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Pilha no Brinquedo #6: O peixe no espelho ou o despertar das percepções

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Opinião

Pilha no Brinquedo #6: O peixe no espelho ou o despertar das percepções

A expressão "olho do observador" tem sido usada em diferentes contextos, como na filosofia, na física, na arte ou até para descrever uma percepção subjetiva da realidade


24 de junho de 2024 - 8h00

Como diria um querido amigo e ex-executivo de marketing e hoje coach, “tudo depende do olho do observador”. Para mim tem lógica, afinal, as pessoas usam os sentidos de acordo com seu ponto de vista.

A expressão “olho do observador” tem sido usada em diferentes contextos, como na filosofia, na física, na arte ou até para descrever uma percepção subjetiva da realidade. Outro dia li algo sobre o psicólogo Carl Gustav Jung e o “olho da mente” ou “olho interior”. O que importa é onde isto implica, e não o que significa exatamente. Implica na nossa capacidade de perceber, analisar, compreender pensamentos, emoções, comportamentos e informações que recebemos através dos nossos sentidos. E daí?

O conceito me fez pensar em várias coisas cabeçudas, mas o que mais gostei, é o quanto temos que, às vezes, parar alguns segundos e não “ficar com a primeira imagem”. Se paramos somente naquilo que vemos num primeiro momento, ou julgamos pela ótica imediata, talvez estejamos vendo parcialmente o que, de fato, devemos saber ou aprender naquela situação. Esse ponto também tem sido amplamente discutido pela “Economia Comportamental” – no que tange o Sistema 1 (rápido e associativo) e Sistema 2 (lento e analítico), ou formas de processamento cognitivo segundo Daniel Kahneman.

O S1, por ser rápido, é automático e intuitivo e responsável por decisões impulsivas e reflexos imediatos. Já o S2, mais consciente, envolve análise racional e controle voluntário, sendo acionado para tarefas complexas que exigem atenção e esforço mental.

Peixe no Espelho (Crédito: Pati Macedo/Reprodução)

Aqui, a discussão não é sobre quem tem o S1 ou S2, pois todos nós temos os dois, mas o quanto e como fazemos o uso deles. Saber que existem nos faz um convite. Como “o peixe no espelho”  vê apenas uma única dimensão, mas a partir do momento que se move, amplia suas perspectivas, considera outros aspectos, até ver uma nova imagem.

Outra coisa interessante sobre geração de percepções é o “efeito paralaxe” – já ouviu falar? Eu nunca tinha ouvido sobre isso. O exemplo que li foi sobre o futebol, no qual a perspectiva de quem vê, pode mudar a percepção do lance. Isso seria o efeito paralaxe – que diz respeito à mudança na posição de um objeto quando observado de diferentes pontos de vista, devido ao deslocamento do observador. Hoje, graças ao VAR ou a outros recursos, podemos ter mais “olhos mágicos” que nos ajudam a ter certeza do que aconteceu.

Enfim, nós profissionais de marketing estamos o tempo todo nos propondo a ter os “olhos do consumidor” e, por isso, precisamos entender essOie holograma de perspectivas. Não dá para ficar com a primeira imagem.

Quer saber mais:

Leia os outros textos da série: 

Pilha no brinquedo # 1: Now, New, Next

Pilha no brinquedo #2: Educated guess 

Pilha no brinquedo #3: “Cultura líquida” & engajamento

Pilha no brinquedo – #4: “Right to Win”: quais as habilidades-chave?

Pilha no brinquedo #5: Frame Mental > Diagramas e Formatos

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