Estudo destaca fator humano na relação com marcas na Covid-19
Realizada pela Meca e Talk Inc, a pesquisa aponta que para 32% das pessoas as marcas/empresas poderiam estar fazendo algo por elas durante a pandemia
21 de maio de 2020 - 6h00
Estudo aponta que fator humano fica ainda mais evidente na relação com as marcas durante a pandemia (Crédito: RichLegg/iStock)
Com o objetivo de entender como os brasileiros estão se sentindo e se adaptando em meio a pandemia do novo coronavírus, a Meca, plataforma criativa, e a Talk Inc, empresa de pesquisa, se uniram pela primeira vez para realizar o estudo “Um retrato do hoje. Um pensar para o amanhã”. Um dos destaques da pesquisa foi que para 32% das pessoas as marcas/empresas poderiam estar fazendo algo por elas durante a pandemia. Segundo Maíra Miranda, CCO da Meca, “a pesquisa confirma uma grande expectativa por parte das pessoas em relação à atuação de marcas e empresas. Elas realmente acreditam no poder e na responsabilidade que a iniciativa privada tem em ajudar o indivíduo e a sociedade”.
A pesquisa foi dividida em duas etapas. Uma qualitativa realizada com mais de 500 pessoas da comunidade Meca, por meio de um questionário online, e outra quantitativa com 1.064 pessoas de 18 a 65 anos, das classes ABCD, de todas as regiões do Brasil, também por meio de um questionário online.
O estudo ainda aponta que no momento em que estamos vivendo, o fator humano fica ainda mais evidente na relação com as marcas. Se destacam empresas que mostram rapidez na adaptação para o trabalho remoto e criam soluções humanas para não demitir funcionários nesse período; que compartilham conteúdos; que trabalham em ações para diminuir os custos financeiros ao consumidor final e tirem um pouco foco da lucratividade; e aquelas com ações efetivas para o combate à Covid-19.
Entre as marcas percebidas como atuantes pela população da comunidade Meca, se destacaram Ambev, Magazine Luiza, Heineken, Itaú, iFood, Fiat, Nubank, Granado e Stella Artois. “Estamos sendo jogados em direção ao futuro, todos juntos, e o resultado final disso tudo será elaborado dia após dia pelas pessoas. Mais do que nunca as marcas precisarão estar muito próximas das pessoas, buscando entender o que elas estão pensando, necessitando e desejando”, enfatiza Carla.
Além de reforçar esse papel das marcas no apoio à sociedade e no combate à pandemia, os brasileiros também acreditam no papel dos próprios indivíduos para alcançar esses objetivos. De acordo com o levantamento, 15% das pessoas usam suas habilidades para criar ou participar de projetos sociais ligados às necessidades da Covid-19, 10% gostariam de estar com projetos sociais ligado aos desafios do momento e 14% ajudam com doações.
Mudanças de comportamento
Outro dado levantado pelo estudo é que os brasileiros estão preocupados com a sua saúde financeira. Entre os profissionais informais/liberais da comunidade Meca, 85% já sofreram impactos negativos em suas rendas. No recorte do País, 48% tiveram suas rendas afetadas, número que aumenta para 72% entre as famílias de baixa renda; já entre trabalhadores informais 78% foram afetados no Brasil.
De certa forma, essa preocupação com a vida financeira, levou a uma mudança de comportamento: cerca de 90% dos participantes da comunidade Meca mudaram hábitos de consumo e estão consumindo menos (principalmente moda, bebida alcoólica e lazer), seja por redução de gastos, apoio a comerciantes locais ou pelo isolamento social.
Outra mudança de comportamento foi em relação às atividades diárias para conter a ansiedade em meio ao isolamento social. “A recorrência de menções relativas à saúde mental e emocional como uma das grandes preocupações foi algo que nos surpreendeu”, revela Maíra. Segundo a pesquisa, 29% dos respondentes da comunidade Meca, afirmaram que o principal desafio no momento é manter a saúde emocional em equilíbrio.Para isso, 17% diminuíram o consumo de notícias, como forma de controlar os sentimentos negativos, 53% viram no ato de cozinhar uma forma de viver no isolamento e 37% nas videochamadas com amigos. Outras atividades citadas pelos respondentes foram: assistir filmes/séries (76%), ouvir música e arrumar a casa(64%), ler (56%), fazer exercícios (49%) e estudar (35%).
“Esse isolamento, ou pausa, como alguns chamaram o momento, faz com que as pessoas se reconectem consigo mesmas. A importância disso tudo é que a transformação partindo de dentro, das pessoas, vai afetar todo o funcionamento da sociedade”, finaliza, a sócia da Talk Inc.
**Crédito da imagem no topo: Sturti/iStock