Apple investe US$ 100 bilhões nos EUA e contorna tarifaço
O CEO Tim Cook destacou o Programa de Manufatura Avançada da Apple e intuito de valorizar fornecedores locais
A Apple anunciou um investimento de US$ 100 bilhões nos Estados Unidos como uma forma de ampliar relações comerciais com fornecedores locais e, consequentemente, escapar das tarifas que vem sendo impostas pelo presidente Donald Trump.

Investimentos da Apple nos EUA seguem apelo de Trump em potencializar produção local (Crédito: Wongsakorn 2468-Shutterstock)
O comunicado foi feito pelo próprio CEO, Tim Cook, durante encontro com Trump na Casa Branca na última quarta-feira, 6. Na ocasião, o executivo presenteou o republicano com uma barra de ouro de 24 quilates, embalada em uma caixa da Apple que, segundo Cook, havia sido produzida nos EUA.
Os US$ 100 bilhões se somam aos US$ 500 bilhões já anunciados em fevereiro. O investimento inicial prevê expandir equipes e instalações em nove estados norte-americanos nos próximos quatro anos, bem como a abertura de uma nova fábrica no Texas e apoiar uma série de iniciativas voltadas para a inteligência artificial.
Entre as iniciativas da gigante de Steve Jobs já em andamento está o apoio a uma cadeia de suprimentos de semicondutores, bem como 10 novos contratos firmados junto a empresas norte-americanas.
As ações fazem parte do Fundo de Manufatura Avançada da Apple, criado em 2017 a fim de apoiar inovação a nível global e empregos de manufatura altamente qualificados nos EUA.
Desde o início de seu mandato, Trump vem intensificando o discurso da nacionalização da produção. Em maio, o chegou a alertar sobre a imposição de uma tarifa de 25% sobre smartphones. Atualmente, a maior parte da montagem do iPhone é feita na China — país que também vem sendo alvo dos EUA em embates comerciais e outros, como o caso envolvendo o TikTok –, mas a cadeia de produção do aparelho é altamente globalizada. Recentemente, expandiu negócios produtivos na Índia.
No mesmo evento, Trump anunciou uma tarifa de 100% sobre semicondutores produzidos fora dos EUA. “Mas se você estiver produzindo nos Estados Unidos, não haverá cobranças. Empresas como a Apple estão voltando para casa”, declarou, ressaltando que empresas que não cumprirem com promessas de investimento no país poderão ser multadas. A mesma tarifa será aplicada a chips de computadores.
A medida representa uma desvantagem para players internacionais. Alguns dos principais produtores de chips e semicondutores ficam na Ásia, em países como Taiwan, China e Coreia do Sul. Já os Estados Unidos contam com gigantes como Intel, Nvidia, Qualcomm e Broadcom.