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Sem Walmart, e-commerce brasileiro ganha novos contornos

Decisão de encerrar marketplace tem papel simbólico em segmento que vê expansão recente de players como Magazine Luiza e Amazon


14 de maio de 2019 - 6h00

 

O encerramento do e-commerce do Walmart foi uma decisão tomada em 2017 (Crédito: Reprodução)

O fim do e-commerce do Walmart, anunciado na última sexta-feira, 10, era esperado desde 2017 quando a empresa já havia decidido pelo redirecionamento de seu foco no varejo físico. Ao todo, o Walmart deixa 3 mil empresas, que vendiam em sua plataforma, órfãs. Em comparação, a B2W possui 25,5 mil vendedores em seu marketplace, e o Magazine Luiza, 5 mil . Em janeiro de 2018, o fundo de private equity Advent comprou 80% das operações da rede americana no Brasil.

De acordo com o Walmart, o fim da saída da venda direta no e-commerce da empresa, em 2017, transformou a operação em marketplace que, na época, tinha uma participação inferior a 20% dentro do volume de transações. “O foco da empresa após a aquisição da Advent é investir no varejo e atacado físico. Nesta semana anunciamos nossa estratégia para atacado, a reforma de 50 lojas e o investimento em digital com soluções que integrem nossas lojas”, falou, em comunicado, na época.

Segundo análise da XP Investimentos, divulgada logo após a decisão, a saída do Walmart não causa um impacto em termos de volume. “Não vemos significativas mudanças no ambiente competitivo do segmento online com a saída do Walmart, tendo em vista o tamanho de sua operação, e acreditamos que o mercado deve permanecer concentrado nos grandes players como Mercado Livre, B2W, Via Varejo e Magazine Luiza”, diz o relatório.

Já Alexandre Marciano, vice-presidente da Cosin Consulting, explica que a decisão tem um um papel simbólico em meio a um segmento cuja concorrência é cada vez mais intensa. “Este espaço, certamente, será disputado por outros varejistas online relevantes, ainda mais em um momento em que o e-commerce no Brasil cresce, consistentemente, acima do varejo tradicional e com um consumidor cada vez mais digital”, explica Marciano.

A estimativa da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm) é de um volume de vendas no e-commerce estimado em R$ 79,9 bilhões em 2019, alta de 16% em relação a 2018. “Temos que considerar também que, não apenas o consumidor, mas as empresas que utilizam o marketplace do Walmart vão migrar para outras plataformas, criando novas oportunidades de negócio. Por fim, vale citar a oferta de profissionais experientes de e-commerce à disposição do mercado”, pontua Marciano.

Do ponto de vista de estratégia, Marciano aponta que esse movimento é um sinal visível das mudanças estratégicas que o Walmart vem desenvolvendo e implementando no Brasil desde a chegada do novo sócio. “A operação de e-commerce é pesada, dura e esbarra em dificuldades operacionais variadas, ainda mais no Brasil cuja legislação fiscal e logística são bastante complexas. O modelo adotado pelo Walmart para o e-commerce era segregado das operações do varejo físico, ou seja, sem sinergia de estoques, centros de distribuição, entre outros recursos.”

Recentemente, outra notícia já havia trazido uma movimentação relevante para o e-commerce. No fim de abril, o Magazine Luiza fechou a compra da Netshoes por R$ 244 milhões e, em janeiro, a Amazon Brasil anunciou a expansão de suas operações passando a fornecer mais de 20 milhões de produtos de diferentes categorias no seu e-commerce e inaugurando um centro de distribuição na região metropolitana de São Paulo.

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