Hack Town 2023: inovação é muito mais do que tecnologia
A conexão é o principal elemento para a inovação, e os laços fortes entre pessoas, marcas e indústrias são muito importantes para expandir os negócios
Hack Town 2023: inovação é muito mais do que tecnologia
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Com mais de 800 palestras, shows e workshops no município de Santa Rita do Sapucaí, o Hack Town 2023 – um dos principais eventos do Brasil quando o assunto é tecnologia, inovação e criatividade – foi um show de conhecimento, provocação e muitas conexões e possibilidades.
Entre debates sobre o futuro dentro de um antiquário até palestras sobre quebra de tabus, chamou minha atenção ver as pessoas reforçarem que inovação é mais do que tecnologia e que, sim, o futuro pode ser mais humano do que imaginamos.
Discussões sobre a Indústria 5.0 e como a tecnologia oferece o suporte para que as pessoas possam desempenhar o seu trabalho com mais assertividade e de forma estratégica deixaram um grande aprendizado: a Transformação Digital não é apenas sobre usar as ferramentas novas, mas sim, o pensamento crítico e a pluralidade de visões, sempre com o ser humano, seja ele cliente ou colaborador, no centro da estratégia.
A tecnologia é fundamental no processo, contudo precisa ser utilizada com um propósito bem definido e em um sistema em que, com a confiança e maturidade cada vez mais estabelecida em seu uso, os dados serão o centro para todas as tomadas de decisão. Porém, a percepção sobre o controle da nossa ansiedade antes de pensar na próxima tendência, ainda incorporando e redefinindo utilidades para as atuais ferramentas disponíveis, foi um dos momentos mais enriquecedores nas palestras do Hack Town.
Me deparei com uma construção muito interessante sobre o poder das histórias para as marcas, as pessoas e o relacionamento com o cliente. É a construção do conceito do storytelling ao storyliving, a maneira como contamos histórias e promovemos experiências para que os públicos sejam mais que ouvintes, senão criadores também.
Durante a palestra a respeito da temática, de Simone Kliass, multiartista e empreendedora, presidente do Comitê de XR, Metaverso e Games no IAB Brasil, e Jason Bermingham, produtor, diretor e locutor, foi destacado o papel das novas tecnologias na construção de narrativas poderosas e transformadoras. Inclusive, ele trouxe uma fala bastante interessante que cabe quando falamos sobre o uso de soluções com base em IA, por exemplo.
“Ao invés de lutar contra a tecnologia, precisamos entender e aprofundar nosso conhecimento sobre essas soluções. Com isso, chegaremos às diferentes maneiras de contar histórias e de vivermos histórias”.
Por fim, Domenico Massareto, fundador da Rain A.I., concedeu o encaixe perfeito no entendimento do papel dos profissionais de criação e agências do futuro. Em sua visão, para além de termos a inteligência artificial como nossos assistentes, elas nos orientarão como os verdadeiros ‘chefes’ na tomada de decisão. Contudo, restará às pessoas desempenhar funções de maior complexidade e menos operacionais, sendo as
principais características para tanto a coragem, o senso estético, a capacidade de agregar equipes e solucionar problemas e, a insubstituível autenticidade: “sermos os melhores em sermos nós mesmos”.
A conexão é o principal elemento para a inovação, e os laços fortes entre pessoas, marcas e indústrias são muito importantes para expandir os negócios. Quando você está dentro de um ecossistema, essa visão faz parte do seu dia a dia, mas será que todo o mercado está preparado para essa realidade?
A palestra sobre afeto e fúria, com Alexandre Bassora, fundador e estrategista criativo da Audaz, destacou as duas características como essenciais para ter empatia pelo cliente e solucionar os seus problemas, assim como defender suas criações.
Mas de que adianta ter a estratégia de “cliente no centro”, se não nos importamos com ele?
A mensagem poderosa de Bassora é sobre empatia e paixão, tanto para com a nossa equipe, quanto com clientes e público-alvo de toda e qualquer tarefa. Em primeira instância, até a lente pela qual vemos o mundo e como ele pode ser melhor e mais transformador com esta forma de encará-lo.
Foi verdadeiramente inspirador ver como as pessoas estão focadas no mesmo objetivo, que é transformar, mas não depender somente da tecnologia para isso. O Hack Town mostrou que é possível abrir as discussões a respeito de como usar e incorporar essas soluções ao dia a dia de forma equilibrada para potencializar as habilidades humanas.
Inovação tem tecnologia, mas ela não é só sobre isso. O balanço perfeito entre humanização e essas soluções é o que irá garantir um futuro muito mais sustentável e melhor para todos.
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