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Marketing

Ticketmaster: os desafios da venda de ingressos no Brasil

Vertical de ingressos da Live Nation encara um mercado aquecido, fraudes digitais em alta e quer expandir serviços oferecidos no combo dos shows


19 de maio de 2023 - 7h52

Ticketmaster ingressos

Lollapalooza Brasil 2022 (Crédito: Reprodução/ YouTube)

A Ticketmaster, empresa de venda de ingressos da produtora de eventos norte-americana Live Nation, lançou oficialmente uma operação brasileira neste ano. A iniciativa é parte de um projeto de expansão pela América Latina.

Para liderar a unidade no Brasil, a companhia escolheu Donovan Ferreti. O profissional já foi CEO da Eventim Brasil e trabalhou no Comitê Olímpico Internacional. Apesar do lançamento oficial, as operações no País começaram no final do ano passado com eventos de nicho.

A ideia era entender como customizar a plataforma para o mercado brasileiro. A companhia se tornou a plataforma oficial de venda de ingressos do The Town, festival de música que será realizado em setembro em São Paulo. Cerca de 150 mil ingressos para o evento já foram vendidos.

Antes do Brasil, a expansão da Ticketmaster investiu em mercados como Peru, México, Argentina e Chile. Por ano, a empresa processa 500 milhões de ingressos em mais de 30 países.

Polêmicas envolvendo ingressos

A ampliação dos negócios da Live Nation acontece em um momento desafiador e de mudanças para o setor. Em março, após o fim da 10ª edição do Lollapalooza Brasil, a Time For Fun anunciou que não organizará mais o festival no País. Quem assume a organização do evento é a Rock World, que já é responsável por Rock in Rio e The Town.

A Live Nation é dona de 60% da Rock World, sendo que Roberto Medina, criador do Rock in Rio, continua com 40% da operação.

Em janeiro, o Procon-SP, órgão de defesa do consumidor, notificou a Eventim Brasil solicitando explicações sobre problemas registrados na venda de ingressos para o show do Grupo RBD. O mesmo aconteceu em maio do ano passado, com a rápida venda dos ingressos para os shows do Coldplay.

Digitalização e golpes

Para Donovan, a fonte de muitos dos desafios é o fato de que a digitalização transformou toda a operação de ingressos. O modelo de compra e entrega teve que ser ajustado e soluções mais antigas, como os ingressos em PDF, começaram a criar problemas.

“Aumentou muito a fraude online”, explica o executivo. Os sistemas operacionais e a tecnologia das companhias, por sua vez, não acompanharam por completo essa evolução.

Até agora, a aposta da Ticketmaster para driblar esse problema é o modelo de QR Code dinâmico que impede o compartilhamento do ingresso fora da plataforma. Além disso, o modelo permite acessar o histórico do ingresso e se ele foi utilizado ou não.

Em seus primeiros meses operando no Brasil, a Ticketmaster buscou se ajustar a características locais como política de meia entrada e o parcelamento. Mas também testou camadas de automação no atendimento para dar escala aos seus processos.

“Foi uma etapa importante para que a gente pudesse vender o The Town”, conta Donovan Ferreti. A companhia já mira os próximos passos. A ideia é trazer ferramentas adicionais para a compra de ingressos como acomodação, produtos de merchandising. Além disso, a Ticketmaster quer viabilizar uma plataforma controlada de revenda de ingressos para garantir a segurança.

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