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Derek Rabelo compartilha trajetória de resiliência que o levou à crista das maiores ondas

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Derek Rabelo compartilha trajetória de resiliência que o levou à crista das maiores ondas

Surfista de ondas gigantes e mentor inspiracional, Rabelo trouxe lição de adaptação e foco em sua palestra sobre como os desafios podem ser transformados em oportunidades


17 de maio de 2025 - 19h46

(Crédito: Eduardo Lopes/ maquinadafoto)

Derek Rabelo, surfista de ondas gigantes e mentor é um exemplo vivo do que é ser resiliente — ele vive isso todos os dias. Em sua palestra no Marketing Network Brasil, ele compartilhou a emocionante história de sua trajetória, marcada pela luta constante contra o glaucoma congênito e, a despeito disso, o sonho de surfar as desafiadoras ondas de Pipeline, no Havaí, um dos maiores feitos do surf mundial.

Diferentemente de muitos atletas, Derek nasceu com o desafio de não enxergar. Com apenas seis meses, passou por três cirurgias e, embora sua visão nunca tenha sido restaurada, nunca se colocou na posição de vítima. “Tomei decisões difíceis na vida, mas nunca pensei que não podia. O segredo foi acreditar no que eu tinha, não no que me faltava.”

A palestra de Derek foi mais do que uma simples história de superação. Foi um convite à reflexão sobre como cada pessoa/profissional lida com as dificuldades e desafios diários, e se adapta a isso. Durante a apresentação, ele conduziu o público a uma experiência sensorial. “Fechem os olhos por um momento e imaginem começar o dia sem enxergar. Como seria perceber o ambiente? Os cheiros, as texturas, os sons ao redor?”, pediu, convidando todos a se colocarem em seu lugar e, depois, ampliarem o ambiente para fora de suas casas, na cidade.

Essa experiência, aliada a uma série de reflexões profundas sobre a importância da confiança e do apoio das pessoas ao redor, trouxe à tona uma questão central: “Qual é a rua que você tem que atravessar? Está se colocando em posição de vítima ou enfrentando a vida de frente, apesar do medo?”.

De surfe no Havaí a lições de vida

Se o sonho de Derek era surfar as ondas gigantes de Pipeline, ele sabia que isso exigiria mais do que técnica — exigiria coragem, persistência e a capacidade de não se deixar derrotar pelas adversidades. O apoio do pai foi fundamental. “Meu pai nunca me deixou entrar na zona de conforto do fracasso. Ele sempre me incentivou a tentar e a fazer tudo o que quisesse. Foi ele quem me ensinou a surfar e nunca deixou que o medo me parasse.”

A trajetória de Derek não foi fácil. Antes de se tornar surfista profissional, ele tentou outras atividades, como o futebol na escola, mas o bullying e as dificuldades fizeram com que ele abandonasse essa modalidade. Foi então que se matriculou na escola de surfe e iniciou sua busca pelo sonho de surfar as ondas do Havaí. Porém, mesmo no início da carreira, se deparou com pessoas que o desmotivaram. “Um surfista que conhecia me disse que eu podia morrer tentando surfar em Pipeline, que não pensava na minha família e estava sendo egoísta. Ele destruiu minha confiança”, contou. Mas, ao invés de desistir, Derek usou essas palavras como combustível para continuar lutando por seu sonho.

Com isso, não apenas chegou ao Havaí como também se tornou pupilo de Carlos Burle que, ao longo de três anos, o treinou para, enfim, conseguir também surfar as ondas gigantes de Nazaré, em Portugal.

Transformar dificuldades em oportunidades

Uma das coisas que mais impressionam na trajetória do surfista é sua capacidade de enxergar além dos desafios: “Eu gostaria muito de poder curar o glaucoma. Mas, até que a ciência me dê essa oportunidade, eu sou grato pelas oportunidades que tenho de ver o mundo de outra maneira. Aprendi a explorar outros sentidos e, se eu pudesse ver, talvez não estivesse aqui hoje, inspirando tantas pessoas.”

Sua mensagem de resiliência vai além das ondas do mar. Ela alcança cada pessoa que, diante de dificuldades e limitações, pode escolher não ser vítima da situação. “Enxergar o que está ao seu redor, ser grato pela saúde, pela profissão, por ter um propósito — isso faz toda a diferença”, diz.

Um mentor ensinando que é possível transformar dificuldades em força para seguir adiante, com coragem, gratidão e o próximo desafio em vista, mesmo quando não se tem o sentido literal da visão.

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