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Projeto oferece formação em design para jovens de baixa renda

Sem fins lucrativos, Design para Bordas quer conectar jovens a empresas e profissionais da área ao oferecer cursos de curta duração


25 de setembro de 2019 - 11h58

Primeiro curso do Design Para Bordas, em julho. (crédito: Marília Castelli)

A consultoria de inovação e design Questtonó, com sedes em São Paulo, Rio de Janeiro e Nova York,  está apoiando um novo projeto de capacitação em design para jovens de baixa renda, o Design para Bordas. A iniciativa sem fins lucrativos começa atendendo jovens da região metropolitana de São Paulo.

A proposta é oferecer a jovens com entre 16 e 18 anos cursos de curta duração, ministrado por profissionais voluntários, em três áreas-chave no mercado criativo: design de interfaces digitais, layouts gráficos e manipulação de imagens. Os participantes do programa, com entre 16 e 18 anos, terão acesso a bolsa-alimentação e auxílio-transporte durante os cursos, que começam oficialmente em novembro.

Levi Girardi, CEO da Questtonó, explica que o projeto nasceu de uma crítica ao mercado criativo. “A indústria criativa e do design é muito elitista e focada em pessoas com acesso a repertório, geralmente profissionais que fizeram boas a caras faculdades. Por outro lado, existem pessoas com muito talento, mas que nem imaginam em chegar a um escritório como o nosso”, diz Levi. Com uma filosofia orientada para o design sistêmico, a Questtonó atende a clientes como AB Inbev, Natura, Ford e Samsung.

O designer Mateus Bagatini, idealizador do projeto, cresceu na periferia de São Paulo e, inspirado por projetos de formação de jovens periféricos, como a agência de jornalismo Énois, teve a ideia para o Design para Bordas. Ele explica que o objetivo não é apenas criar uma escola ou programa, mas uma plataforma que agregue profissionais de referência e empresas interessados em formar jovens.

“A Questtonó não é dona do projeto. Nosso plano é que o projeto vire uma plataforma maior e que outras agências possam replicar os cursos em outros lugares”, diz Mateus. A consultoria realizou um curso piloto com dez jovens em julho. Um dos aprendizados, segundo Mateus, foi entender os anseios dos participantes e introduzir conceitos básicos do design. “Precisamos desconstruir o mercado criativo e a linguagem que usamos, como jargões e termos em inglês”, exemplifica.

A consultoria agora busca outras empresas do mercado criativo que possam sediar futuros cursos, de forma que os participantes ampliem suas conexões no mercado. Também mapeia parceiros que possam subsidiar licenças de programas de design, oferecer bolsas de estudos e computadores aos alunos. Para financiar as bolsas auxílio para os cursos de novembro, a Questtonó realiza um financiamento coletivo online através do site Benfeitoria.

“O mercado tem a responsabilidade de formar e trazer pessoas diferentes para perto, em vez de simplesmente se queixar de que não recebe os currículos esperados de outras origens. Há mais de 200 escritórios de design no Brasil, em diferentes especialidades. Se cada fizesse um curso desse tipo, a diferença seria enorme a médio e longo prazo”, argumenta Levi.

Futuramente, o objetivo é buscar patrocinadores que apoiem o projeto de forma perene e ajudem a direcionar os alunos para o mercado de trabalho. “Qualquer evento mais elitista do mercado capta verbas absurdas com patrocínios, então por que patrocinadores não poderiam financiar a formação de jovens? Pensar no ciclo todo é muito importante, então parceiros também podem ajudar a direcionar os jovens que se destaquem para vagas de estágio e trainee”, finaliza Mateus.

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