E-commerce só continuará crescendo com experiência e criatividade
Apesar dos R$ 53,4 bilhões em faturamento no primeiro semestre do ano, Brasil ainda é 11º maior mercado em e-commerce, representando 0,8% das vendas totais
E-commerce só continuará crescendo com experiência e criatividade
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BuscarApesar dos R$ 53,4 bilhões em faturamento no primeiro semestre do ano, Brasil ainda é 11º maior mercado em e-commerce, representando 0,8% das vendas totais
O e-commerce brasileiro chegou à marca de R$ 53,4 bilhões em faturamento no primeiro semestre de 2021, atingindo crescimento de 31% em relação ao mesmo período no ano passado. O dado é, sim, impactante, mas já era previsto em um cenário em que as empresas precisavam encontrar formas de manter suas transações durante a pandemia. E ainda bem aquém do que podemos chegar.
O mais interessante é perceber esses números sob outra perspectiva, para atestar o real potencial de crescimento do setor. Em escala mundial, segundo a eMarketer, somos apenas o 11º maior mercado em e-commerce, representando 0,8% das vendas totais — muito próximos de países como Espanha, Canadá e Rússia, mas ainda bem distantes de lugares como a China, que concentra 52,1% das vendas em e-commerce, assim como Estados Unidos (19%), Reino Unido (4,8%) e Japão (3%).
Mas como dar esse próximo passo? O crescimento quase que “obrigatório” do e-commerce a partir da pandemia não será mais autossuficiente se as empresas do setor não pensarem em como ser mais criativas, gerando não só boas ofertas, mas experiência e conteúdos relevantes. Quanto mais os marketplaces avançam, dando acesso a negócios locais e com prazos de entrega muitas vezes beirando o instantâneo, mais o e-commerce tende a permanecer uma experiência comoditizada e baseada em preço.
Mesmo o uso de tecnologias inovadoras, novas formas de pagamento e métodos de entrega que incluirão até drones, serão fatores que, após testados e aprovados, acabarão sendo comoditizados também. Bem como a omnicanalidade com entregas “ship from store” e “pick-up in store”, as novas interfaces e tecnologias como realidade aumentada e QR Codes serão adotadas mais cedo ou mais tarde por todas.
Como todas as grandes redes varejistas estão investindo e convergindo de acordo com essas demandas, nada muito diferente acontecerá se mantivermos as mesmas estratégias que alimentaram o crescimento nos últimos anos. Assim, o e-commerce, geralmente lembrado pela sua força como conversor de transações, atinge uma outra fronteira, onde deverá ser propulsor criativo de experiências de marca que envolvam e encantem o cliente.
Em meio a jornadas híbridas de consumo e com acesso integral a plataformas digitais, o uso inteligente, criativo e — claro — transparente de dados para a personalização das experiências dos consumidores é uma das metas das redes varejistas e dos lojistas.
Na mesma linha, será preciso uma verdadeira transformação na forma como se compra no digital — e as lojas físicas são um bom exemplo. Comoditizadas, elas precisaram oferecer mais em termos de experiência, construção de marca e relacionamento. A vantagem do e-commerce é que ele já sabe os caminhos adotados anteriormente e, agora, as experiências digital e física estão 100% integradas.
Assim, os players deverão cuidar para que o prazer, satisfação e outros sentimentos que levam as pessoas às lojas físicas existam também no ambiente de compra digital além de pensar em jornada uma Phygital (física + Digital) humanizada, personalizada e integrada. Por isso, nunca foi tão necessário usar a criatividade através de conteúdos de qualidade para oferecer experiências de marca agradáveis e que mantenham as pessoas no site. Americanas, Mercado Livre, Magalu e outras, por exemplo, estão promovendo lives em seus sites, constituindo-se em espaços mais de entretenimento e menos de compras — embora 100% focados em vendas.
Nesse cenário, o social commerce surge como apoio obrigatório considerando que o brasileiro fica, em média, 3h40 nas redes sociais todos os dias. É um espaço bom para conversão, mas também para engajamento de marca através de influenciadores, incluindo com o uso de formatos de vídeos curtos como o TikTok. Não é apenas a tecnologia e os prazos de entrega por drone que farão o consumidor comprar seu produto. É preciso ter bons criadores de conteúdos.
A realidade das lojas digitais já não é ignorada nem pelo mais conservador dos negócios, pois vemos empresas de todos os tamanhos se digitalizando e buscando modelos de venda direta. Segundo a Abcomm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), em março de 2020, eram 50 mil novas aberturas de e-commerce por mês. Nesse meio tão concorrido, as pessoas definem quando e como querem interagir com as marcas. É difícil imaginar um futuro para varejistas e lojas que não se preocupem em ser mais criativas na criação de conteúdos e experiências para manter ambientes de venda mais relevantes.
*Crédito da foto no topo: Reprodução
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