Protagonismo feminino na creator economy
Como elas têm liderado ações de influência, estratégia e transformação cultural
Nos últimos anos, o marketing de influência deixou de ser uma tendência emergente para se tornar um dos pilares mais relevantes da comunicação contemporânea.
Nesse processo de consolidação e amadurecimento da chamada Creator Economy, há um fator determinante que merece atenção: a força e o protagonismo das mulheres.
Segundo dados da plataforma Wake Creators, das mais de 14 milhões de pessoas que atuam como criadoras de conteúdo no Brasil, 87% são mulheres. Um número que vai muito além da estatística. Ele revela uma mudança estrutural e simbólica na forma como valor, relevância e influência são construídos na sociedade digital.
Hoje, são as mulheres que lideram o diálogo com as audiências, modelam comportamentos e transformam plataformas em palcos de inovação, impacto e negócios.
O Brasil ocupa papel de destaque nesse cenário global, impulsionado por uma cultura digital pujante e um ecossistema de consumo altamente conectado.
De acordo com o estudo “ROI & Influência 2024”, realizado pela YOUPIX em parceria com a Nielsen Brasil, a Creator Economy movimentou globalmente US$ 250 bilhões em 2023, com projeção de chegar a US$ 470 bilhões até 2027. As mulheres, líderes na construção de valor e confiança com o público, são a principal base da receita desse ecossistema.
Esse protagonismo, no entanto, não veio sem custo. Ser mulher nesse mercado exige, além de talento criativo, uma combinação de estratégia, resiliência, leitura cultural e capacidade de antecipar movimentos.
Criar conteúdo hoje é uma operação de alta complexidade: exige domínio de plataformas, consistência editorial, habilidade em gestão de comunidades e, muitas vezes, visão de negócio digna de uma empreendedora. E muitas são, de fato, empresárias de si mesmas, construindo equipes, produtos, marcas e plataformas próprias.
A presença feminina também se expande para os bastidores da indústria. Executivas, gestoras de carreira e estrategistas estão redesenhando a lógica do setor com sensibilidade analítica, escuta ativa e pensamento de longo prazo. Elas trazem à mesa uma abordagem que combina performance com propósito, estética com significado, e influência com impacto social.
São essas lideranças que ajudam a transformar o marketing de influência em uma indústria mais madura, ética e conectada com os temas relevantes do nosso tempo, como saúde mental, equidade de gênero, diversidade racial, inclusão e sustentabilidade.
O protagonismo feminino na Creator Economy não é um acaso e deve ser compreendido como um ativo estratégico para o presente e o futuro da comunicação. Mulheres criadoras não apenas ocupam a linha de frente da indústria; elas estão moldando sua linguagem, suas prioridades e seu impacto.
Se almejamos um mercado de influência verdadeiramente sustentável, é fundamental garantir que essas vozes femininas sejam ouvidas, valorizadas e respeitadas em todas as instâncias, da criação de conteúdo às decisões estratégicas no boardroom. Afinal, a Creator Economy de hoje e do futuro tem não apenas o rosto, mas também a visão, a força e a sensibilidade das mulheres.