Computação espacial: a evolução das experiências imersivas
Lançamento do Apple Vision Pro, óculos de realidade mista, reacende conversas em torno das realidades virtual e aumentada, a traz a tona a computação espacial
Computação espacial: a evolução das experiências imersivas
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Amanda Schnaider
19 de abril de 2024 - 6h03
Nos últimos anos, o hype em torno das tecnologias de realidade virtual e aumentada (VR e AR) e do metaverso surgiu e explodiu.
Mas, depois, se estagnou, principalmente, depois da popularização da inteligência artificial generativa (GenAI).
Porém, o lançamento dos óculos de realidade mista (MR) da Apple, o Apple Vision Pro, no início deste ano, reacendeu as conversas sobre essas tecnologias.
Ainda, abriu a discussão em torno de outra expressão: computação espacial.
Que é a integração da computação tradicional, incluindo dados e lógica, com localização tridimensional, para desenvolver interfaces de usuário.
Para Renan Lessa, sócio-fundador e diretor criativo da Rito.cc, especializada em experiências imersivas, o lançamento da Apple inaugura infraestrutura de interoperabilidade.
Pela qual será possível, por exemplo, levar um avatar de uma plataforma para outra de sistemas completamente diferentes.
“O Apple Vision Pro inaugura essa infraestrutura, com a ideia de computação espacial”, diz Lessa.
Durante o South by Southwest deste ano, a executiva sênior de mídia e tecnologia, Joanna Popper, enfatizou que a chegada do Apple Vision Pro permitirá que mais pessoas experimentem a computação espacial pela primeira vez.
Dessa forma, pode-se dizer que o dispositivo da Apple poderá ajudar a democratizar essa tecnologia.
Os prós e contras do Apple Vision Pro
Apesar de chegar ao mercado pelo valor exorbitante de cerca de US$ 3,5 mil, frente aos US$ 700 do seu principal concorrente, o Quest 3, o aparelho de MR da Apple ganhou rápida adoção dos consumidores.
Em poucos meses de seu lançamento, mais de 200 mil unidades foram comercializadas.
Além de proporcionar familiaridade com o restante dos equipamentos Apple, os óculos são catalisadores dos 40 anos de trabalho da companhia em relação à acessibilidade.
A diretora sênior de políticas e iniciativas globais de acessibilidade da Apple, Sarah Herrlinger, revelou que a empresa levou dezenas de recursos de acessibilidade de outros produtos Apple para o Vision Pro.
E os reinventou para serem capazes de suportar a nova plataforma de computação espacial da companhia.
Apesar de ainda precisar de algumas melhorias, a primeira versão do Apple Vision Pro ajudou a impulsionar o mercado de realidade estendida (XR), composta pela AR e VR.
Segundo dados da Mordor Intelligence, em cinco anos, a indústria de XR deverá crescer 34, 94%, chegando em US$ 472,39 bilhões.
O desejo maior das pessoas por experiências imersivas, sejam físicas, virtuais ou ambas, também movimenta o mercado de XR.
Uma das maiores empresas de mídia do mundo, a Disney, captou essa tendência.
De fato, anunciou, no início deste ano, que investirá US$ 1,5 bilhão na Epic Games, dona do jogo Fortnite.
Ao observar esse movimento da companhia, Joost Van Dreunen, professor de videogame da NYU, ressaltou que parece que a Disney está tentando atravessar essa transição dos parques temáticos físicos para o mundo online.
Procurada pela reportagem de Meio & Mensagem, à época, a companhia não quis comentar sobre a parceria.
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