. “Achava que pelo fato de ter 8 milhões de seguidores no Instagram também teria no canal de esportes. Não é assim. A audiência não migra”, afirmou.

Ainda assim, Leifert enxerga como positivo o crescimento vagaroso do canal. “Eu preciso que as pessoas realmente gostem daquilo”, disse. Neste ano, além do canal de esportes, o apresentador estreou um canal de games e sSports no Youtube e Twitch. Leifert foi embaixador da modalidade na TV aberta, com o Zero1, na Globo e já defendia o tema mesmo antes no Globo Esporte.

“O game faz parte da cultura esportiva”, contou. Ele analisou também o momento do segmento de games. “Hoje, é uma indústria muito séria. Mas eu acho que a bolha dos eSports está começando a estourar. Estão começando a perceber que tem algo errado com a divisão de riquezas daquele universo”.

Relação com as redes sociais

Leifert esteve à frente do Big Brother Brasil entre 2017 e 2021. Nesse período, ele algumas vezes fez críticas ao ódio que passou a receber nas redes sociais. “A função do apresentador do BBB é pular na granada. Não posso estar lá  para fazer o que o público quer, senão estraga o programa”, apontou.

O apresentador reconhece que sua relação com as redes ainda é problemática. Para ele, hoje, nas plataformas digitais há uma confusão entre crítica e ofensa e questiona o papel das big techs, citando o PL das Fake News. “Acho o Projeto de Lei péssimo também, mas não tem santo naquela sala. Tem muita coisa errada e precisa melhorar muito”.

Leifert na publicidade

Ainda na Globo, quando fez sua transição do esporte para o entretenimento, o apresentador se aproximou das marcas e da publicidade. Ainda assim, ele se diz seletivo com as empresas com quem trabalha. “Eu e minha irmã negamos 99% das coisas”. A irmã de Tiago, Marcela Leifert, é a responsável pelos contatos comerciais do jornalista.

Com parceria com marcas como Playstation, Ypê e Claro, ele prefere trabalhos longos e não fecha contratos de menos de um ano. “É um caminho mais autêntico, mas dá bem menos dinheiro”, confessou.

Futuro do conteúdo

Apesar do avanço dos dados, ele acredita que a intuição ainda é importante para determinar um bom conteúdo e defende uma mudança no critério de sucesso. “Como vivemos em mundo dominado pela Globo, com 80% de share, talvez a gente ache que sucesso é isso. Mas com todas as transformações que tivemos, nunca mais teremos um programa com 80% de share”, prevê.

Leifert também acredita que as ideias estão fluindo mal nas grandes empresas. “A Globo chegou a colocar cinco etapas para aprovar ideias. Eu dizia: Duvido que a Marvel faria isso”.

Os planos do apresentador incluem continuar produzindo para o futuro em esportes e games. Além disso, ele vislumbra outras possibilidades: “Eu sempre tive um sonho de escrever ficção, mas não vai ser agora”, avisou.

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