Uber não quer futebol feminino como carona

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Uber não quer futebol feminino como carona

Companhia tem planos para apoiar globalmente a modalidade muito além da Copa do Mundo


25 de junho de 2019 - 7h00

Campanha #acreditanelas, do Uber (Divulgação)

Após a derrota do último domingo (24), que custou a eliminação da seleção brasileira na Copa do Mundo feminina, a jogadora Marta fez um desabafo emocionado. Entre suas reflexões, a camisa 10 pediu mais apoio ao futebol feminino no país. É consenso que a alegação é legitima por um lado. Por outro, do ponto de vista midiático e de marketing, o campeonato mundial movimentou como nunca a audiência e a iniciativa de patrocinadores e não patrocinadores do evento.

No Brasil marcas como Guaraná Antarctica, O Boticário, Gol, Lay’s, Itaú, Coral, Avon, Brahma e Uber lançaram mão de alguma ação neste momento de alta visibilidade para a modalidade. Mesmo assim, a pergunta que fica como ressalva é: quais são as empresas que realmente farão algo além de um apoio pontual? A Uber garante que será uma delas. Em junho, pouco antes do início da Copa do Mundo, durante o clássico Corinthians e Santos, pelo Brasileirão masculino, a companhia estendeu uma enorme bandeira nas arquibancadas da Vila Belmiro, com os dizeres: “Infelizmente, esta bandeira vai ser mais vista que o futebol feminino”.

Adriana Gomes (Crédito: divulgação)

A iniciativa deu início ao movimento “#AcreditaNelas”, que pretende contar com uma ação contínua para estimular uma mudança de perspectiva em relação ao futebol feminino. Na entrevista abaixo, Adriana Gomes, diretora de marketing da Uber Brasil, falou sobre os planos da marca para fortalecer o futebol feminino como uma plataforma de ativação da empresa no Brasil.

Adriana Gomes – Esse movimento começou agora ou já tinha plantado algumas sementes antes da ação com a bandeira no jogo entre Santos e Corinthians?
Meio & Mensagem – A ação da bandeira foi apenas o primeiro passo para lançar nosso movimento e chamar a atenção de torcedores, patrocinadores e mídia para a desigualdade dentro de campo. O #AcreditaNelas é um projeto em prol do futebol feminino, para que ele esteja todos os dias em todas as rodas, debates e conversas sobre o esporte mais popular do país. Ao longo dos últimos anos, nós fizemos parcerias com diversos times de futebol e acompanhamos como os torcedores todas as semanas vão com a Uber até seus estádios. Mas, percebemos que para essa história ficar completa nosso apoio precisaria ser estendido também aos times femininos. Essa é a única maneira de demonstrar que realmente acreditamos nelas. Há duas semanas, estendemos nossa parceria às equipes femininas dos dois principais times do Sul, Grêmio e Internacional, para a temporada atual.

De que maneira essa temática está alinhada com os propósitos da marca?
Acreditamos em oportunidades iguais e vemos que cada vez mais nossa plataforma tem sido uma forma para motoristas parceiras conquistarem sua independência. Acreditamos que as mulheres podem e devem ser o que elas quiserem: cientistas, empreendedoras, chefes, motoristas. E no futebol não poderia ser diferente. Temos também outras iniciativas que buscam trazer mais igualdade e empoderamento para as mulheres. O Eu Consigo, por exemplo, é um projeto formado por duas carretas que estão passando por 18 cidades de norte a sul do Brasil, para inspirar e encorajar meninas a seguirem carreira em CTEM (Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática).

Quais iniciativas já estão em curso e quais delas estão previstas para os próximos meses dentro do universo do futebol feminino?
Além do patrocínio aos times femininos da dupla Gre-Nal, patrocinamos em 2019 o maior torneio de futebol amador do Brasil, a Taça das Favelas, que aconteceu em São Paulo, com times masculinos e femininos. A Uber também será a patrocinadora oficial do Torneio Internacional das Seleções, com o Brasil e outros três países, e que têm realização prevista de 29/08/19 a 01/09/19 em São Paulo. O que queremos é ir além dos grandes eventos e ter ações reais. É por isso que teremos outras iniciativas para anunciar nas próximas semanas.

Esse é um movimento regional ou globalmente a Uber também atua na plataforma de futebol feminino?
Este é um movimento que está começando na América Latina, especificamente no Brasil e na Argentina. Na Argentina, estamos patrocinando as seleções masculina e feminina. Os Estados Unidos também estão promovendo uma campanha de apoio à modalidade com o conceito One more star (Mais uma estrela), que começou no dia 17 de junho.

Quais são os mais importantes atributos que podem ser explorados por uma marca na relação com o futebol feminino?
Acredito que o futebol feminino representa uma forma muito simbólica de luta das mulheres. No Brasil, o esporte era proibido para mulheres até 1979, então escolher fazer isso é um ato muito potente. O principal atributo a ser destacado é o empoderamento, a independência e a coragem das mulheres que decidiram enfrentar tantas dificuldades e preconceitos para viver o sonho de ser uma atleta do futebol feminino. Acreditamos que toda mulher deve ser pessoalmente e financeiramente independente para fazer o que quiser. Pregamos isso todos os dias – dentro e fora da plataforma.

A Copa do Mundo que está em curso (e sua inédita cobertura midiática) despertou a atenção de diversas marcas… Isso deve ser pontual ou daqui para frente o futebol feminino finalmente mudará de patamar em termos de investimento no Brasil?
Apoiar o futebol feminino vai além de torcer pelas mulheres em época de campeonatos internacionais. Eu não sei o que vai acontecer, mas eu realmente espero que esse movimento não seja passageiro e represente um novo momento para o futebol feminino no Brasil, o tornando mais valorizado e estruturado no longo prazo.

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