Bvlgari Touch: experiência digital de marca à altura de uma grife

Giovana Oréfice
17 de janeiro de 2024 - 17h21

Como unir a prevenção à falsificação, rastreamento e experiência de produto em uma única ação? Para a Bulgari, a resposta foi através do Bvlgari Touch.

O dispositivo, um chip integrado na parte de trás das bolsas e carteiras da grife durante o processo de fabricação, utiliza a tecnologia de aproximação near field communication (NFC), possibilitada graças à evolução das interfaces do consumidor com as ferramentas a partir da sofisticação da solução de pagamento por aproximação.

(Crédito: Reprodução/Bulgari)

“Nos perguntamos qual era o valor de um like em um story ou um post em redes sociais em gerar tráfego para nosso site. Qual era o valor de um novo canal de comunicação através do produto?”, indagou Alicia Gonzalez, gerente de inovação e transformação da Bulgari.

A grife buscava criar uma experiência que permitisse adicionar uma camada digital para o cliente em diferentes fases do funil – desde lojas até quando estivessem em momentos de lazer. Ao aproximar o smartphone dos produtos, o usuário tem acesso a informações de manufatura, artifícios que melhoram sua experiência na loja física, sugestões de estilo e até mesmo gameficação e campanhas direcionadas.

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“O conceito por trás disso é chamado de seletividade digital, porque estávamos saindo do hype das mídias sociais, e ter um ponto de contato digital para nossos clientes era muito importante. Mas, ao mesmo tempo, queríamos criar algo exclusivo, pois somos uma marca de luxo”, declarou Alicia.

A executiva ressaltou o fato de que todas as possibilidades de customização de CTAs são feitas levando a privacidade em consideração, uma vez que os itens são identificados a partir de um número de série. Entre as capacidades está a geração de tráfego para lojas, ações pós venda e o oferecimento de serviços especiais.

Background técnico

Guido Mengoni, CMO e CDO da Temera, empresa responsável por fornecer o arcabouço tecnológico para o Bvlgari Touch, comentou que os recursos permitiram o acesso a um novo comportamento de marketing emergente: o do contato direto com o consumidor, que antes só podia ser feito por meio de billboards, redes sociais e e-commerce. “Desenvolvemos um novo canal, mais segmentado e específico, para fazer qualquer tipo de comunicação, como upsell e cross-sell, bem como fornecer informação sobre a autenticidade do produto”, disse.

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Alguns dos desafios elencados por Mengoni durante os processos foram a aplicação da viabilidade do projeto, bem como testes de ergonomia realizados com protótipos de bolsas para a validação da posição do chip. Outro ponto citado foi o da digitalização não só da Bulgari, mas de toda uma cadeia de suprimentos e stakeholders.

Anteriormente, a Bulgari empregou a tecnologia de NFTs ao Octo Finissimo Ultra. Por meio de um QR code posicionado na superfície principal do relógio, a grife italiana desenvolveu um gêmeo digital patenteado com as mesmas características do produto físico do ponto de vista criativo. À época, a intenção foi se afastar do caráter especulativo dos NFTs e, de fato, incorporá-lo em um item. Além disso, a companhia trabalha com a integração de outras soluções como internet das coisas (IoT).

“É muito importante destacar que não somos uma empresa de tecnologia. Nosso principal objetivo é criar experiências de luxo. Se encontrarmos uma forma de sanar nossos problemas de uma forma muito criativa através da tecnologia, o faremos”, reiterou a gerente de inovação e transformação da marca.