Deepfake e protopia são tendências para 2024

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Deepfake e protopia são tendências para 2024

VP da WGSN para América Latina, Daniela Dantas explica dois movimentos aos quais empresas devem ficar atentas nos próximos anos


1 de junho de 2022 - 17h51

De um relatório de 12 temas em ascensão ligados a inovação, para sua apresentação no ProXXIma durante o painel “Os movimentos que moldarão a sociedade de 2024”, Daniela Dantas, VP da WGSN para América Latina, selecionou dois que são mais urgentes na realidade das marcas: deepfake e realidades prototípicas.

 

Daniela Dantas, VP da WGSN para América Latina, alerta para deepfakes e recomenda protopia (Crédito: Eduardo Lopes/Imagem Paulista)

Segundo a executiva, entre as 10 necessidades mais preponderantes entre os humanos, se sentir seguro é uma. Diante de casos globais de vazamento de dados e uso de informações privadas para direcionamento de campanhas políticas, a insegurança gera atritos e se torna propulsor de mudança. Nesse contexto, os deep fakes se tornam mais um empecilho no consumo e produção de conteúdo.

Cunhado em 2017 por um usuário do Reddit que se especializou em criar vídeos pornográficos com o rosto de figuras públicas, o deepfake avançou nos últimos anos. Conforme dados compartilhados pela executiva, em 2019 foram produzidos 15 mil vídeos com deepfakes; em 2020, foram 85 mil; já em 2021, um dos aplicativos mais usados para essa produção foi baixado seis milhões de vezes. Basicamente, ele é originado a partir de aprendizado de padrões de movimentos e microexpressões da pessoa-alvo e uso de inteligência artificial.

Para Daniela, essas tecnologias sintéticas são capazes de influenciar a criação e recepção de conteúdo, o que tem um potencial desafiador grande. “Estamos preparados para o movimento deepfake? Não sabemos identificar uma notícia falsa no WhatsApp, quem dirá o deepfake?”, pontuou. Citando um estudo realizado pela Universidade de Buckingham, a executiva diz que, de um questionário para identificar que imagem é falsa ou verdadeira, 48% foram acertadas, então as imagens falsas já conseguem confundir o público.

“Isso muda o contexto, eleição. Temos que nos educar sobre mídias sintéticas e abrir portas. Empresas de startups a grandes empresas criam soluções para identificar deepfake, mas ninguém ainda conseguiu”, contou. Uma contratendência deve emergir disso clamando por mais humanização.

Em contraposição, há benefícios no uso dessa tecnologia, como na criação de vídeos corporativos, como de treinamentos ou para criar conteúdos em que os executivos falam diversas línguas. Porém, Daniela alerta: “Nosso papel é maior do que engajar com likes e fazer as pessoas comprarem produtos. O papel é de educar, formar, que tem a ver com melhores futuros”.

A protopia, por sua vez, é um convite a pensar e criar futuros pelos quais vale a pena esperar, nem utópicos e nem pessimista, mas um pouco dos dois. “Criar narrativas e histórias que tem princípio da utopia mas com pé na realidade”, descreve a executiva. Segundo ela, esse termo foi cunhado pelo ex-editor da Wired, Kevin Kelly, em 2011, que propunha a criação de narrativas que fujam do status quo, mas sem aspectos megalomaníacos.

Um exemplo prático é a conta do Instagram @design.emergency, criada por uma das criadoras do MoMa cujo objetivo é questionar como o design pode ser usado para melhorar o futuro e viabilizar ideias criativas. “A criatividade tem que ser mais otimista e por isso entra no entretenimento e vai para design de produto. Por fim, essa é a provocação: o que de fato seria a prototipia?”, colocou.

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