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Empoderamento, alguns anos atrás, se referia ao quanto a marca ou o produto habilitavam as pessoas, lato sensu, a viver mais intensamente; hoje, você ouve e já pensa na causa feminista


10 de junho de 2019 - 15h39

(Crédito: drante/ iStock)

“Buzzword” é o termo pós-moderno que define as palavras que estão “na moda” dentro de certo universo, definindo ou não coisas novas.“Buzzword” também é uma buzzword.

Assim como “intrapreneurship”, que define a vocação em empreender novas ideias e projetos dentro de uma empresa, uma buzzword que eu gosto muito, pois ajuda as pessoas a terem juízo e não saírem por aí largando um bom emprego para abrir um estúdio de aromaterapia na Vila Madá. Aromaterapia já foi uma buzzword.

Assim como “brainstorm”. Brainstorm não era a mesma coisa do que hoje é “squad”. Brainstorm era todo mundo da mesma área, tipo criação, reunido, jogando ideias como se fossem repentistas competindo, para tentar achar algo de bom.

“Squad” é “unsiloed”. Ou seja, são pessoas de habilidades diferentes, em “collab”, como um time de futebol, onde o goleiro defende, o meio-campo faz sua parte e o centroavante faz o gol. Isso se a outra equipe não fizer um collab melhor, destruindo tudo.

Não adianta você usar uma buzzword de uma época em outra época. Mas, se você usar,OK, fail-fast (outra expressão da época), e coloque outra expressão no lugar.

Em quanto tempo uma buzzword envelhece? Dez anos? Cinco anos? Um ProXXIma? Hackathon? Isso é tão ontem! Melhor falar rachão que fica melhor. Quer impressionar na primeira reunião? Mande um “neuromarketing”. Isso se sua primeira reunião estiver marcada para até fim de julho, depois disso, não sei não.

“Big data” não é uma buzzword, e sim uma expressão nova pelo simples fato de que define uma capacidade de reunir informações sem precedentes na história.

Não é uma buzzword, mas será substituída por uma logo, logo, por força de uma pequena inovação no assunto, ou somente por alguém com desejo ardente de soar revolucionário.

Da mesma forma, algumas buzzwords morrem e não são substituídas por definirem coisas que simplesmente não podem existir mais, nem com reza brava.

Tinha uma época na propaganda (e em outros mercados de serviços) que surgiu um termo chamado “role reversal”. De repente, muita gente estava fazendo eventos de role reversal, que consistiam em trocar de lugar e fazer o cliente ser agência e a agência ser cliente, para que se pudesse entender o outro lado. Sabe? Para criar empatia.

O role reversal foi sepultado, junto com a buzzword que o definia, no dia em que um cliente colocado na posição de criativo gritou que não aumentaria o logotipo para o criativo que havia virado cliente.

Há casos de buzzwords que continuam, mas mudam de sentido relativo: empoderamento, alguns anos atrás, se referia ao quanto a marca ou o produto habilitavam as pessoas, lato sensu, a viver mais intensamente.

Hoje, tem um sentido mais restrito. Você ouve empoderamento e já pensa na causa feminista. Mesma buzzword, diferentes significados — dependendo da época.

Na dança das cadeiras que é a linguagem, há vagas para novas buzzwords: bordão e meme, pai e filho, com 80% da mesma carga genética, já podem ganhar uma terceira geração. Innovation, coqueluche das palavras, parece ser mais usada por quem não inova.

PRable (piáraboul) já anda por aí faz tempo. Chega, né gente! Deu pra PRable.

*Crédito da foto no topo: Pete Linforth/Pixabay 

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