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Os desafios da Globo para os Jogos Olímpicos de Inverno

Emissora busca aproximar a competição dos espectadores brasileiros, e conta com parceria inédita com o Google Cloud


1 de fevereiro de 2022 - 6h01

Emissora terá uma equipe com dez jornalistas in loco para a realização da cobertura (Crédito: Shutterstock)

Com início nesta sexta-feira, 4, os Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecerão na cidade de Beijing (Pequim), na China, serão o foco dos amantes do esporte no mundo. Nesta edição, a emissora terá a parceria com o Google Cloud para a realização parcial dos jogos. A tecnologia faz com que a Globo tenha uma diminuição significativa da infraestrutura utilizada em uma transmissão local, já que receberá o sinal por meio do modelo de computação em nuvem, que já foi utilizado – como teste- durante os jogos olímpicos de Tóquio, em 2021. A expectativa é que a parceria com a empresa dure pelos próximos anos.

Para os espectadores, a aposta do Comitê Olímpico Internacional (COI) em estilos mais radicais será transmitida pela Globo em seus canais pagos e na TV aberta. Para acompanhar os dias de competição, a emissora terá 14 horas de transmissão ao vivo no canal fechado SporTV 2. Os Jogos de Inverno estarão presentes, ainda, no programa Zero Grau, comandado por Carlos Gil e convidados, que abre a jornada esportiva nas noites brasileiras.

Na TV aberta, os esportes serão exibidos no período da madrugada, entre o Jornal da Globo e o Hora 1, com direito à exibição de competições ao vivo e aposta em modalidades como patinação e outros esportes mais radicais, além do aquecimento, que mostrará algumas provas que aconteceram no início da noite.

Para a Globo, a exibição dos Jogos de Inverno representa a oportunidade de apresentar à audiência esportes pouco convencionais ao universo brasileiro. “Temos um público plural e diverso, falamos com muita gente diferente. Vamos fazendo a curadoria dos melhores eventos”, promete Joana Thimoteo, diretora de eventos do esporte da Globo.

Ainda como aposta de conteúdo, mais voltado a agradar as pessoas que já têm o hábito de acompanhar os esportes de inverno, a emissora oferecerá oito sinais para os assinantes do Globoplay, sua plataforma de streaming. Nesses canais, as pessoas poderão ver as provas ao vivo e em tempo real, sem narração, acompanhando os eventos como se estivessem no local. A ideia é aproveitar o streaming para ampliar a oferta de modalidades, algo que, na TV aberta e paga, fica mais restrito pela limitação da grade de programação.

O apelo dos jogos de Inverno, no Brasil, é menor do que dos Jogos Olímpicos de Verão, evento esportivo mais tradicional, que o público já se habitou a acompanhar a cada quatro anos. Ainda assim, a emissora tentará aquecer e gerar engajamento com a audiência com a transmissão. Nesse caso, adaptar o evento de acordo com as características dos espectadores e das janelas de transmissão acaba sendo algo fundamental. “Customizamos a transmissão com a cara do público, para cada plataforma”, diz Joana.

Para que esse esquema de transmissão funcione, a emissora dividiu a equipe esportiva, que contará com um grupo de dez pessoas, divididas em três equipes de reportagem, in loco, em Beijing, e mais 150 profissionais no Brasil, que serão os responsáveis, de fato, pela geração das transmissões. Entre esses profissionais estão os narradores Everaldo Marques e Daniel Pereira na TV aberta, e Sergio Arenillas e Natália Lara, como as vozes oficiais dos Jogos no SporTV. A Globo terá, ainda, 22 comentaristas contratados como especialistas nas modalidades, e que atuarão como intérpretes didáticos sobre o que acontece em cada esporte. Entre eles está Isabel Clark, onze vezes campeã brasileira de snowboard, e dona de um dos maiores feitos de uma atleta nacional nos Jogos Olímpicos de Inverno, quando alcançou a nona colocação em sua modalidade. Esses comentaristas participarão das transmissões diretamente dos estúdios da Globo.

Além dos tradicionais desafios técnicos de transmissão, os Jogos Olímpicos de Inverno de Beijing também trazem para a Globo a missão de conseguir engajar o público no consumo de esportes que, em muitos aspectos, estão bem distantes da realidade brasileira. A emissora está ciente que esse tipo de competição não tem a mesma popularidade da Olimpíada ou da Copa do Mundo e que, por isso, exige estratégias adicionais dos detentores dos direitos de transmissão. “Precisamos encontrar mecanismos para esquentar a transmissão. Nas Olímpiadas de Verão, conseguimos gerar emoção e pretendemos fazer isso com os Jogos de Inverno”, comenta a diretora.

Por esse motivo, uma narrativa tem sido construída nos canais da marca. Campanhas já vem sendo apresentadas na grade de programação com o intuito de gerar simpatia e despertar interesse entre os espectadores. Na programação, curiosidades sobre os esportes disputados são destacadas, além da divulgação do site da cobertura, que se posicionará como canal atualizado e dinâmico onde os espectadores poderão acompanhar as notícias factuais — por exemplo, questões relacionadas à variante ômicron e como isso afeta os jogos — ou o quadro de medalhas. “O desafio é entender o tamanho de cada evento e como tratamos cada um”, afirma Joana.

 

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