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Opinião

Prognósticos positivos

Em evento de Meio & Mensagem, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, traça perspectivas otimistas para a economia nacional e valoriza a transformação digital que gerou o Pix, o Drex e o projeto de open finance


13 de fevereiro de 2024 - 14h00

Crescimento econômico maior do que o previsto e tendência de manutenção na queda das taxas de juros. Essa é a perspectiva ideal para a evolução dos negócios durante 2024, mas o otimismo aumenta quando tal cenário é descrito pelo presidente do Banco Central, a principal autoridade econômica independente do País. Na semana passada, Roberto Campos Neto participou, pela primeira vez, de um evento dirigido a lideranças da indústria de comunicação, marketing e mídia, na estreia do projeto Blue Connections, criado por Meio & Mensagem em parceria com o Blue Note São Paulo e destinado aos membros do Círculo Liderança, que possuem a Assinatura Corporativa de Meio & Mensagem.

Talvez contagiado pelo clima de conexão mais informal do café da manhã com executivos de anunciantes, agências e plataformas, Campos Neto “fugiu de seu tom habitual”, como observou a jornalista Vera Magalhães, em seu comentário na rádio CBN, um dos diversos veículos que repercutiram a participação do presidente do Banco Central no evento.

Campos Neto não escondeu sua satisfação pessoal em ver evoluir o principal case de transformação digital da economia brasileira nos últimos tempos — e um dos maiores do mundo. Trata-se do projeto que começou com o meio de pagamento instantâneo Pix, englobou os lançamentos da moeda digital Drex e do projeto de open finance, ou sistema financeiro aberto, que possibilita aos clientes de produtos e serviços financeiros o compartilhamento e a portabilidade de suas informações entre diferentes instituições.

Como ocorreu em outras situações, caso da ascensão das redes sociais, a adesão dos brasileiros às novas tecnologias se confirmou novamente diante das possibilidades abertas pelo Banco Central. Descrito por Campos Neto como “o trilho dessa revolução”, o Pix soma, em pouco mais de três anos de vida, 711 milhões de chaves registradas por 146 milhões de pessoas e 13,7 milhões de empresas. Sua implementação custou R$ 6 milhões — pouco para o impacto que gera na intermediação financeira e no processo de inclusão no esforço de bancarização da população.

Empolgado com os efeitos positivos que a inteligência artificial poderá gerar na oferta de serviços financeiros, Campos Neto é esperançoso em relação ao uso das inovações do Banco Central pelas empresas do sistema financeiro, das quais espera investimentos em marketplaces capazes de unir em um único aplicativo todas as contas bancárias, cartões de crédito e investimentos do usuário, permitindo que ele faça comparações dos serviços e taxas oferecidos por cada um e opte pelo mais conveniente. Campos Neto não se exime de apontar o serviços que gostaria de ver disponibilizados, como o dinheiro off-line, para uso em locais onde não há sinal de celular; a função de cartão de crédito dentro do Pix; e a monetização para o cliente do uso de seus dados.

A palestra de Campos Neto foi ideal para o propósito desse primeiro Blue Connections, de contribuir com o planejamento e as ações das empresas e marcas no exercício de 2024. Durante o encontro, foram apresentados e debatidos os resultados do Painel Marketing Trends, pesquisa de Meio & Mensagem feita em parceria com a Kantar Ibope Media, que nesta primeira rodada do ano contou com a participação de 78 CMOs e decisores de marketing.

Além do monitoramento das perspectivas de investimento das marcas em compra de mídia, que renova a cada edição, a pesquisa atual elenca os pontos de maior atenção das agendas dos CMOs para os próximos meses. A unificação de dados e métricas das jornadas de consumo crossmedia para a otimização estratégica dos investimentos é apontada como o maior desafio, seguida pelo impacto do desempenho econômico nos negócios e transformação digital, adoção e aprimoramento de novas tecnologias, como inteligência artificial. O entusiasmo de Campos Neto com a transformação digital iniciada com o Pix e vislumbrada até a popularização dos marketplaces de finanças é um bom incentivo para que marcas, empresas e executivos invistam cada vez mais em cases que, além de resultados imediatos, gerem também legados.

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