Opinião

Do mistério Odete Roitman à ciência da conversão

No fim, a "novela" do marketing não é sobre quem matou, mas sim sobre quem converteu

Edu Sani

CEO da AdsPlay 13 de outubro de 2025 - 6h00

Em 1988, o Brasil inteiro parou. O país estava imerso em um suspense que mobilizou rodas de conversa, jornais e famílias: quem matou Odete Roitman? O mistério de “Vale Tudo” se tornou um fenômeno da cultura popular, demonstrando o poder de uma narrativa envolvente e de um bom enigma.

Hoje, no universo do marketing digital, as marcas enfrentam um mistério semelhante, mas com implicações financeiras muito mais diretas: quem influenciou a conversão? As equipes de marketing e vendas vivem a sua própria novela: foi o anúncio de display que gerou o primeiro clique? A campanha de vídeo que despertou o interesse? Ou foi a ação de retargeting que trouxe o usuário de volta? Ou talvez tenha sido o CRM que, no último toque, fechou o negócio?

O desafio da atribuição (entender a jornada completa do cliente) é, muitas vezes, um emaranhado de dados desconexos, levando a especulações e achismos que desperdiçam orçamentos e tempo.
E é nesse ponto que a mídia programática assume o papel de investigadora principal, eliminando o suspense e transformando especulação em ciência. A grande revolução da mídia programática está na sua capacidade de automatizar e otimizar a compra de anúncios usando dados e inteligência artificial.

Isso significa que a plataforma não apenas distribui sua mensagem, mas também monitora ativamente a performance de cada ponto de contato.

Atribuição imediata: ao contrário dos métodos tradicionais, a programática, integrada a Demand-Side Platforms (DSPs) robustas, consegue mapear a jornada completa do usuário. A tecnologia mostra em tempo real o “culpado” — ou melhor, o responsável — por cada resultado. Ela identifica quais formatos (vídeo, display, áudio) e quais canais contribuíram em cada etapa, do reconhecimento inicial à conversão final.

Otimização Inteligente do investimento: Com o mistério da atribuição resolvido, o benefício para a marca é imediato: o fim do desperdício. Se a plataforma identifica que o retargeting em vídeo é o principal motor de conversão, ela automaticamente realoca o orçamento, priorizando o investimento que realmente traz resultados. Isso transforma achismos (“Eu acho que o display funciona”) em decisões baseadas em dados (“Nós sabemos que o vídeo converte 3 vezes mais nesta audiência”).

Escalabilidade com precisão: a programática permite que as marcas escalem suas campanhas de forma massiva, mas sem perder a precisão da segmentação. Elas atingem milhões de usuários, mas garantindo que cada um veja a mensagem mais relevante, no momento e no contexto ideal.

No fim, a “novela” do marketing não é sobre quem matou, mas sim sobre quem converteu. E, graças à mídia programática, as marcas não precisam mais esperar o último capítulo da novela para descobrir. Elas têm o veredito em tempo real, garantindo que cada centavo do orçamento de marketing esteja trabalhando para o sucesso.