Flexível, adaptável e humano: cultura na era da incerteza

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Opinião

Flexível, adaptável e humano: cultura na era da incerteza

Se há um momento em que a importância das pessoas nas organizações é evidente, o momento é este


21 de outubro de 2020 - 14h13

(Crédito: Fotografierende/Unsplash)

A natureza sem precedentes desta crise toma nosso pulso como nunca antes e nossa força e resiliência estão sob escrutínio. Sem dúvida, é o momento da verdade para a cultura nas organizações: da virtualização forçada do trabalho e da vinculação cotidiana ao planejamento empresarial, tudo se põe à prova num contexto de incerteza global que não dá trégua.

Claro, as empresas que têm enfatizado a construção de organizações onde as pessoas são o principal valor se posicionam de forma diferente diante dessa adversidade. A experiência nos diz que, se as pessoas estão bem, o trabalho certamente está bem; quando é o contrário, os resultados também podem ser vistos claramente.

Na Wunderman Thompson, “as pessoas primeiro” é o núcleo a partir do qual tudo começa. Essa filosofia se reflete, desde sempre e muito mais agora, na qualidade e entrega de tudo o que fazemos para os clientes. Como resultado desta situação muito particular, assistimos ao surgimento de lideranças mais humanizadas nos negócios, em sintonia com tempos em que os desafios do novo normal e da saúde integral das pessoas são centrais. No entanto, esses eixos percorrem nossa cultura há muito tempo. Como os construímos? Com uma escuta ativa, sabendo como é o ambiente de cada colaborador e se ativando a partir dele, buscando sempre o equilíbrio entre o trabalho e o pessoal.

Com o processo “Experiência do Funcionário”, pretendemos avaliar toda a experiência dos funcionários desde a primeira entrevista. Procuramos ter feedback constante sobre como se sente, suas necessidades e sugestões, a fim de melhorar todas as instâncias dos colaboradores. Por outro lado, com as regionais e webinars com a equipe Latam, mostramos todas as capacidades que temos na região. É uma instância onde, fundamentalmente, buscamos nos conectar. O programa PIO (Pass It On) se concentra no empoderamento das mulheres. Nesse sentido, o design inclusivo não é uma moda. Temos referência em design inclusivo e acessibilidade e o ano passado nos dedicamos à formação nesses aspectos centrais no mundo de hoje, com o horizonte definido nesta visão holística do bem-estar de todas as pessoas, que, finalmente, permeia o trabalho para fora.

Mas sempre há mais o que fazer e aprender sobre se poder gerar maior qualidade entre o trabalho e a vida pessoal. Nesse sentido, essa situação é uma ótima escola. A pandemia nos levou a colocar ainda mais o enfoque na cultura: do ponto de vista operacional, a disponibilização dos equipamentos — mesas, computadores e cadeiras — e a conectividade necessária para que todos possam trabalhar de casa da forma mais confortável.

Pelo lado da saúde integral, foram realizadas várias sessões virtuais sobre questões mental e física (mindfulness, yoga), consultas jurídicas e psicológicas através de linha de apoio, oficinas de redação, culinária e confecção de máscaras, entre outros. Propusemos espaços inspiradores, mais focados na autogestão e gestão da emoção. É importante observar que implementamos várias pesquisas em nível global e local para entender as necessidades e corrigir a abordagem à pandemia.

Finalmente, com tanta incerteza reinando, as reuniões mensais com o CEO do WPP, Mark Read, a CEO global do WT, Mel Edwards, e comigo mesmo estão abertas a qualquer pessoa que queira participar e perguntar. Entre todos os CEOs das regiões, também fazemos reuniões em que compartilhamos aprendizados, tentando entender onde estão as indústrias de nossos clientes e ver como podemos continuar a contribuir para seus negócios.

Nas circunstâncias em que vivemos, não considero possível qualquer conquista que não seja produto de uma cultura sólida e humana, onde a construção coletiva e lideranças empáticas e menos personalistas são as protagonistas. Além dos rótulos, somos todos líderes de nosso lugar, ou seja, temos autonomia e influência onde estamos. Toda essa filosofia de trabalho sempre direcionou nossos esforços como empresa e é a única maneira não só de sairmos diante deste contexto inédito, mas também de construir empresas mais sustentáveis, rentáveis e socialmente responsáveis.

*Crédito da foto no topo: Eugenesergeev/iStock

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