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Opinião

O círculo virtuoso da inovação aberta

Cada empresa tem sua cultura, possui diferentes graus de maturidade e, por isso, cada uma terá sua própria dinâmica para abrir o espaço e integrar novas formas de produzir inovação em seu dia a dia


26 de julho de 2021 - 10h38

(crédito: reprodução)

Tenho acompanhado com atenção o movimento das empresas em busca de uma estratégia para trabalhar com Inovação Aberta. Essa necessidade vem ganhando muita força e, hoje, nem se discute mais os benefícios de se fomentar o ambiente e as formas de trabalho adequados para impulsionar o modelo internamente. Já está claro o fato de que as empresas não conseguem mais inovar sozinhas na velocidade em que a sociedade exige e precisam da colaboração de startups, universidades e outros agentes que integram o chamado ecossistema de inovação. Pelo conceito de inovação aberta, criado em 2003 por Henry Chesbrough (autor de Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology), as empresas ganham ao absorver mais rapidamente e de forma fluida o conhecimento externo; o mercado, de forma geral, também ganha com os aprendizados obtidos ao longo dos processos; e, por fim, se estabelece um círculo virtuoso de conhecimento compartilhado.

A boa notícia no Brasil é que os avanços são visíveis (e bastante acelerados!): nosso país tem hoje quase 14 mil startups em 694 cidades e perto de 4,6 mil integrantes no sistema. Dá para identificar o apetite do mercado olhando os dados de investimento: o primeiro semestre fechou com US$ 5,2 bilhões investidos em startups brasileiras, representando um aumento de 296% em relação ao ano de 2020*. E a outra notícia, que talvez não seja tão boa para todo mundo, é que não existe um play book para fazer inovação aberta — cada caso é um caso, cada empresa tem sua cultura, possui diferentes graus de maturidade e, por isso, cada uma terá sua própria dinâmica para abrir o espaço e integrar as novas formas de se produzir inovação em seu dia a dia.

Importante pensar que vai se tratar de uma construção com aprendizados para todos os lados e inevitáveis correções de rota. Um ponto que me parece bem claro é que o engajamento das áreas de negócios é fundamental para que os colaboradores das empresas e os participantes do ecossistema realmente possam relacionar-se como se estivessem no mesmo barco, ou no mesmo time. Um bom começo é entender os papéis e como funcionará a parceria.

É muito provável que você tenha de se envolver em transformações de processos internos para não perder timings e oportunidades. A investigação por soluções que de fato façam sentido para a empresa, a clareza de métricas e a mensuração de resultados são nuances que podem ajudar a criar o ambiente propício para que se estabeleça um relacionamento consistente, de longo prazo, entre a empresa e os agentes de inovação. Além disso, há aquelas condições básicas que devem permear todo o processo, de um lado e de outro: trabalho em colaboração, transparência e velocidade nas comunicações.

Comentando um pouco sobre a nossa experiência posso dizer que o alinhamento das expectativas internas é sempre uma questão essencial para se iniciar qualquer processo. E qualquer projeto piloto tem que endereçar ou responder a alguma ‘dor’ do negócio. Precisa fazer sentido para que as pessoas enxerguem seu valor, dedicando tempo e energia para encontrar soluções. Interessante compor os times com perfis de inovadores — aqueles que inventam novas tecnologias, propõem novos produtos ou serviços — e empreendedores — aqueles que vão buscar uma solução para que a inovação seja adotada e que gere valor aos negócios. Também se deve destacar a transversalidade do processo: envolve toda a empresa em seus diferentes níveis hierárquicos e tem que começar a fazer parte da cultura corporativa. Ou seja, mais uma vez, as pessoas são as agentes de transformação e de fomento à mentalidade de inovação.

*Venture Capital Report (2021), produzido pela Distrito

**Crédito da foto no topo: Nazarkru/ iStock

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