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O poder cultural das marcas

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Opinião

O poder cultural das marcas

No Brasil, a cultura influencia quase 100% tanto da intenção de compra quanto da recomendação, aponta estudo feito por Twitter e Kantar


7 de junho de 2021 - 14h16

(Crédito: Ktsimage/ iStock)

A cultura desempenha um importante papel em nossas vidas e vem ganhando diversos significados. Além de ser tradição, religião ou herança que nos une e molda nossa identidade, ela cobre muito mais: desde movimentos sociais e culturais a esportes, música, política, artes. E a lista continua.

Ditar tendências, gerar impacto cultural e apoiar causas sociais nunca teve tanta importância para as marcas como agora, que ganham cada vez mais espaço na casa e no coração dos brasileiros com sua crescente relevância cultural. Esta foi a conclusão de um estudo recente realizado pelo Twitter, em parceria com a Kantar, que mostrou que a relevância cultural de uma marca é decisiva quando o assunto é intenção de compra e recomendação no Brasil. No primeiro caso, a correlação entre ambos é de 99% e, no segundo, chega a 98%. Isso mostra que, ao decidir quais produtos e serviços comprar, as pessoas não estão pensando apenas em conceitos básicos como preço e qualidade – ou até mesmo em conceitos mais amplos como reputação. Elas também estão avaliando o quanto uma marca reflete seus interesses e apoia as questões que as mobilizam.

Ao se conectarem à cultura, as marcas também têm a chance de conduzir parte da conversa, liderar territórios e serem lembradas de forma favorável: empresas que promovem tendências positivas e/ou apoiam causas sociais que beneficiam a todos costumam atrair mais receita – existe uma correlação de 73% entre as duas coisas. No Twitter, já é possível notar que as marcas têm se mostrado cada vez mais hábeis em se conectar com o público desta maneira. Dentre os inúmeros exemplos de como se comunicam de forma genuína, se posicionam, inclusive como se fossem pessoas reais, e permanecem constantemente atentas às oportunidades de participar de novos diálogos, estão Bradesco, Magazine Luiza e Natura. As empresas criaram assistentes virtuais que têm voz ativa na plataforma e se posicionam sobre assédio contra a mulher, violências doméstica e racismo.

Além disso, ter o pulso da cultura e gerar impacto social não só atrai consumidores, mas também traz orgulho aos funcionários e reforça sua conexão e identificação com a empresa. Muito mais do que estar conectado com o trabalho do dia a dia, a cultura transforma essa relação em um forte elo, difícil de ser quebrado.

Nas últimas semanas, pudemos acompanhar uma história inspiradora que mostrou como uma marca pode impactar o coletivo, mesmo que fazendo a diferença na vida de uma só pessoa. Após apelo nas redes sociais, o Boticário retomou a produção de um perfume que estava fora de linha para que uma mãe guardasse o cheiro do filho perdido para a Covid-19. “Esse perfume tem cheiro de mãe”, dizia o filho para Dona Wanda, sempre que se encontravam. As unidades da fragrância foram enviadas com carta do próprio fundador da empresa, Miguel Krigsner, dizendo: “Resolvemos, com o apoio da nossa equipe de fábrica, fazer algumas unidades desta fragrância, especialmente pra você. Queria te contar que Anette é a minha primeira filha e que o perfume foi criado por ocasião do seu nascimento.” Ao amenizar a dor de Dona Wanda, o Boticário abraçava também tantas outras mães que perderam os seus filhos durante a pandemia.

Um lindo gesto que mostra que no universo das marcas é preciso estar muito próximo do consumidor e conectado verdadeiramente com seus momentos. As empresas que mantêm essa conexão com suas comunidades são as que realmente possuem relevância cultural e atuam como agentes transformadores, influenciando, impactando e jogando luz sobre questões relevantes para a nossa sociedade.

*Crédito da foto no topo: Pexels 

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