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Opinião

Conteúdo: 5 insights para os novos tempos

Algumas das tendências culturais para profissionais de marketing que a VidCon apontou em 2019


23 de julho de 2019 - 15h00

VidCon (Crédito: reprodução)

A VidCon, maior evento sobre redes sociais e vídeo do mundo, que aconteceu neste mês na Califórnia, foi além de seu tema principal, extrapolando suas discussões para questões como consumo e criação de conteúdo, marketing de influência e digital. Entre palestras, painéis e debates, todos compartilham as melhores práticas e discutiram o impacto desse mercado na sociedade.

No fim, meu objetivo em participar da VidCon acabou indo além da dimensão puramente técnica sobre o marketing de influência, plataformas sociais e novos modelos de negócios que estão surgindo pelo mundo. Busquei ali entender também o quanto as práticas sociais vêm sofrendo transmutações, tanto em suas configurações macroscópicas quanto microscópicas, a partir das relações humano-tecnologia.

Ficou claro pra mim que observar, analisar e teorizar é um modo de ajudar a entender melhor a sociedade, já que a polarização que se instaura entre uma perspectiva entusiasta e blasé de manchetes como “a bolha da influência estourou”, de nada colaboram para o entendimento desses fenômenos sócio culturais e muito menos para o entendimento dos futuros caminhos de toda uma indústria da comunicação e entretenimento.

Da ampla gama de tópicos discutidos durante a VidCon, cinco pontos me chamaram a atenção e se destacaram por estarem presentes em diversos momentos do evento. São eles:

1 – Jovens como impulsionadores de mudanças culturais no mundo
Um dos pontos que chamou a atenção é um estudo apresentado pela Viacom que mostrou como essa geração de jovens acredita ter maior impacto na transformação da sociedade como um todo. A pesquisa foi feita com pessoas entre 13 e 25 anos e revelou que 61% desses jovens se diz com mais habilidade de afetar de forma positiva o mundo se comparado com as gerações anteriores. O mais interessante é que temas como tecnologia (89%), influência social (78%) e colaboração (74%) tiveram destaque quando eles foram perguntados sobre o que entendem como poder no futuro.

2 – Representatividade e poder de influência
Mais do que nunca, os consumidores querem se ver representados e ficou claro que as redes sociais deram essa voz para que eles pudessem se expressar e cobrar as grandes instituições. A mesma pesquisa da Viacom, citada acima, mostrou que 62% dos jovens acreditam que o ambiente digital deu voz às pessoas para que elas pudessem, não simplesmente, reclamar, mas, principalmente, se engajar com outras pessoas que compartilham dos mesmos valores. Não por acaso, grandes pautas que chegam hoje ao mainstream se espalharam e ganharam força no ambiente digital.

3 – É sobre gerar identificação, compartilhar causas e participar de conversas
Qual é o seu propósito como marca? Qual o benefício que a sua empresa vai, de fato, trazer pro mundo? Perguntas como essas tornam-se cruciais em um mundo cada vez mais polarizado, de consumidores exigentes e que buscam conexões verdadeiras.

As diversas subculturas e comunidades encontraram no ambiente digital uma maneira de ganharem força e organizarem seu discurso. Assim, passaram a se unir em torno de causas que julgam importantes para a sociedade. O novo desafio para as marcas passa a ser de se envolver de maneira legítima com esses discursos e participar dessas conversas para se aproximar de seu público consumidor.

4 – Excesso de conteúdo e tempo limitado
Nesse novo cenário, influenciadores surgem como elemento-chave de conexão real entre marcas e pessoas. Por entenderem a cultura da plataforma que estão inseridos e sua comunidade de fãs, conseguem criar conteúdos e histórias que verdadeiramente engajam seu público. Hoje, mais do que nunca, o marketing é menos sobre promover marcas e sim sobre contar boas histórias e gerar conversas positivas. Nós não temos 30 segundos para sermos interrompidos, mas nós temos 30 minutos para ouvir ótimas histórias.

5 – Autenticidade, nicho e transparência são as palavras de lei
Quando você coloca como foco da sua campanha “todos”, você acaba não tendo de fato um alvo para a sua comunicação. Temos que expandir nossa visão sobre o que são e quais são as métricas de sucesso. Ao mesmo tempo em que o digital nos permite um maior controle de dados, estamos constantemente sujeitos às transformações dos algoritmos e até mesmo da própria estrutura das plataformas. Vejam o caso mais recente da omissão os likes no Instagram, por exemplo.

O movimento em busca de conteúdos autênticos e criativos irá ditar esse novo momento da comunicação. As pessoas buscam se conectar com histórias reais e não com histórias perfeitas. Além disso, existe uma vontade das pessoas terem cada vez maior controle sobre o que irão consumir em meio ao incontável número de conteúdos disponíveis, fazendo da curadoria algo cada vez mais relevante.

Em resumo, acredito que estamos em um momento de transição. As marcas inovadoras culturalmente ultrapassam atuais convenções para defender novas ideologias, que são significativas para as pessoas.
Esse movimento fez a indústria começar a entender que não é mais só sobre audiência, é sobre falar com pessoas, fazer parte da conversa de uma comunidade e gerar valor ali.

Outro ponto que mudou é o efeito líquido do conteúdo. É um novo modo de prototipagem criativa rápida, tanto para os influenciadores, que se tornaram ágeis empreendedores culturais, como para as marcas. Nesse novo cenário, produzir conteúdo e narrativas inovadoras requer um novo modo de organização totalmente distinto do que nós, profissionais da comunicação, estávamos acostumados.

*Crédito da imagem no topo: MicroStockHub/iStock

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