Por que a Cimed se associou a Fundo de Singapura – e não comprou a Jequiti?
No CEO’s Talk Show, João Adibe Marques falou sobre os bastidores do acordo que não deu certo e do que colocou um fundo bilionário como sócio da farmacêutica
Por que a Cimed se associou a Fundo de Singapura – e não comprou a Jequiti?
BuscarPor que a Cimed se associou a Fundo de Singapura – e não comprou a Jequiti?
BuscarNo CEO’s Talk Show, João Adibe Marques falou sobre os bastidores do acordo que não deu certo e do que colocou um fundo bilionário como sócio da farmacêutica
Meio & Mensagem
22 de maio de 2025 - 6h05
João Adibe Marques, CEO da Cimed (Crédito: Arthur Nobre)
Em março deste ano, João Adibe Marques, CEO da Cimed, tirou aquele que considera seu maior “pedido” como líder da companhia: vendeu parte da sociedade da farmacêutica ao GIC Fundo Soberano de Singapura.
Apesar dos valores do acordo não terem sido divulgados, Adibe não esconde as altas expectativas diante do negócio, que não só torna mais acessível o caminho para o faturamento de R$ 10 bilhões, projetado pela empresa, como também representa a abertura de portas para a Cimed no mercado internacional.
“Trata-se de um fundo gigantesco, soberano, que preza pela ética e compliance. É o terceiro maior Fundo Soberano do mundo. E nosso acordo foi o maior feito no setor de saúde nos últimos dez anos”, contou Adibe em entrevista a Nizan Guanaes, no primeiro programa do projeto CEO’s Talk Show, criado pelo Meio & Mensagem e pela agência Califórnia.
Antes da negociação com o Fundo Soberano de Singapura, contudo, a Cimed tentava outro acordo, no Brasil. A companhia chegou a negociar por um bom tempo com a Jequiti, companhia de cosméticos do Grupo Silvio Santos.
Adibe relatou que o interesse pela Jequiti começou quando a empresa começou a avaliar as alavancas de crescimento que tinha pela frente para cumprir a projeção de ampliar seu faturamento, que até então era de US$ 3 bilhões, para US$ 5 bilhões em 2025.
Ao fazer essas análises, a companhia enxergou oportunidade no canal de vendas porta a porta. “Sou um [vendedor] porta a porta B2B. Se tenho sucesso no B2B, por que não poderia ter no B2C”, questionou o CEO da farmacêutica.
Assim, com esse propósito, a Cimed começou a conversar com a empresa do Grupo Silvio Santos. “Tivemos a oportunidade de conhecer o pessoal da Jequiti, mas foi um ‘deal’ [acordo] que acabou não saindo. Mas foi ótimo porque pude entender muito desse mercado”, contou o executivo a Nizan Guanaes.
O CEO da Cimed não detalhou os motivos que fizeram a Cimed desistir da negociação com a Jequiti. Na época, foi apontado que as duas companhias não teriam chegado a uma negociação sobre o preço a ser pago.
Da tentativa, porém, ficou a avaliação a respeito das possibilidades do segmento de vendas diretas aos consumidores. “O setor tem um potencial gigantesco, mas precisa de transformação. Ele ainda está muito no passado”, avaliou.
Sem o acordo com a Jequiti, Adibe e os demais diretores da companhia começaram a planejar outros tipos de negociações.
O CEO da empresa contou que conversou com Karla Felmanas, vice-presidente da companhia – e também sua irmã – a respeito do panorama da Cimed. Com uma governança bem instalada, auditoria e conselho de administração, a Cimed estava pronta, na visão dos executivos, para sair em busca de investidores.
Assim, em 2024, a empresa começou a apresentar seu negócio e modelo aos investidores. Porém, Adibe revela que nem tudo foi fácil na negociação com o GIC.
“A maior dificuldade da negociação foi a de que o investidor, a princípio, não entendia meu modelo de negócio. Não sou uma simples farmacêutica, tenho muitos modelos verticalizados”, contou na entrevista.
Nesse momento, ele conta ter usado sua estratégia como vendedor para, de fato, explicar e apresentar a companhia em sua totalidade. “Sou um bom vendedor, mas ali, o peso da negociação era maior, pois envolvia o futuro da minha família”, contou.
Feito o acordo, Adibe se mostra ansioso em relação às possibilidades de negociações que a nova sociedade pode trazer. “Temos “o” sócio e o selo que abre a Cimed ao mundo. Qual o tamanho da conexão que esse Fundo tem lá fora e o que isso abrirá para nós? Tive muito orgulho por tudo o que construímos e por termos feito uma negociação em um momento em que a economia do mundo está destruída e as empresas não estão pensando em comprar, nem em investir”, completou.
A íntegra do primeiro programa do CEO’s Talk Show pode ser assistida abaixo:
Compartilhe
Veja também
Marcas ampliam investimentos e ações no universo das corridas
Com aumento no número de corridas de rua no Brasil, marcas investem em circuitos próprios para aprofundar conexão com corredores amadores e profissionais
Nestlé e Cubo Itaú se unem para atrair startups
Por meio da plataforma Panela Nestlé, parceria busca alavancar soluções em inovação junto a startups de todo o Brasil e prevê mini mercado próprio para experimentação