Influência dos filhos no supermercado é de 88%
Estudo do Instituto Locomotiva em parceria com a Dotz indica também que 70% dos pais dão mais importância para as marcas dos produtos usados pelos seus filhos
Influência dos filhos no supermercado é de 88%
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Amanda Schnaider
19 de dezembro de 2019 - 6h09
Atualmente, o Brasil tem 38,2 milhões de crianças de 0 a 12 anos, o que representa 18% da população do País, de acordo com dados do Instituto Locomotiva a partir do IBGE. O estudo “Crianças brasileiras”, realizado pelo instituto em parceria com a Dotz, retrata a influência dos pequenos nos hábitos de consumo dos pais. A pesquisa aponta que 88% dos pais são influenciados pelos filhos quando estão fazendo compras no shopping ou no supermercado. O terceiro local no qual os filhos mais influenciam nas compras dos pais é a loja de brinquedos (87%).
Voltando ao supermercado, o levantamento indica, ainda, que 92% dos responsáveis levam os filhos de vez em quando ao local, sendo que 30% sempre estão acompanhados das crianças nessas ocasiões. “Essa prática acaba aumentando o poder de escolha das crianças já que no supermercado, na frente dos produtos e das marcas, é muito mais difícil para os pais resistirem aos pedidos delas”, comenta Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.
Essa afirmação corrobora com outro dado do estudo que aponta que 70% dos pais gastam mais nas compras de supermercados quando estão com os filhos. As crianças que mais interferem nas compras neste local são aquelas entre 4 e 12 anos (80%). Esse movimento pode ser uma oportunidade para as redes de supermercados, de acordo com Fábio Santoro, vice-presidente da Dotz. “Ajustes finos na exposição dos itens e aproximação de SKUs de diferentes categorias entregaram crescimento em vendas de dois dígitos nas compras com influência presencial dos filhos”, diz.
O levantamento também mostra que 70% dos pais dão mais importância para as marcas dos produtos usados pelos seus filhos do que para eles próprios. “Infelizmente, muitos pais tentam aplacar sua culpa de trabalhar fora e ter pouco tempo para se dedicarem aos filhos fazendo as pequenas vontades através de presentes, como se isso fosse suprir as questões de carinho, atenção e amor”, completa Renato, presidente do Instituto Locomotiva. “A grande maioria dos pais do mundo moderno participa menos da vida dos filhos do que deveria ou gostaria. Essa sensação de participação insatisfatória aliada ao ganho de poder que os filhos das novas gerações conquistaram impacta diretamente no que as famílias assistem na TV, no que escutam no carro e no consumo que priorizam”, complementa o vice-presidente da Dotz.Uso precoce da internet
Além da influência das crianças nos hábitos de consumo dos pais, a pesquisa online realizada entre 1º e 9 de outubro deste ano, com 1.770 pessoas maiores de 18 anos de todo o Brasil, aborda a relação entre as crianças e o uso das telas e seu contato com a internet. De acordo com o levantamento, a idade média com que as crianças querem ter um celular é 8 anos, mas seus responsáveis pensam diferente. Para eles, a idade ideal para isso é após os 15 anos.
Esta vontade dos pais, entretanto, não é o que se reflete na realidade das crianças brasileiras, pois o estudo aponta que 69% das crianças de de 10 a 12 anos acessaram a internet nos últimos três meses, sendo 89% pelo smartphone, 57% pelo computador, 21% pelo tablet e 17% pela TV. Dessas crianças, 89% a utilizaram a internet para assistir vídeos; 83% para enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos; 72% para conversar por chamadas de voz ou vídeo; e 72% para enviar ou receber e-mails.Por fim, a pesquisa revela que os adultos tendem a considerar precoce o uso de telas pelas crianças, pois para 76% deles, é melhor para uma criança brincar na rua do que ficar olhando para uma tela de TV ou celular. Para 90% dos respondentes os responsáveis precisam controlar o conteúdo e para 89%, o tempo que as crianças passam em frente a telas, como computador, TV e celular.
**Crédito da imagem no topo: Reprodução
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