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Humanização dos processos e tecnologia: o que é a indústria 5.0?
Considerada a quinta revolução industrial, indústria 5.0 representa uma evolução da automatização dos processos a partir da conexão com a capacidade humana
Humanização dos processos e tecnologia: o que é a indústria 5.0?
BuscarConsiderada a quinta revolução industrial, indústria 5.0 representa uma evolução da automatização dos processos a partir da conexão com a capacidade humana
Caio Fulgêncio
2 de maio de 2024 - 6h03
A indústria 4.0 – ou a quarta revolução industrial – diz respeito à integração de tecnologias digitais nos mais diferentes processos de produção. Na prática, trata-se da construção de fábricas inteligentes e altamente automatizadas a partir da interconexão de sistemas e máquinas capazes de decisões autônomas com base em dados e com pouca interferência humana.
Os pilares desse estágio industrial incluem big data, robôs com autonomia, internet das coisas (IoT), computação em nuvem e realidade aumentada (AR). O termo indústria 4.0 foi usado pela primeira vez em 2011. Apesar disso, o mercado lida com novas necessidades e, por isso, em âmbito global, a indústria 5.0 já é real.
Se a quarta revolução fala de uma indústria puramente tecnológica, a quinta se volta para a humanização dos processos. Em outras palavras, os avanços digitais e automatizados se unem ao ser humano e todo o potencial criativo. São pessoas e máquinas em prol de resultados ainda mais completos.
Segundo estudo da Research Nester, citado durante o Mobile World Congress (MWC) deste ano, o tamanho da indústria 5.0 chegou a US$ 183 bilhões em 2023. Porém, a projeção é que chegue a R$ 866 bilhões nos próximos 12 anos, com crescimento médio anual de 20%. Além disso, até 2025, devem estar em operação mais de 30 bilhões de devices interconectados.
Mesmo que a fase anterior, 4.0, ainda esteja em andamento, especialmente na realidade de pequenas e médias empresas, companhias como Apple e Tesla já vivenciam o novo momento. A indústria 5.0 ganhou contorno e força a partir de avanços em 5G, edge computing, além da inteligência artificial (IA), ainda mais popular e amigável.
Kathleen Mitford, corporate VP e global industry marketing da Microsoft, considerou que o avanço da IA generativa (GenAI) promoverá fábricas transformadas pelas oportunidades ao redor da junção entre IA, dados e pessoas. E, nesse contexto, setores público, privado e empresas de tecnologia devem atuar em conjunto para manter dados seguros.
“Em certos elementos, como criatividade e intuição, os robôs não são bons. A IA fará as tarefas chatas para podermos nos concentrar no que queremos fazer e ainda não conseguimos. A indústria 5.0 proporciona maior customização e personalização”, acrescentou Thierry Klein, presidente da Bell Labs Solutions Research, da Nokia.
A transição para a nova fase da indústria busca, de acordo com Klein, além da produtividade, segurança e sustentabilidade. Entre os exemplos estão equipamentos, e até roupas, com IA embarcada, uma tendência que se desenha no horizonte.
E o futuro da indústria 5.0, para Jackie Jung, VP, global operations strategy & corporate sustainability da Western Digital Corporations, será o metaverso. “A indústria se move do físico para o virtual, com dados em tempo real”, pontuou, ao se referir do conceito de gêmeos digitais. Na prática, é quando uma planta física tem o equivalente virtual no qual os gestores conseguem visualizar processos e identificar problemas e melhorias.
A perspectiva é que o metaverso industrial, a partir de novas tecnologias como gêmeos digitais, alcance um montante de US$ 100 bilhões até 2030. Em essência, essas aplicabilidades são consideradas universos de convergência entre a representação virtual e o mundo real.
Dessa forma, essa conexão permite a realização de inúmeros testes, treinos de equipes e simulações de novos produtos. Tudo isso no digital, antes do físico, garantindo os resultados e reduzindo gastos. Além disso, passa a ser possível maior colaboração e compartilhamento de informações, vencendo limitações geográficas.
Também no MWC, Ingrid Cotores, vice-presidente de engenharia de tecnologia para dispositivos da Meta, falou sobre possíveis ganhos. “Podemos encontrar problemas, fazer diagnósticos e achar soluções de maneira mais rápida, e impulsionar a sustentabilidade”, disse.
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