Inovação: muito além da tecnologia
Cultivar uma cultura inovadora na sua equipe é tão importante quanto implementar novas ferramentas tecnológicas
Cultivar uma cultura inovadora na sua equipe é tão importante quanto implementar novas ferramentas tecnológicas
Na era acelerada em que vivemos, os debates sobre inovação viraram parte da rotina empresarial. É claro que esse é um tema fundamental, afinal é ela, a inovação, a grande impulsionadora das companhias de sucesso. No entanto, quem ocupa um papel de liderança precisa compreender que o conceito é abrangente e está muito, muito além de soluções tecnológicas. Inovar envolve mudanças estratégicas, processos criativos, além de culturas organizacionais flexíveis, inclusivas e diversas.
Mesmo diante de um cenário global econômico de incertezas, o relatório Most Innovative Companies 2023: Reaching New Heights in Uncertain Times, do Boston Consulting Group (BCG) revelou que 79% das empresas colocam a inovação entre as 3 primeiras metas de suas organizações. Não é à toa que estamos observando investimentos pesados das organizações em inteligência artificial, automação, análise de dados e outras tecnologias disruptivas para melhorar a eficiência operacional, reduzir tempo/custo de produção e criar novos produtos e serviços.
No entanto, como CEO e founder de negócios disruptores, como a startup Kickante e a agência de inovação americana Alfredus, eu observo na prática a dificuldade que algumas empresas enfrentam para sentir no dia a dia o impacto real dessas inovações. A implementação de novas ferramentas – por si só – não significa que agora sua organização ocupa uma posição inovadora diante do mercado.
Por outro lado, é fato que empresas que adotam uma abordagem abrangente para a inovação – ou seja, que vão além da tecnologia – apresentam um desempenho financeiro superior em relação às concorrentes. Isso acontece porque as inovações dentro dessas organizações são sentidas nas estratégias de negócios, na experiência do cliente, nos processos internos, na relação com os parceiros, ou seja, em práticas comuns do dia a dia, permitindo uma melhor resposta e adaptação do time a qualquer mudança de cenário. Quem lidera uma grande empresa, precisa saber que inovar é sobre pessoas!
Vamos analisar o exemplo da Danone: diante de problemas reais de sustentabilidade, a empresa optou por uma mudança de estratégia inovadora e independente de tecnologia. A ideia foi criar uma cadeia de suprimentos mais sustentável, com apoio de agricultores locais. Com isso, adquiriu um diferencial competitivo no mercado, reduziu as emissões de carbono e ajudou a promover práticas agrícolas responsáveis.
Para chegar em soluções como essa, precisamos fomentar um ambiente de trabalho fértil, focado em equipes multidisciplinares e estimulando a experimentação e a troca de ideias. Liderar uma equipe de sucesso não é sobre “dar ordens” e sim sobre saber recompensar as ideias e as tentativas, valorizar quem pensa além do que lhe é proposto e estimular o aprendizado contínuo do seu time, como estratégia para criar uma cultura de inovação sólida e eficiente.
Quem não vive o dia a dia de uma empresa pode até imaginar que a inovação muda tudo, do dia pra noite, mas na prática ela é uma mentalidade de longo prazo. Ser inovador é saber ser paciente e correr riscos, ao mesmo tempo.
No fim das contas, ter uma ideia inovadora não é garantia de sucesso imediato, mas saber recalcular a rota, motivar seu time, reorganizar as ações e seguir em frente, pode sim levar sua empresa ao sucesso.
Pensando por esse ponto de vista, quais ações podem ser implementadas para liderar sua equipe rumo a uma mentalidade inovadora?
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