SXSW 2023 – Backcasting, trazendo o futuro para o presente

7 de março de 2023 - 15h01

Com o passar dos anos, a conferência de negócios impactados pela inovação ganhou destaque na agenda do festival, sobretudo fora dos Estados Unidos, e mais ainda para os brasileiros. É um milestone para nossa comunidade em termos de tendências e de como pensar o futuro.

Em meio aos preparativos da agenda, amplificado pelo burburinho nos grupos de whatsapp, podemos perceber a ansiedade de todos em poder ouvir, refletir e trocar mais informações sobre um futuro cada vez mais próximo. Há quem inclusive já esteja usando a inteligência artificial generativa, tecnologia do momento, para sua agenda e até para escrever textos que habitaram essas páginas ao lado deste, que garanto foi escrito por minhas mãos e expressam os meus pensamentos reais.

Para mim, a oportunidade que temos de discutir o futuro está na riqueza de acrescentarmos um s a ele e dar pluraridade ao tema. É podermos desenhar cenários diversos, e o SXSW tem essa capacidade de nos inspirar e de nos tirar do lugar de conforto. A riqueza está no S de futuros.

Sobretudo quando falamos de tecnologias emergentes, esses futuros sempre foram utópicos ou até mesmo distópicos, e muito do que se pregou como tendência se perdeu no caminho do tempo, porém o que temos visto na aceleração das coisas é que discutir o futuro tem sido tão atual que se aproxima de tão simplesmente repensar o presente.

Se dedicar a conteúdo do evento é como antecipar esses acontecimentos, muitas vezes nos causando uma ansiedade desnecessária, o tão conhecido FOMO de Austin, como se não nos tornarmos especialistas nos temas propostos nos fizessem como uma subespécie que deverá lutar pela sua sobrevivência sem armas necessárias. Fato é que as coisas têm acontecido tão rápido que o festival que se desenhava para uma discussão mais humana, tendo como sua talk de abertura a sabedoria espiritual, dando peso a psicodelia como grande propulsor de novos negócios e ainda uma preocupação latente sobre a saúde mental e o bem-estar, precisou abrir espaço para o CEO da OpenAi como resposta ao boom da tecnologia nos últimos meses.

Inteligência Artificial não terá uma trilha específica, mas estará presente em grande parte do conteúdo, não somente pela tecnologia em si, mas por suas aplicações e impactos. E para quem aposta que este é somente um hype como foi o metaverso na edição passada, pode errar duas vezes. Primeiro que inteligência artificial não é algo novo, a sua massificação exponencial é que se destaca recentemente propulsionando um uso indiscriminado, e segundo que a programação do evento mostra que depois do skimming natural vamos ver e discutir ações práticas e evolutivas do metaverso, agora sim como um novo cenário digital, além de outras tecnologias imersivas e temas como Digital identity.

Normalmente pensamos futuros de forma linear, previsível, mas o SXSW nos convida a subverter esse pensamento e pensarmos o futuro, com s, e de forma desejável, nos aproximando cada vez mais dele, como num backcasting, onde após essa definição de um futuro que desejamos podemos identificar políticas e programas que conectarão esse futuro ao presente cada vez mais rápido.

Estarei em Austin, liderando a Missão do Institute for Tomorrow em parceria com a Abedesign, que reúne mais de 40 profissionais de alto nível, promovendo conversas inspiradoras, ampliando repertório, preenchendo gaps de percepção, mas sobretudo democratizando o privilégio que temos de sermos atuantes nesta construção de cenários.

Desenhar futuros é um desafio inclusivo, para muitos, e queremos todos juntos nesta missão, pois tenho certeza de que ele pode ser incrível, e depende só de nós e de podermos viver esse futuro hoje, por isso convido a vocês a estarem comigo e todos os colaboradores do Meio &Mensagem nesta jornada incrível ao futuro desenhando no SXSW.