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Opinião

Por que 2020 será melhor

O ano chega ao final com a expectativa de que os próximos doze meses serão mais produtivos para os negócios e a economia nacional


16 de dezembro de 2019 - 11h02

(Crédito: Treety/ iStock)

Foi quando ela jogou os braços para o alto, a comemorar minha chegada um pouco mais cedo em casa, naquela noite dos primeiros dias de dezembro, que dei conta do quanto crescera. Na correria do cotidiano, muitas vezes olhamos, mas não enxergamos — e 2019 impôs essa pressa louca que todos vimos.

Com seu largo sorriso aberto no rosto, me convidou para ouvir a história do advento de Natal, sob as luzes das velas a iluminar o presépio exposto na sala. E todo o cansaço acumulado na semana ficou de vez para trás quando pegou em minhas mãos e pediu para que me sentasse no chão, para então deitar-se com a cabeça em meu colo.

Dentre seus quase dez anos de vida, este será o segundo Natal que Helena passará sabendo a verdade sobre Papai Noel. A descoberta não mudou a rotina de final de ano em nosso lar — desconfio, até, que serviu para reforçar todo o ritual. Fez questão de enfeitar os cômodos, escrever cartinhas e pedidos de presentes, colocando seus sapatos favoritos próximos à porta, na véspera do dia de São Nicolau, à espera de retribuição pelas guloseimas ofertadas ao espírito do bom senhor cuja lenda inspirou a criação da figura de Noel. À revelação da nua e crua realidade, Helena manteve viva a esperança, aprendendo nessa jornada o significado da palavra fé.

Pois 2020 desponta no horizonte a renovar os desejos de dias melhores. O otimismo é natural e necessário, já que só há um jeito de encarar o futuro com a dose de coragem que seguir em frente demanda: é acreditando que o que está por vir será melhor. E o ano chega ao final com a expectativa de que os próximos doze meses serão mais produtivos para os negócios e a economia nacional.

De acordo com as mais recentes estatísticas macroeconômicas divulgadas, entraremos em 2020 com a marcha engatada e um processo de recuperação em curso. O Produto Interno Bruto do terceiro trimestre apontou um crescimento de 0,6%, superando as expectativas do mercado, que esperava no máximo 0,4% — parece pouco, mas percentualmente representa um resultado 50% maior do que o projetado.

O resultado injeta confiança de que o Brasil possa emplacar uma recuperação mais consistente e coloca o País nos trilhos para fechar o quarto trimestre em patamar superior, entrando em janeiro em um ritmo mais acelerado e com fôlego para um crescimento ao redor de 2,5% em 2020.

Com melhora nos níveis de renda e crédito para pessoa física, o consumo das famílias é um dos indicadores a impulsionar essa alta do PIB. Ao bom resultado da Black Friday, soma-se um momento consistente do varejo, que já acumula seis meses seguidos de índices positivos. A manufatura de bens de consumo também embalou o terceiro período consecutivo de alta na produção industrial, algo que não acontecia desde 2017.

Uma economia mais dinâmica, crescendo próximo de 3%, consolidaria o ambiente de negócios ideal para que as empresas de comunicação coloquem à prova as lições de transformação dos últimos anos às quais se submeteram. Mais digitais, integrados e eficientes, agências e veículos estão hoje melhor preparados para dar conta da necessidade das marcas por maior engajamento na relação com os consumidores e mais agilidade na tomada de decisões. O foco estratégico das grandes empresas no crescimento será importante para gerar o aumento na demanda que os novos modelos de negócios precisam para ganhar tração de vez.

*Crédito da foto no topo: Reklamlar/iStock

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