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O que se sabe sobre a recuperação judicial da Gol

Na quinta-feira, 25, companhia aérea e suas respectivas marcas entraram com pedido de recuperação judicial nos EUA; operação segue funcionando normalmente


26 de janeiro de 2024 - 12h51

Companhia aérea garante que os serviços de todas suas empresas continuam a funcionar normalmente (Crédito: Divulgação)

Na quinta-feira, 25, a Gol e suas marcas subsidiárias entraram voluntariamente com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Na manhã desta sexta-feira, 26, as ações da empresa caíram mais de 14%.

A companhia aérea deu início ao processo chapter 11, no Tribunal de Falências dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York (Tribunal dos EUA), com o compromisso de financiamento de US$ 950 milhões.

O chapter 11 é um recurso legal nos EUA que é utilizado pelas empresas que precisam levantar capital, reestruturar finanças e fortalecer operações comerciais no longo prazo – enquanto seguem operando normalmente. O mesmo processo também já foi utilizado por outras companhias aéreas internacionais, como United Airlines, Delta, Aeroméxico e Avianca Colômbia.

À Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a Gol informou que manterá seus serviços de voos sem qualquer alteração.

O acesso ao financiamento ocorrerá na modalidade debtor in possession (DIP, que, em tradução livre, significa “financiamento do devedor em posse”).

Segundo a empresa, o financiamento está sujeito à aprovação judicial e, se aprovado, ajudará a gerar liquidez ao lado do caixa que está sendo gerado a partir das operações em curso.

As negociações estão acontecendo junto a 25 arrendadores de aeronaves, chamados de lessores, e a maioria está nos EUA, um dos motivos que explicam por que a companhia entrou com pedido de recuperação no país.

Do total da dívida da empresa — que chegou a R$ 20 bilhões — cerca de R$ 3 bilhões vencem em até 12 meses, segundo informações apuradas pela Folha de S. Paulo.

Apesar da reestruturação, a Gol obteve resultados operacionais positivos: a receita operacional líquida da companhia atingiu recorde histórico de R$ 4,7 bilhões, com crescimento de 16,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior.

A alta foi impulsionada sobretudo pelas receitas vindas das unidades do Programa de Fidelidade Smiles e das operações de carga Gollog. Juntas, as operações cresceram 65,1% no terceiro trimestre de 2023 ) e totalizaram R$ 412,6 milhões no período.

Em dezembro, a taxa de ocupação da companhia aérea atingiu 82,7%, aumento de 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Em entrevista coletiva na quinta, 25, o CEO Celso Ferrer, disse que a dívida acumulada se deve à crise que atingiu as empresas do setor durante a pandemia.

Outras empresas brasileiras em recuperação judicial

O ano passado foi marcado por pedidos de recuperação judicial de grandes anunciantes. O primeiro foi da Americanas, logo em janeiro. O Grupo Petrópolis, dono da cerveja Itaipava, declarou à justiça do Rio de Janeiro dívida de US$ 4,2 bilhões, o que resultou em sua recuperação judicial em março.

No segmento de turismo, a 123Milhas emitiu, em agosto, comunicado nas redes sociais apontando que suspenderia a emissão das passagens de viagens previstas de setembro a dezembro.

No final do mês, entrou com o pedido no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, tendo declarado dívida de mais de R$ 2 bilhões. A 123 Viagens e Turismo, inclusive, ocupou o segundo lugar na edição 2023 do ranking Agências & Anunciantes do Meio & Mensagem dos maiores anunciantes do Brasil.

Já nos Estados Unidos, a WeWork entrou com pedido de proteção contra falência no início de novembro. O coworking está presente no Brasil com mais de 27 escritórios e, de acordo com o escritório latino-americana, a decisão não afeta a operação da companhia na região.

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