Traga suas soft skills para o trabalho
Na cultura colaborativa, costumamos dizer que o que mais importa são as relações
Na cultura colaborativa, costumamos dizer que o que mais importa são as relações
Pense naquele amigo que sempre consegue transformar uma torta de climão numa limonada. O que coloca os outros para cima com um motivacional certeiro. O que sempre tem uma história ou assunto para emendar uma conversa. Se ele disser que no trabalho é outra pessoa, que se esforça para ser reservado, um colaborador super sério que só fala das tarefas e objetivos de negócio, você ficaria aliviado ou preocupado? E se a gente disser que as características que fazem uma pessoa ser única são valorizadas tanto no pessoal quanto no profissional?
O mercado tem um nome para essas características – em inglês, é claro: as soft skills, que são as habilidades emocionais que cada um de nós tem ou desenvolve ao longo da vida. Isso para se diferenciar das hard skills, que são os conhecimentos técnicos.
Parece que passamos boa parte da vida profissional sem conseguir trazer essas habilidades emocionais para o nosso dia a dia. Companheirismo? Só entre amigos. Capacidade de negociar? Só na hora de convencer o filho de que acabou o tempo no playground. Ouvir as pessoas? Apenas no grupo de WhatsApp para combinar quem leva o que no churrasco.
Mas de uns tempos para cá as empresas estão olhando com mais atenção para o seu jeito de ser. Um levantamento do LinkedIn indica que mais de 90% dos recrutadores estão priorizando colaboradores que têm soft skills alinhadas ao perfil da empresa e da vaga. Algumas são tão comuns a todas as listas que já viraram commodities: criatividade, assertividade, comunicação. Mas você está sabendo usar outras competências no seu ambiente de trabalho?
Na cultura colaborativa, costumamos dizer que o que mais importa são as relações. Valorizamos tanto o “lado B” (interesses, projetos pessoais, visão de mundo) quanto o conhecimento técnico, e acreditamos que a gente só se desenvolve como equipe se puder ser a gente mesmo. Uma prova são as muitas histórias de gente que começou em uma área na agência e se encontrou em outra. Essa mobilidade mostra que perfil (soft skills) é mandatório e conhecimento (hard skills) se adquire.
Resumindo: as soft skills não só são bem-vindas como podem ser o critério mais valorizado. Eis algumas que a gente valoriza e muito na hora de contratar.
Negociação – Você negocia preço na hora de comprar um carro. Negocia horários com seu filho. Negocia com você mesmo quando come um doce em vez de ir treinar. Levar essa capacidade para a agência é saber viabilizar trabalhos com menos atrito: negociar prazos com o cliente. Negociar budget para uma campanha criativa. Conversando a gente se entende, e saber ceder para ganhar mais adiante é uma habilidade e tanto.
Trabalho em equipe – Esse pode ser um ponto um tanto quanto óbvio para qualquer área, porque dificilmente se faz algo sozinho dentro de qualquer organização. Mas para o mercado publicitário em específico, que envolve ideias e criatividade, a sinergia entre criativos e demais áreas é crucial para um bom trabalho. Trabalhar em equipe não é apenas trabalhar junto, mas enxergar o outro e valorizar suas contribuições.
Compaixão – A compaixão é a empatia em ação: você entende o lugar do outro a partir do ponto de vista dele e se coloca disponível para colaborar. Isso passa pelas relações de trabalho entre colegas, entre agência e cliente e é fundamental no processo de criação, quando olhamos para a sociedade, suas conversas e suas dores.
Para quem chegou até aqui, uma anedota pessoal. Na faculdade de Administração nunca me incentivaram a valorizar características que fugissem do que se espera do estereótipo de profissional de sucesso: comprometimento, seriedade, assertividade, foco no negócio… Aprendi que eu – que virei lenda por ser a única pessoa na história da agência a aparecer de terno numa entrevista – podia trazer meu lado humano e mais bem-humorado para a mesa. E, entre um alívio cômico e outro, gerar conexão com o time e achar soluções em meio a crises.
Que tal trazer as habilidades de fim de semana para dentro da empresa? As suas soft skills fazem a diferença.
Compartilhe
Veja também
Marketing de influência: estratégia nacional, conexão local
Tamanho do Brasil e diversidade de costumes, que poucos países têm, impõe às empresas com presença nacional o desafio constante de expandir seu alcance sem perder de vista a conexão com as comunidades
O novo eixo na comunicação das marcas
A base (fraca) do modelo persuasivo está sendo substituída pelo informativo