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Audiovisual brasileiro é majoritariamente ocupado por pessoas brancas

Pesquisa sobre obras e mapeamento de gênero, feita pela ONU Mulheres, mostra desigualdades na representatividade e condições de trabalho no setor


19 de maio de 2025 - 14h38

ONU Mulheres Brasil publica dados sobre audiovisual brasileiro

ONU Mulheres Brasil publica dados sobre audiovisual brasileiro (Créditos: Shulers Shutterstock)

Desde 2022, a ONU Mulheres Brasil organiza a Aliança por Mais Mulheres no Audiovisual, em parceria com o Instituto +Mulheres.

A iniciativa reúne profissionais de diferentes áreas da indústria e tem como objetivo apoiar as transformações internas do setor, promovendo maior presença feminina nas produções audiovisuais, condições dignas de trabalho para essas profissionais e a produção de dados setoriais.

Além disso, a iniciativa também tem o intuito de impulsionar os demais grupos da diversidade — pessoas negras, LGBT+, com deficiência, de diferentes gerações e origens geográficas etc.

Desigualdades no setor audiovisual

Na primeira fase das coletas da Aliança, foi realizado um diagnóstico interno com o objetivo de estabelecer metas de representatividade em quatro produtoras brasileiras, responsáveis por um volume significativo de filmes e séries nacionais lançados.

Na segunda etapa, foi conduzido uma pesquisa específica sobre obras audiovisuais realizadas entre 2018 e 2022, com foco no mapeamento de gênero e outros recortes em áreas de tomada de decisão, como roteiro, produção e direção (em suas diferentes modalidades).

A coleta de dados e parte das análises foram realizadas em parceria com a startup de pesquisas Diversitera.

Os dados revelam que as lideranças em produtoras audiovisuais com relevância econômica no mercado local são majoritariamente compostas por pessoas brancas, heterossexuais, sem deficiência, com idade média de 47 anos e oriundas da região Sudeste.

Considerando o conjunto dos cargos técnicos, as mulheres representam 48% do total e são maioria entre as pessoas com ensino superior completo (57%) e pós-graduação (67%).

Mulheres brancas com mais de 40 anos são maioria entre os profissionais contratados em regime CLT. Já entre os profissionais que atuam como pessoa jurídica com rendimentos anuais inferiores a R$ 360 mil, há predominância feminina. No recorte de rendimentos abaixo de R$ 80 mil anuais, há maior presença de pessoas negras.

Em relação à renda média, homens recebem R$ 24.368,42, enquanto as mulheres ganham 76% desse valor (R$ 18.652,54). Pessoas brancas têm remuneração superior à de pessoas negras em todas as faixas. Mulheres negras apresentam a menor renda média, de R$ 13.187,50.

As mulheres estão em maior número apenas nas funções de Direção de Arte e Roteirista Chefe. Não foram identificados profissionais negros nas funções de Direção de Som, Direção de Fotografia, Direção de Produção e Direção de Arte.

Percepções sobre diversidade e reconhecimento profissional

Todos os grupos analisados demonstraram percepção crítica quanto à diversidade nos conteúdos narrativos dos projetos dos quais participaram. Essa percepção é mais expressiva entre mulheres (38,6%) e pessoas negras (36,4%).

Mulheres (39%) e pessoas negras (45%) relataram menor satisfação com os créditos recebidos nas obras em que atuaram. Além disso, apenas 20% das mulheres declararam estar satisfeitas com o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.

A maior parte dos participantes declarou não ter utilizado políticas afirmativas nos últimos cinco anos; entre os que utilizaram, predominam mulheres e pessoas negras.

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