Sobre as tensões entre pessoas e tecnologia e a fadiga digital

12 de março de 2024 - 14h51

Será que 2024 é o ano dos Super Apps nos EUA? Um dos painéis mais interessantes que acompanhei no SxSW foi o “Is 2024 the Year Super Apps Will Take Off in the US?”, com os heads de Growth & New Verticals do Uber, Loren Kosloske, e de produtos bancários do CashApp, Ben Shen. Além de explorar as diferenças entre comportamento do consumidor entre EUA e Ásia, onde os Super Apps são um fenômeno, a discussão trouxe luz para um tema extremamente relevante: as tensões entre pessoas e tecnologia, e os efeitos da Inteligência Artificial nesse equilíbrio.

Os apresentadores discutiram como o Super App pode endereçar a falta de apetite do consumidor de instalar uma série de aplicativos em seus dispositivos, e como suas empresas encaram esse desafio. Esse foi, inclusive, um dos temas que do Accenture Life Trends 2024, em que vimos que 35% das pessoas entrevistadas acreditam que não existe diferença entre aplicativos das marcas (esse número sobre para 40% entre os entrevistados de 18 a 24 anos).

A resposta para esse desafio passa pelo conceito da relevância, e pela habilidade das marcas de resolverem problemas reais dos consumidores – os panelistas falaram muito sobre isso: no caso do Uber, como estão ampliando a quantidade de problemas relacionados à mobilidade que conseguem resolver, e o CashApp com seu posicionamento de resolver os problemas de dinheiro.

Foi interessante também escutar a visão do Uber: eles estão indo pelo caminho contrário aos Super Apps, com diferentes aplicativos para seus diferentes casos de uso: Uber, Uber Eats, etc. Acreditam que a oportunidade é mais do que desenvolver um Super App, e sim um “sistema operacional” , análogo ao IOS.