Fake news? A responsabilidade é nossa

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Opinião

Fake news? A responsabilidade é nossa

É fundamental ter uma boa estratégia de social listening para antecipar potenciais problemas ao identificar o surgimento de uma possível notícia falsa


10 de setembro de 2019 - 19h35

(Crédito: Reprodução/Twitter)

Em meio às teorias do escurecimento do céu em São Paulo há poucos dias, o que poderia prenunciar um dos sinais do Apocalipse, novamente nos deparamos com uma enxurrada de informações falsas que prestam um grande desserviço para a população em geral. O assunto já se tornou recorrente em nosso dia a dia e a bola da vez é o grave episódio das queimadas na Amazônia, que gerou milhares de compartilhamentos de informações, imagens e vídeos de áreas da floresta, ou equivocados ou antigos. Contudo, a situação se agrava quando temos a participação de celebridades e pessoas influentes que acabam atuando como replicadores em massa.

Um dos casos de destaque é uma foto de décadas atrás que o presidente Emmanuel Macron utilizou de um banco de imagens (Alamy), cuja autoria é de Loren McIntyre, fotógrafo morto em 2003. Evidentemente diante da polêmica que se instalou na relação entre Brasil e França, a imagem foi amplamente divulgada como atual nas redes sociais. Há também o caso do vídeo compartilhado no Instagram que mostra uma mulher indígena chorando e apontando para as chamas em sua aldeia, com o título: Incêndio no Amazonas. Na realidade, trata-se de um incêndio em uma aldeia de uma tribo na região de Belo Horizonte. Vale reforçar que diversos veículos da imprensa descobriram e divulgaram as informações corretas aos seus leitores.

Porém, esse é um problema que deve se agravar. Um estudo do Gartner aponta que em 2022 os indivíduos de países desenvolvidos consumirão mais notícias falsas do que verdadeiras nas redes sociais. Neste sentido, há quem defenda que os vilões são os robôs. Contudo, o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) pesquisou o assunto e atestou que a difusão de conteúdo falso se dá mais pelo comportamento das pessoas do que pela ação dos bots criados para replicar mensagens e influenciar o debate público.

Sendo assim, defendo a tese de que é necessário ensinar as pessoas a adotarem o modelo mental e pensamento crítico de um jornalista no momento de compartilhar alguma informação. Esse pode ser o antídoto para um combate concreto das fake news.

Além da nossa responsabilidade de cidadania digital, temos nossas empresas e nossos clientes todos os dias sofrendo com este problema, que impacta a reputação de pessoas e marcas. Neste cenário, vejo algumas sugestões que poderiam ajudar nesta luta: primeiro, é necessário inserir este tema dentro de uma estratégia de prevenção de crise e construir um mapa de fake news possíveis para a sua marca. Identificar os principais assuntos referentes aos seus produtos e serviços e que poderiam ser de alguma forma deturpados, é uma possibilidade para se preparar melhor para estas notícias.

É fundamental ter também uma boa estratégia de social listening com o uso de boas ferramentas e monitorar o que se fala sobre a sua marca, produtos e serviços, para antecipar potenciais problemas ao identificar o surgimento de uma possível notícia falsa.

Ao deparar-se com uma fake news que impacta sua reputação, não adote uma postura reativa. Por vezes, a negação apenas reforça a notícia. Trabalhe sempre a verdade da sua marca, pois no final do dia é a defesa concreta sobre potenciais notícias falsas. Para isso, é importante que a sua marca adote uma postura aberta e transparente.

Para concluir, um pilar fundamental é investir na conscientização sobre os males da disseminação de informações sem a checagem adequada. Comece pelos seus funcionários e depois seus clientes. É um esforço coletivo que vale a pena, já que a responsabilidade é, em grande parte, de quem compartilha.

*Crédito da imagem no topo: MicroStockHub/iStock

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