Cauã Reymond: “Nunca podemos parar de nos interessar pelo cliente”
Ator e produtor divide perspectivas sobre investimentos nos projetos Aceleraí e Biosphere by C. Reymond e relacionamento com marcas
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Thaís Monteiro
22 de fevereiro de 2024 - 6h00
Em 22 anos de carreira, Cauã Reymond também soma anos de parcerias com marcas. Além de protagonizar campanhas para Jean Paul Gaultier, Democrata e Danone, o ator e produtor é trend hunter e faz parte do conselho administrativo da grife Aramis.
Nos últimos dois anos, Reymond se aventura como investidor e sócio de dois projetos: o Biosphere by C. Reymond, conceito de empreendimento imobiliário que integra esporte, lazer, saúde, tecnologia e sustentabilidade; e o Aceleraí, startup de comunicação digital criada pela Pullse com intuito de facilitar o acesso de pequenos e médios empreendedores a celebridades para que estas protagonizem campanhas.
Diante da fragmentação e pulverização do mercado publicitário, Cauã Reymond procura estabelecer parcerias de cocriação e negócios que reflitam seu estilo de vida. “Eu e as marcas estamos construindo conversas, o que proporcionou que eu firmasse contratos longos. Começamos a falar a mesma língua”, diz.
Ao Meio & Mensagem, o ator e produtor compartilha sua visão de negócios e como enxerga a evolução das parcerias com marcas.
Meio & Mensagem – Para além de estar no conselho administrativo da Aramis e fazer parte de campanhas de outras marcas, você está ingressando no empreendedorismo. Você é sócio da Biosphere e da Aleceraí. Por que decidiu começar a investir?
Cauã Reymond – Faço publicidade desde Malhação; já são 22 anos com parcerias longas com várias marcas. Em 2021, Luciano Ribeiro (empresário e editor-chefe da Bazaar Man) quis gerenciar minha carreira. Eu
tinha acabado de terminar um ciclo muito bem-sucedido com o Mário Canivello. O Luciano trouxe um novo olhar às parcerias, que podiam ser diferentes.
O mercado publicitário mudou nos últimos anos. As marcas procuram parcerias curtas e rápidas. Como ele tem vasto conhecimento do mercado comercial publicitário e falava diretamente com as áreas comerciais, tudo aconteceu de forma orgânica e natural.
Cauã Reymond é nomeado trendhunter da Aramis
Continuamos com contratos longos, um formato cada vez mais raro, e levando minha imagem para bons investimentos. Não gosto de falar que sou empreendedor, prefiro pensar que sou ator que faz bons investimentos, que escolhe empresas parceiras para trabalhar com elas, aprender e ter sociedade.
M&M – A Aceleraí é uma startup de comunicação digital. Por que decidiu se envolver no projeto? O que leva dos anos de campanhas para ele?
Reymond – O Aceleraí me chamou para participar logo no início da operação. No final de 2022 e início de 2023, decidimos expandir a parceria para uma sociedade. Consegui levar alguns talentos para a empresa, como a Juliana Paes, e demais pessoas que admiro e acredito que tenham uma grande entrada no mercado publicitário. Temos 60 artistas hoje. Pessoas como Glória Pires, Murilo Benício, Deborah Secco, Danilo Faro etc.
Conseguimos levar a publicidade a pequenos e médios empreendedores do Brasil que não poderiam contratar esses grandes nomes. Nesse sentido, é interessante ter influenciadores, esportistas, pessoas inseridas no imaginário popular brasileiro. Vejo os influenciadores de forma positiva. Alguns falam com o grande público, mas há aqueles que têm nichos muito específicos e falam com o público de forma muito direta. O mercado publicitário é um organismo vivo e precisamos sempre encontrar a melhor forma de chegar ao público.
M&M – Como se uniu ao projeto Biosphere? Por que foi importante trazer o olhar sustentável para ele?
Reymond – Há alguns anos, já posso fazer escolhas dos projetos nos quais vou participar e as empresas com as quais quero trabalhar. Os assuntos que me interessam surgem em empresas com as quais já tenho afinidade na forma de pensar. Com as empresas de que sou sócio, aconteceu uma afinidade maior e um questionamento do “porquê não estarmos juntos?”. Entrei como sócio-investidor e garoto-propaganda dessas empresas.
O Biosphere me traz muito orgulho. Nesses 22 anos de carreira, foram inúmeras as vezes em que alguém me disse que tinha uma ideia genial. Sempre tratei todos com respeito, mas foram pouquíssimas as vezes em que esses projetos se transformaram em realidade. Quando o Marcos Araújo e o Luciano me apresentaram o projeto, comecei a contribuir e dizer que seria necessário falar sobre sustentabilidade.
Cauã Reymond lança produtora de cinema
Para eu entrar no mercado imobiliário, do qual até então eu não tinha conhecimento, eu falei: preciso, pelo menos, levar meu estilo de vida. Eles concordaram e, a partir daí, fomos construindo o Biosphere by C. Reymond. Eu não queria que tivesse meu nome e, ao mesmo tempo, queria. Chegamos nesse meio termo. Já temos empreendimentos em Fortaleza, Salvador, em Santa Catarina e fechamos em São Miguel dos Milagres.
M&M – Além da Aramis, você protagoniza campanhas de marcas como Danone, Elmex, Jean Paul Gaultier, entre outras. Qual é seu critério para firmar essas parcerias?
Reymond – Escolho empresas sérias que fazem um trabalho de qualidade, que tenham uma relação positiva com os colaboradores e consumidores. Sou garoto-propaganda de uma faculdade que não é nacional, está no Espírito Santo, mas é uma ótima faculdade lá. Não precisa ser grande, mas fazer um bom trabalho
e ter uma boa relação com o público.
Da mesma maneira que as empresas pesquisam que público eu atinjo e a potência das minhas redes sociais para qualquer tipo de produto, nós também fazemos pesquisas sobre a empresa.
Eu e as marcas estamos construindo conversas, o que proporcionou que eu firmasse contratos longos. Começamos a falar a mesma língua. As pessoas vão entendendo como penso e como imagino que podemos chegar melhor ao cliente. Ao mesmo tempo, também aprendo, porque acabo entrando em territórios novos. Na maioria das empresas com que eu trabalho, tenho o cenário ideal. Mas ele foi construído passo a passo. Ano passado, foi o meu melhor em parcerias publicitárias.
Ao mesmo tempo que estou me tornando sócio de alguns projetos e estando junto de maneiras diferentes com as marcas, continuo chegando a um público grande, que é fruto de uma construção diária. Gosto de dar passos seguros e sempre em frente. Eu me adapto às mudanças do mercado e vou aprendendo com os times de marketing e agências. Nunca podemos parar de estar interessados no que o cliente quer.
Quais são os próximos passos na carreira enquanto investidor?
Reymond – Tenho vontade de continuar a ser um bom investidor. Sou uma pessoa curiosa e me considero corajoso e desconfiado. Sempre avanço passo a passo, pensando bem onde estou pisando. Por isso levou tanto tempo para entrar nesse território de investimento, de parcerias mais longas e de sociedade com as marcas. No começo da carreira, fui convidado, mas nunca quis. Demorei muitos anos para me sentir confortável de dar esse passo. Hoje, me considero maduro nesse território que venho trabalhando há mais de duas décadas. No momento, quero me dedicar ao Biosphere, preparar uma campanha bem bonita de Aramis e ficar mais próximo da equipe do Aceleraí. Mas se surgirem novos negócios, eu estou aberto.
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