Da teoria à prática: trabalhando o ESG de forma compartilhada

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Da teoria à prática: trabalhando o ESG de forma compartilhada

Fernanda Facchini, da Natura&Co Latam, Itala Herta, da Diver.ssa, e Katielle Haffner, da Coca-Cola Brasil, discutem sobre a agenda ESG no palco do Maximídia 2023


3 de outubro de 2023 - 13h03

Consistência. Essa foi a palavra que permeou a conversa entre Fernanda Facchini, head de Sustentabilidade da Natura&Co Latam, Itala Herta, fundadora da Diver.ssa, e Katielle Haffner, head de relações corporativas e ESG da Coca-Cola Brasil, sobre ESG, no primeiro dia do Maximídia 2023.

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Da direita para a esquerda: Fernanda Facchini, Itala Herta e Katielle Haffner conversam sobre ESG com a repórter Giovana Oréfice (Crédito: Imagem Paulista/Eduardo Lopes)

Toda a discussão recente em torno ESG tem movimentado muitas empresas a criarem iniciativas dentro dessa agenda. Porém, muitas delas estão sendo vistas como greenwashing, ou seja, como práticas que visam transmitir uma imagem falsa de sustentabilidade ao público.

Na tentativa de se distanciar desse conceito, ter consistência e coerência é fundamental, na visão de Fernanda. “A força das marcas vem para potencializar a comunicação em torno dessa agenda, mas isso precisa ser feito com muito cuidado”, salientou, revelando que é preciso mostrar evidências, dados e fatos nesse processo.

Apesar de afirmar que já há certo entendimento da população acerca do tema ESG, Fernanda enfatizou que ainda é um desafio tornar esse entendimento mais simples para as pessoas. Além de concordar, Itala frisou que ainda é preciso contextualizar esse conceito e saber o que todas as letras significam.

Valor compartilhado

O termo ESG ganhou ainda mais força durante a pandemia, porém, Katielle observou que, durante a pandemia, o ESG foi cunhado a partir de uma ótica financeira, de responsabilidade social, mas que essa ótica passou para uma visão de valor compartilhado. “Veio esse novo termo, a Governança, muito com essa visão de transparência. Foi trazer a tona o que as empresas estavam fazendo e como as empresas estavam fazendo”, reforçou.

De acordo com estudo da Brand Finance, a redução na lacuna entre iniciativas concretas em torno do ESG e percepção do público é justamente uma grande oportunidade financeira para gerar valor à marca. No entanto, a fundadora da Diver.ssa afirmou que sente que falta da vontade corporativa. “A questão cultural é um fator prioritário nessas transformações, porque não adianta você fazer uma coisa da porta para fora, se a sua cultura não está conectada com essa sua intenção”.

Neste sentido, levar e pensar no ESG em todas as áreas de uma companhia é essencial, na visão da head de Sustentabilidade da Natura&Co Latam. “A agenda ESG está além da área de sustentabilidade, ela está encrustada dentro do planejamento estratégico de todas as áreas”. Logo, ao contratar um colaborador, a Natura procura alguém que entenda e procure saber sobre essa agenda.

No processo de trabalhar a agenda ESG internamente, Itala alertou ainda que muitas empresas subestimam o público interno. “Muitas vezes, vejo que a solução está internamente”. A fundadora da Diver.ssa destacou que os colaboradores têm um grande poder de influência dentro das empresas. “Precisamos fazer um exercício de olhar mais para dentro, pensar nessas partes ‘desinteressadas’”.

Construção compartilhada

Além da parceria com os colaboradores, nesse compromisso das empresas dentro do tema ESG, Katielle, da Coca-Cola, pontou que o apoio das pessoas também é fundamental. Para exemplificar, ela citou o case de Rock In Rio. Durante o festival, Coca-Cola, Natura, Heineken e Braskem se uniram para promover a reciclagem de cerca de 4,5 milhões de copos plásticos. “O case do Rock In Rio trouxe muito isso, dentro da Cidade do Rock, os jovens tinham a oportunidade de trocar aquele resíduo no espaço da Braskem, que se transformou em produtos da Natura”.

No fim do dia, Katielle disse que é preciso ajudar as pessoas a entenderem como elas podem ser partes integrantes dessa cadeia de ESG. “É um processo complexo e que não dá para ser feito de maneira unilateral, também passa por políticas públicas. É realmente uma visão bem colaborativa”, complementou.

Nesse caminho rumo a uma agenda de ESG conectada com os valores da marca, Katielle também frisou a importância de justamente da união das empresas. “O lugar que vamos competir é nas gôndolas, nessas agendas vamos colaborar. Problemas sistêmicos demandam soluções sistêmicas”.

Para finalizar, Itala afirmou que as empresas precisam pensar em três pilares: compromisso, transparência e coragem. “Falta coragem em algumas lideranças encararem essa agenda de uma maneira mais ousada. Por isso que falo que precisamos cada vez mais formar lideranças corajosas”.

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