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Opinião

Inovação é o fio condutor para a pauta ESG

Não dá mais para se lançar um produto, criar um novo serviço ou abrir um empreendimento sem analisar o impacto que causam


9 de novembro de 2021 - 14h00

No mês em que se realiza a 26ª Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP-26) e em meio a todas as polêmicas e desconfianças que a cercam, fica claro que a Inovação deve ser o fio condutor para se avançar na agenda de Sustentabilidade. Não dá mais para se lançar um produto, criar um novo serviço ou abrir um empreendimento sem analisar o impacto que causam. Mas o quanto realmente temos incentivado escolas, empresas de todos os portes, empreendedores, associações, governos etc. a pensarem soluções e projetos para seus negócios a partir das tão comentadas letrinhas ESG, sigla para Environmental, Social e Governance (Meio Ambiente, Social e Governança)?

A sustentabilidade precisa estar na pauta da criação de novos produtos (crédito: Akil Mazumder/Pexels)

Muito se tem falado sobre a importância da Inovação para o atingimento das metas estabelecidas para o combate ao aquecimento global bem como para imprimir a velocidade necessária para eliminar a fome do planeta e transformar o futuro das populações em situação de vulnerabilidade. O que chamamos de ecossistemas de Inovação têm se debruçado em buscar respostas concretas para desafios ambientais e sociais, um movimento que ganhou mais força nos últimos anos. Mas ainda observo que falta uma atenção especial ao tema, um foco dirigido e verdadeiro.

Uma pesquisa sobre Inovação na indústria feita recentemente pela FSB Pesquisa para a CNI (Confederação Nacional da Indústria) com 500 empresas de médio e grande porte mostrou que inovar respeitando critérios de sustentabilidade ambiental está entre as 10 prioridades para os próximos três anos para a maioria delas, porém, ainda em 6º lugar. Esse mesmo levantamento traz um dado preocupante se associarmos inovação e ESG: 51% das companhias entrevistadas não possuem área de inovação e apenas 35% tem pessoal dedicado exclusivamente a inovar.

Essas informações acendem a luz amarela quando olhamos também o ranking de competitividade digital 2021 realizado pelo IMD (International Institute for Management Development) que compara 64 países em relação às condições que oferecem para promover tecnologias digitais em diversos setores da sociedade. O Brasil ocupa a 51ª posição e não se movimentou na escala de um ano para o outro. A Fundação Dom Cabral, parceira do IMD nesse estudo para o Brasil, destacou que avançamos em Conhecimento (de 57º em 2020 para 51º este ano) e Tecnologia (de 57º para 55º), entretanto, caímos de 43º para 45º no quesito Prontidão Futura, que investiga o nível de preparo da sociedade para o uso das tecnologias digitais. E é exatamente no fator Talento que apresentamos posição ainda mais delicada: estamos em penúltimo, perdendo apenas para a Venezuela e somos o 60º país em disponibilidade de profissionais com habilidades digitais e tecnológicas.

Mais uma vez, volto para as Pessoas, como já comentei outras tantas vezes neste espaço. Precisamos de uma mobilização especial para reverter esse quadro e, de fato, preparar profissionais, ampliar suas capacidades e, consequentemente, as habilidades para a inovação. Não é mais uma questão de tecnologia, mas da qualificação de profissionais para exercerem seus diversos talentos. Observando que a pauta ESG é prioritária para a nova geração, ou seja, para os novos talentos, a Inovação, com certeza, será a base para uma transformação cada vez mais urgente.

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