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Opinião

Ativismo social, práticas de compra e tecnologia

Enquanto as marcas se alinham às causas políticas e sociais, consumidor está ávido por conteúdo


17 de março de 2020 - 10h45

(Crédito: Blackdovfx/ iStock)

O desafio foi lançado! Afinal, como marcas, agências e proprietários de conteúdo devem se preparar para o marketing em 2020? Em um cenário crescente de transformação digital e social, com significativo impacto tecnológico, aliado a mudanças comportamentais e de valores, os profissionais de marketing e empresas de mídia precisam revolucionar o modo como as empresas se comunicam por meio de suas marcas, que devem estar digitalmente preparadas e amplamente engajadas com os seus consumidores.

A tecnologia está mudando o comportamento do consumidor e ressignificando a relação entre homem e máquina. A tecnologia tem dado lugar a novos serviços e práticas de consumo, como os fenômenos dos cord-cutters (consumidores optantes por aplicativos de OTT — over the top, que fogem do consumo de TVs a cabo ou por satélite tradicional), e os binge watching (usuários que assistem a algo compulsivamente ou fazem maratona de suas séries preferidas).

As marcas e os anunciantes estão se alinhando às causas políticas e sociais, enquanto as práticas de compra herdadas, baseadas em suposições, passam a ser questionadas. O consumidor está ávido por conteúdos novos, independentemente do veículo de entrega. A indústria da mídia, por sua vez, continua experimentando significativas mudanças na maneira como marcas, agências e proprietários de conteúdo envolvem e interagem com o público.

A pesquisa “Beyond the Headlines” mensurou os dados relacionados a esses desenvolvimentos e, para ajudar os profissionais de marketing e empresas de mídia a entender melhor as nuances e as informações por trás dessas afirmações, examinou profundamente três manchetes comuns da indústria e tópicos populares de conversa. Com isso, pode explorar as narrativas que refletem com precisão o que está acontecendo no mercado: os estereótipos ajudam a publicidade, o ativismo é bom para os negócios e se a era da TV está chegando ao fim.

As conclusões são de que, hoje, os estereótipos estão mais diversificados e avançados do que nunca. Nem sempre ajudam a publicidade, pois dados gerais podem excluir informações importantes e específicas sobre os principais alvos dos clientes — e isso pode custar o seu negócio. Nesse caso, agências e marcas podem ter novas possibilidades para entender e envolver seus consumidores fazendo o uso de software e dados sofisticados.

Marcas com posições sociais ou políticas partidárias devem considerar de forma criteriosa os riscos e os benefícios associados. O estudo apontou que o ativismo de marca é diversificado, portanto, os consumidores têm visões ambivalentes em relação às marcas envolvidas.

Embora muitos questionem um possível fim da TV como a conhecemos, o fato é que ainda domina a audiência em relação ao alcance e engajamento. Em fase de transição, ou amadurecimento, a TV linear agrega uma audiência enorme, sendo considerada uma opção de bastante alcance para os profissionais de marketing explorarem. O consumo da plataforma OTT ainda está crescendo, embora a um ritmo desacelerado, mas surge também como oportunidade para alcançar potenciais públicos entre plataformas.

Podemos concluir que confiar em estereótipos amplos pode ter sido uma forma viável de segmentação nos últimos anos, mas os consumidores de hoje estão mais diversificados e exigentes do que nunca.

Quanto ao ativismo social, muitas campanhas baseadas em causas geraram publicidade considerável nos últimos meses, mas a mesma pesquisa mostra que a maioria dos consumidores, geralmente, é ambivalente em relação à posição das marcas sobre questões políticas e sociais.

Por fim, a TV ainda comanda um grande público em comparação com outras plataformas, mas a maneira como a audiência consome o conteúdo mudou à medida que o streaming e o vídeo digital continuam a crescer.

Esse panorama mostra que a indústria da mídia continua e continuará experimentando significativas mudanças na maneira como marcas, agências e proprietários de conteúdo envolvem e interagem com o público. Estar atento a esses movimentos e inserir novas ferramentas e abordagens para conquistar a audiência é um desafio que se coloca ao mercado para que as marcas se tornem cada vez mais atrativas, confiáveis e engajadoras.

*Crédito da foto no topo: Novendi Dian Prasetya/ iStock

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